Christopher= Amor... – sussurrou. – Quase 60 dias...
Dulce= Vida... – disse baixo. – Amanhã, tá? Estou tão cansada.
Christopher= É que a Cami dormiu... o Guga dormiu... – deslizava o dedo pela extensão da pele dela. – É tão raro quando os dois dormem ao mesmo tempo e ainda cedo.
Dulce= Sim... – bocejou. – Devemos aproveitar. – aconchegou-se melhor ali.
Christopher= Dul... – ela não respondeu. – Amor? – abaixou o rosto e a viu com os olhos fechados. – Vida? Dormiu? – suspirou frustrado. – Vamos dormir, então.
A sintonia entre Dulce e Christopher era nítida e firme, sabiam exatamente do que o outro precisava e como podiam ajudar-se entre si. Eram perfeitos no momento de acordar, arrumar os filhos, organizar a casa e revezar-se com a presença dos familiares; eram a dupla perfeita... mas como casal começavam a sair dos eixos.
Christopher contara no calendário os dias para o fim do resguardo da esposa, e embora ela tenha inicialmente curtido tal contagem com ele, aos poucos a morena foi distraindo-se com as obrigações e deveres da família, até que terminasse por esquecer-se completamente de tal parte.
O Natal de Christopher passara sem grandes agitações, o ano novo não tivera as horas de amor que ele imaginara, e agora a primeira semana de janeiro também passara sem nenhum contato, ainda que muitas oportunidades tivessem se apresentado.
Ele começava a frustrar-se pela falta de carinho com a morena, e não encontrava uma boa forma de lhe comunicar tal sentimento.
Dulce, por outro lado, estava completamente imersa no cuidado que tinha com os filhos. O dia a dia com Camila se mostrava muito mais exigente e desafiador do que o mesmo período que passara com Gustavo, a menina parecia relutante em aceitar a rotina imposta pela mãe e fazia questão de acordar diversas vezes de madrugada, de pedir pelo peito nos momentos mais inoportunos e deixar Dulce completamente sem energia.
Do outro lado de tal equação estava Gustavo, que tão novo e inocente, não poderia sentir-se deixado de lado pelos pais ou perder a rotina já tão bem estabelecida. Portanto, Dulce esforçava-se para que ele continuasse frequentando a creche e para dar atenção ao menino sempre que ele voltava para casa.
Terminava frequentemente o dia com sono e desejando apenas um banho e uma boa cama, a ideia de fazer sexo sequer cruzava sua mente.
Naquela madrugada as coisas não foram diferentes. Ainda que Camila e Gustavo tivessem dormido na mesma hora, a pequena voltara a despertar duas horas depois, e mantivera o ritmo durante toda a madrugada.
Dulce saíra da cama quatro vezes para amamentar a filha, e na última vez, já cansada de tanto caminhar de um lado para o outro, ela colocou a menina no berço e deitou-se na cama ao lado; estaria próxima para o instante em que a pequena acordasse novamente.
Voltou a despertar duas horas depois, pontualmente às sete horas da manhã, agora com o despertador do celular, avisando que ela precisava acordar o filho mais velho.
Dulce= Deus do céu... – arfou e abriu os olhos devagar. – Eu só queria cinco horas de sono ininterruptas. Somente cinco horas de sono, isso não pode ser tão difícil assim.
Desligou o celular, sentou-se na cama e mirou a filha dormindo no berço. Levantou-se e apoiou-se ali, reparando na expressão tranquila da menina, nos cabelos cada vez mais claros e no nariz que tornava-se charmosamente arrebitado com o passar dos dias.
Dulce= Olhando assim nem parece que me dá um baile todo dia, né? – sorriu boba para ela.
Pegou o celular, saiu em silêncio do quarto e encostou novamente a porta. Em seguida ouviu os gritos animados na cozinha, aparentemente o marido acordara cedo demais e não estava sozinho; decidiu aproximar-se lentamente para ver o que ele aprontava.
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A Sósia - Volume III
RomantikDulce cresceu, aprendeu e amadureceu durante os quatro anos no México. Chegou ao país solteira, com o objetivo de entrar na acalmada emissora, Televisa. Terminou ganhando muito mais do que apenas um emprego, ela encontrou o amor de sua vida, casou...