Talvez

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Senti uma onda de adrenalina me percorrer no instante em que ela me pediu para virar. Não sei no que eu estava pensando, mas com certeza não tinha me dado conta de que essa massagem também envolvia a parte frontal do meu corpo. Que porra eu achei que corpo inteiro significava? Isso não ia dar certo. Não sabia qual seria a reação de Maraisa ao descobrir que eu era diferente. Eu tinha um plano. Ia enrolar a toalha em volta do meu corpo e sair do escritório antes de deixar que ela visse que me deu uma ereção. Mas, e agora?

Agora, eu não tinha outra escolha além de encerrar aquilo imediatamente ou virar-me e saudá-la - ou talvez oferecer-lhe a oportunidade de pendurar seu casaco no meu pau.

Virei minha cabeça para olhar para ela.

— Eu... não posso virar agora. Sou... diferente e eu...

— Por que não? — ela perguntou. Lancei um olhar irritado para ela, que entendeu aparentemente até que rápido demais. — Oh. — Talvez a chefe de Maraisa tenha pesquisado mesmo sobre meu histórico antes de enviá-la para a massagem.

— Mais cedo, quando você disse que pessoas nessa situação perdem o controle de suas funções corporais, não imaginei que eu poderia ficar com uma...

— Você sabe que isso também acontece o tempo todo, não é?

— Bem, que merda.

— É involuntário. Durante uma massagem, são liberados altos niveis de ocitocina, e pode resultar nisso.

— Você faz soar tão científico.

— Não precisa virar. Vou massagear suas costas novamente para compensar o tempo. Não tem problema. Você estava bem relaxada. Então, tente voltar a isso.

Grata pela oportunidade de permanecer de brucos, fiz o melhor que pude para fechar os olhos novamente e esquecer a porra desse constrangimento.

Eu teria adorado sentir suas mãos na parte da frente também, se pudesse fazer isso sem meu pau apontado para seu rosto. Mas isso não ia rolar. O nível de controle do qual eu havia aparentemente desistido excedeu o que eu havia imaginado. Talvez fosse bom eu não poder olhar para ela desse ângulo. Sem dúvidas, isso deixaria a situação muito pior.

Suas mãos eram como seda, e a força em seus movimentos era impressionante. Senti como se ela tivesse desfeito nós e tensão das minhas costas que estavam acumulados havia anos. Ela merecia o triplo do que paguei por essa sessão; na verdade, aquilo não tinha preço. Mas eu sabia que não era somente por seu toque fisico. Era ela. Ela me fez sentir à vontade para relaxar muito antes de colocar as mãos em mim.

O que acabava comigo, e provavelmente fez com que meu pau despertasse, eram as pequenas respirações pesadas que ela soltava vez ou outra quando aplicava pressão. Eu podia senti-las na minha pele. E isso me fez querer sentir mais do que somente o ar que escapava dela. Isso era um problema. Mas eu não podia permitir-me sentir culpada agora, porque a massagem estava boa demais. A melhor coisa que sentia desde muito tempo. Eu precisava disso.

Quando finalmente terminou, senti-me quase bêbada de tão relaxada que estava. Quando Maraisa se virou para limpar as mãos, falei para ela que iria para o andar de cima me vestir e a encontraria ali em alguns instantes. Envolvendo-me cuidadosamente com a toalha, recolhi minhas roupas do chão e saí com pressa do escritório.

Eu ainda estava completamente ereta, e precisava dar um jeito nisso antes de ir me despedir dela. Então, entrei no chuveiro e, em menos de um minuto, tive um dos orgasmos mais intensos dos últimos tempos. Após jorrar meu gozo na banheira, senti um pouco de vergonha por ter me masturbado pensando nela. Mas eu nunca tinha vivenciado uma experiência tão sensual quanto ser tocado por ela.

M. Mendonça | G!POnde histórias criam vida. Descubra agora