Primeira briga

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São quase 22h00 da noite e meu celular não para de tocar e receber mensagens. Isso mesmo, se preocupe, como uma mãe de verdade faria. Mas você não é uma!

O cansaço vai tomando conta de mim. Então eu resolvo ir para "casa", mas só por isso. Passo em um posto de gasolina, tenho que abastecer o carro ou vou ficar no meio do caminho. Para minha sor presa, ele trabalha aqui. Resolvo entrar e comprar alguma coisa.

Pego um suco de laranja e um pacote de batata. Caminho lentamente até o caixa. Ele parece concentrado no jogo de futebol americano, a TV que fica presa no, telhado está meio velha e se decompondo. Ele olha para mim, parece mais cansado do que hoje a tarde.

__ Deu 5,75 __ pago com o cartão. Ele coloca tudo na sacola e me entrega. __ Vai ter uma festa na casa de um amigo meu. Se você quiser ir, eu posso pegar você na sua casa. O que me diz?__ o que eu digo? Claro, uma festa é tudo o que eu preciso agora. Ficar completamente bêbada vai ser ótimo.

__ Poder ser. Não tenho muito o que fazer aqui. Você sabe onde eu moro?__ claro que ele sabe, todo mundo sabe. Sua "mãe" faz questão de mostrar a casa retro chique dela.

__ Sei sim! Passo às 21h00. Você vai gostar. __ é o que vamos ver. Saiu porta afora e entro no carro. Hora de encarar a quela mulher.

Acendo um cigarro e olho as ondas batendo nas pedras. É uma vista maravilhosa! Eu sempre gostei de praia, e meu pai sempre me levava para brincarmos na areia. Ele sempre me pareceu está fora de órbita, como se sempre faltasse alguma coisa na vida dele. Às vezes ele parecia feliz, e nas outras, ele não estava lá.

Paro o carro na entrada da casa e respiro bem fundo. Pego minha sacola e me dirijo a entrada, toco a campainha e Taylor abre a porta para mim. Ela parece nervosa e agitada.

__ Sua mãe estava preocupada com a senhorita. Ela estava achando que tinha fugido. __ bem que eu queria ter fugido, isso pouparia muito da minha sanidade.

__ Eu só fui dar uma volta, conhecer a cidade. __ ela fecha a porta, pega a sacola na minha mão e me conduz até uma sala. Não é a sala de visitas, é a sala de estar. Ela é bem grande com janelões de parede a parede. Uma TV de 70 polegadas, dois sofás bem confortável, um piano no canto, mais quadros e decorações luxuosas.

Tem um homem muito bonito e elegante sentado ao lado dela, ele segura a mão dela, acho que é uma maneira inútil de acalmá-la. Ela está visivelmente chateada e nervosa. Tem uma garota sentada no outro sofá, ela parece com o homem, cabelos negros lisos, olhos azuis, sombram selha cheia. Ela olha para mim, mas depois desvia os olhos para o telefone.

__ Onde você estava? Pegou o carro sem avisar a ninguém e ainda por cima, não atendeu as minhas ligações, Chloe. Qual é o seu problema?__ ela parecia que ia explodir a qualquer momento. Isso, eu quero mais dessa raiva.

__ Eu tava dando uma volta na cidade. Só queria conhecer um pouco. __ vou provocá-la até o limite. __ Você tem dinheiro suficiente para comprar mais BMW. Não vou ficar presa aqui, pode ir esquecendo. __ assim que termino de falar, ela levanta em uma fúria indomável. Vem em minha direção. Se um olhar matasse, esse seria o meu fim!

__ Essa é a minha casa, e você vai me obedecer, nem que seja a última coisa que eu faça na vida. Aqui tem regras. Não como o antro que você vivia. __ antro? A minha casa era um lar. Você tirou isso de mim.

Eu quero ficar e brigar com ela, mas eu estou tão cansada, preciso de um banho e de pelo menos umas 10 horas de sono. Posso continuar essa briga depois. Olho dentro dos olhos furiosos dela, dou as costas e subo para o meu quarto. Posso ouvir ela gritando" não dê as costas para mim"" você está de castigo" e blablablá. Tranco a porta e deixo ela lá em baixo falando sozinha.

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