Único

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Ao despertar do meu sono sinto um vazio grande dentro de mim, as luzes se foram e a lua era a única que iluminava a escuridão que cercava o bosque

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Ao despertar do meu sono sinto um vazio grande dentro de mim, as luzes se foram e a lua era a única que iluminava a escuridão que cercava o bosque. Com a garganta seca e a fome apertando fui atrás de alguém que pudesse beber… O sangue doce de jovens ingênuas geralmente era meu prato principal.

As árvores retorcidas e secas, galhos quebravam ao pisar das minhas botas. O som de risadas vieram até mim e então eu vi, tão pálido quanto a própria lua. Olhos felinos e ferozes. Cabelos nebros como a noite sem luar.

Foi quando eu soube que meu coração já morto ainda pulsava.

Me aproximei como um pequeno animal indefeso e curioso e pelo restante da noite o vi dançar e festejar.

Antes que o sol pudesse me alcançar voltei para o pequeno castelo entre o bosque e me reservei na minha cripta descansando ainda fraco por não ter me alimentando, contudo satisfeito por ter presenciado a existência de alguém tão belo.

Na noite seguinte saí por entre o bosque vendo, já próximo da cidade, uma jovem garota. Me aproximei, mas ela me viu e se assustou

— Peço perdão pelo incomodo. — digo — Mas para que lado fica a cidade?

Quando ela olhou em meus olhos pude tomar conta de sua mente, mesmo que brevemente para capturar suas ações e fazer com que ela venha até mim. Seus passos são lentos, mas logo ela está em minha frente com a cabeça inclinada mostrando o pescoço. Cravo minhas presas cortando sua pele e bebendo seu sangue doce. Assim, saciar minha fome.

Por longas noites percorro o campo atrás de pessoas tão ingênuas, contudo não vejo o garoto da outra noite. Até a noite que a Lua de Sangue se estendeu pelos céus.

Nesta ocasião eu estava a observar o pavor tomar conta de velho quando ele atravessa em sua defesa. Estava sentado numa árvore distante o suficiente para me manter em segredo.

— Diabos está fazendo garoto? — indago vendo-o tomar a frente de uma briga — Não vê que o velho já está com pé na cova?

— E quem é você para dizer-me o que fazer?

Sorri mostrando meus dentes afiados.

— Moro no bosque. — respondi.

— Impossível. — respondeu o garoto — Ninguém consegue entrar lá e voltar.

— Claro, eu sou o monstro que vocês, pobres almas temem.

Ele me olhou desconfiado. A noite de lua era o suficiente para que eu visse seus olhos negros brilharem para mim e então um pequeno sorriso se moldou em seus lábios.

— Não teme a mim? — perguntei.

— Sempre acreditei que algo fantástico se escondia entre as árvores do bosque.

— O que quer dizer? — realmente não conseguia entender esse garoto.

— Não tenho medo. — disse simples e foi dando passos em minha direção — Livros que eu li me dizem que bestas sanguinárias teriam uma outra aparência.

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