Construindo

O que pareceu, o que foi e o que realmente é

A magia do início e paixão sempre intensa deve ter nos pegado de jeito. O desejo e a curiosidade de momento também.

Uma vez eu já li que amor é uma escolha e não uma necessidade.
No momento que eu escolhi por conta própria que queria ficar contigo mesmo com medo de me entregar e de ser enganada e trocada de novo (acredite, ter sido trocada na minha vida por outras pessoas não foram poucas), mesmo sabendo que, sim, existiriam provações, foi porque eu acreditei e confiei em você e que era uma pessoa íntegra e honesta, que saberia me proteger, me acolher, me respeitar e amar acima dos meus defeitos e meu transtorno e me colocaria em um lugar mais que especial na sua vida independente de obrigações e desafios. Ter ouvido da sua boca que me protegeria e me traria essa segurança foi como ter encontrado um fio de esperança no amor e que não seria passada para trás por causa de terceiros. Hoje eu me pergunto como fui tão ingênua em achar que encontraria isso em promessas, que são uma das coisas mais fáceis de quebrar, vindo de uma pessoa com um passado tão conturbado e traumático quanto o meu...

O que eu sinto hoje é que fui enganada por alguém que talvez só sabia o que queria e o que estava fazendo naquele momento, tipo paixão de verão, e depois desistiu de lutar e conquistar e só está por obrigação ou talvez necessidade emocional, pra não me trazer mais sofrimento do abandono e rejeição pra eu colecionar. Mas quando eu decido me afastar e deixar pra sempre, por quê sempre volta? E por que espera que somente eu traria equilíbrio e bem estar sozinha à vida cotidiana? Diga, o que você espera de mim e que seja justo comigo e com o que eu tenho hoje? Submissão? Aceitação? Acolhimento? Esforços e demonstrações também? Encorajamento? Anulação e silêncio de mim mesma? E se realmente me quer e está comigo porque gosta ou porque me ama, por que não faz tanta questão de mostrar pra mim do jeito que eu realmente entendo e que é importante para mim?  Com algum egoísmo, na minha linguagem de amar.

Eu honestamente não sei mais o que está acontecendo com a gente. Não sei mais até que ponto esses sentimentos positivos seus por mim são verdadeiros ou fortes o suficiente e até que ponto você faria o que estaria ao seu alcance para estar comigo, me fazer bem mesmo quando estou a ponto de ter crises e manter essa paixão acesa.
A impressão e sentimento que tenho é que você não sabe o que quer realmente comigo. Num momento de descontrole emocional diz não querer mais por não estar dando certo, no outro se arrepende e volta atrás. Como um covarde que foge nos nossos piores momentos, não quer mais se comprometer e esquece por que está comigo e depois encontra racionalidade. Só toma atitude quando sente que pode e vai me perder. E eu como não sou capaz de me negar a segurança e aconchego dos seus braços e corpo quente me aninho a você como um bebê que não consegue ficar sem sua manta, eu volto. E junto te dou todo o meu carinho, meus toques, minha paixão, meu amor, meu corpo, minha alma.

O pior que eu sei que é capaz de acontecer e pode já estar acontecendo é eu terminar tudo por realmente não sentir mais nada, nem amor, nem paixão, nem ódio ou raiva, nem desejo e vontade do seu corpo e seu calor, apenas indiferença e rejeição. Como se esse capítulo da minha vida não tivesse existido realmente ou eu só tivesse saído tirar férias e depois voltado à minha antiga vida. Emoções de border são extremamente flutuantes, mas não é impossível a ausência de sentimentos e emoções.  Como você já disse uma vez, seria realmente uma crueldade e um pecado se essa conexão e união que a gente tem um com o outro se extinguisse. Ou talvez, pior, se tornasse unilateral, por falta de um e por excessos de outro.