Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]

capítulo 31.

  A conversa continuou normalmente até você sentir o cheiro do álcool vindo da sua boca, talvez você tenha exagerado um pouco na bebida mas logo parou para pensar no coronel, o coquetel que ele havia pedido aparentava ser delicioso, chacoalhando a cabeça e umedecendo os lábios você voltou a prestar atenção no John, que tinha acabado de acender um charuto. Todavia, ajustando a postura com os braços cruzados para trás seus olhos se direcionaram para o capitão.

— as regras vão ser as seguintes, a primeira; vamos te supervisionar. - ele ergueu um dedo enquanto falava. — dois; nossa última missão com o Makarov contou como a primeira para você, então você precisa de treino.. ou deve nos mostrar do que é capaz sem ajuda.

— supervisionar? - incrédula você perguntou, respirando fundo você apenas se concentrou em manter a calma. — que carajo..

— olha a boca, Scar. - Ghost interviu ficando logo atrás de você, como uma sombra.

O tenente sempre tentava corrigir seus palavrões, eram fáceis de distinguir mas ele não sabia muito do idioma o que era melhor para você xingá-lo, zombar dele ou se comunicar em espanhol. Revirando os olhos para algum canto escuro da sala, seus sentidos estavam apenas focados no capitão já que o cheiro do charuto estava invadindo suas narinas.

— regra número três; não tente esconder nada da equipe. - o capitão disse enquanto te olhava ao deixar o charuto afastado da boca. — paredes tem ouvidos, recruta.

— entendido, Price. - seus braços permaneceram cruzados para trás, mantendo a postura profissional.

— aviso rápido, Laswell e eu decidimos afastar você das missões, tivemos um conversa para chegar nesse ponto. - o mais velho encarou-te dando passos lentos para trás. — Ghost vai ser seu apoio nos treinamentos.

— o Ghost? - surpresa você perguntou, seus olhos se alargando minimamente.

— sim, agora pode voltar aos seus aposentos e nos deixe aqui. - Price fez um sinal com a mão para que você saísse da sala. — vai com ela Ghost.

— entendido, capitão. - Simon foi até a porta a abrindo e saindo, em seguida ele esperou você para fechá-la.

Uma vez que isso foi feito ambos caminharam pelos corredores, ninguém abriu a boca nenhum minuto sequer durante a caminhada silenciosa, você notou que Simon não parava de te olhar de relance talvez esteja um pouco inconformado por você ter deixado de usar a bandana, você pensou em deixá-la de lado para que os outros soldados se acostumassem com as cicatrizes em seu rosto e pescoço, era um pouco difícil mas você iria conseguir.

Parando na porta do seu quarto algo lhe impediu de entrar, a mão quente do tenente te bloqueou ficando pressionada em seu estômago, a única coisa que tomou seu foco foi a figura alta do tenente ao seu lado e aquela mão morna sendo impedida de tocar em sua pele pelo tecido da sua regata, olhando nos olhos do homem que rapidamente fez contato visual com você, um suspiro abafado veio logo assim que ele decidiu puxar conversa.

— aqui seu celular. - ele retirou a mão do local e assim agarrou o aparelho, lhe entregando.

— ah, valeu. - você sorriu mínimo e pegou o celular com firmeza, suspirando aliviada por tê-lo de volta.

Antes de se virar para entrar em seu quarto Ghost deu um passo fazendo você hesitar em continuar o ato, guardando o celular no bolso de sua calça você aguardou alguma palavra vinda do homem.

— não se atrase, o treinamento vai ser daqui a pouco. - o tenente diz com firmeza e baixo. — não se atrase, Scar.

No mesmo instante que você iria respondê-lo ele saiu caminhando pelo corredor, fechando a boca você o observou até perdê-lo de vista. Simon parecia distante, mas você nunca iria esquecer o rosto do tenente sem aquela máscara, seu coração acelerou só de lembrar. Voltando a realidade, entrastes em seu quarto passando as mãos nas laterais de seus fios de cabelo, fechando a porta e finalmente ficando sozinha você permitiu-se pegar o celular. Seu corpo gelou ao desbloquear o aparelho.. nenhuma mensagem ou ligação.

— que carajo.. - você falou tão baixo que quase não ouviu. — não fode, Valeria.

Você procurou por alguma mensagem mas sem sucesso, discando um número com rapidez você levou o telefone até seu ouvido escutando a ligação dando chamada, respirando fundo sua perna tremia sutilmente enquanto sua mão livre pousou em sua testa. Anda Valeria. A chamada infelizmente acaba caindo, mantendo a calma você mandou mensagem para outro número que era de um dos capangas dela, depois de alguns curtos minutos você se moveu dentro do dormitório. Foi apenas uma troca de roupa já que seria treinamento, optando por usar uma roupa que cobrisse todo seu corpo para que se sentisse mais confortável.

Mas antes que você saísse do cômodo fechado, você escondeu seu celular para ninguém achá-lo, usando uma faca de caça com a ponta afiada você cortou um pedaço do colchão para esconder o aparelho, deixando o corte na parte lateral virada para a parede assim ninguém acharia até você voltar. Um esconderijo burro porém mais rápido, seria um treinamento e Valeria não te mandaria mensagem agora, certo? O que poderia dar de errado..