Stalker's Tango - Satosugu [HIATUS]

Act 04

︶꒷꒦.旗﹒Narrador On﹑𑄝﹒꒷꒦

Ainda estava de pé ao lado da maca, observando a porta do quarto se fechar com força, ele logo volta o olhar para as pessoas ali da sala, encarando cada um, cada mínimo detalhe, e voltando o olhar para Shoko.

-Você conseguiu ver algo do assassino?

Perguntou e sentou ao lado de Shoko na maca, segurando uma mão dela entre a palma das próprias mãos.

-Eu acho que não..

Ela diz franzindo as sobrancelhas, provavelmente tentando lembrar de algum detalhe.

-Mínimos detalhes já podem ser ótimos.

-Eu me lembro da voz...

-Você consegue descrever ela?

Nanami suspirou enquanto fazia um "carinho" na mão da amiga, tentando confortar ela, mas ainda tinha uma cara séria no rosto.

-Era uma voz mais suave... Mas ainda masculina, como se fosse um gato ronronando.

Só se passava pela cabeça de Nanami o nome "Suguru Geto", mas pensou que o amigo não era capaz de fazer aquilo com a própria melhor amiga, o nome sendo sussurrado várias vezes em sua mente, o silêncio era sufocante como se fosse uma tortura, enquanto o mesmo observava a amiga ali machucada, deitada sobre a maca de um hospital com equipamentos em volta.

-Suguru...

Foi interrompido pela voz da outra mulher na sala, que antes estava apenas observando os 2.

-Suguru não teria coragem, além disso, ele também foi atacado.

Mei Mei disse, o silêncio ensurdecedor tomou conta daquela sala de hospital novamente, sendo quebrado por uma respiração pesada de Utahime.

-Não dá, isso é tortura pra mim!

A garota disse enquanto a voz falhava e o peito subia e descia rapidamente, sentia um receio em falar e as vezes a própria voz ou respiração trancava na garganta, Utahime que havia sentado na cadeira que Suguru estava assim que ele saiu, se levantou e foi até a porta, saindo do quarto de hospital e fechando a porta com calma, o corredor praticamente vazio, apenas com Geto ali de pé andando pro lado pro outro, que as vezes estralava os dedos por conta do nervosismo, o garoto que olhava para baixo enquanto andava virou a cabeça para encarar Utahime assim que ela pisou no corredor.

Ele tinha os olhos arregalados e as mãos tremendo um pouco, Utahime não era a única que estava tendo uma crise de ansiedade ali, e sabia disso.

-Tá bom Suguru, todo mundo tá ansioso, mas por que você tá tanto assim? Até eu tô menos nervosa que você...

-Eu não sei... Não..

O homem respondeu enquanto sentava na cadeira ali no corredor, batendo o pé no chão de um jeito fraco, mas muitas vezes seguidas, tinha os cotovelos apoiados nas próprias coxas e o rosto apoiado nas mãos.

Ele sabia, era claro que ele sabia, sua mente não o ajudava naquele momento, pensando sobre o assassino ser o seu ex namorado, tudo isso fazia sua cabeça doer e latejar, pensando que a qualquer momento o albino poderia mudar de decisão e simplesmente o matar por ele saber de tudo, simplesmente saber quem era o assassino.

-Suguru...

A voz de Utahime ecoou no corredor, ela anda até Geto e coloca uma mão sobre o ombro dele, ajoelhando ao lado dele para ficar na altura de Geto sentado na cadeira.

Geto não conseguia escutar seu nome sendo chamado com aquela intonação sem lembrar do dono dos pares de olhos azuis - Os mais bonitos que já viu em sua vida - chamando seu nome, levando um pequeno susto quando a garota o chamou.

-Sim?

-Você tá escondendo algo.

-Eu não tô..

-É claro que tá, esse nervosismo todo, certeza que não tá sendo só por causa desses ataques, tá que é normal você ficar muito nervoso ou ansioso, mas olha o jeito que você tá! Tão branco que está parecendo um cadáver.

Geto olha para Utahime por um momento pelo canto do olho, voltando a olhar para frente novamente.

-Eu tô bem, só foi adrenalina da hora por causa desses 2 ataques, eu vou ir pegar algo para beber ou comer.

Ele diz enquanto se levanta da cadeira e arruma a blusa branca que estava usando junto de uma calça preta e larga, virando de costas para a garota ali no corredor e começando a andar.

-Alguma hora você vai ter que falar!

Utahime grita para Geto, que já estava na metade do corredor andando até uma cafeteria que tinha ali no hospital, com o tempo escutando apenas o barulho da própria respiração, chegando a cafeteria e pegando um copo descartável ali, logo caminhando até a cafeteira e pegando um pouco de café para beber, indo até uma mesinha ali e sentando sobre ela, tirando o celular do bolso.

Suguru começa a ver as mensagens de pessoas preocupadas com a amiga, respondendo a mesma coisa para todas elas "Graças a deus ela está bem", algo meio repetitivo, igual as chamadas perdidas de todas as pessoas preocupadas com Shoko, tão repetitivo como os ataques recentes do Ghostface, tão repetitivo quanto as luzes daquela cafeteria piscando, tão repetitivo como os barulhos de passos pelo lugar que deveria estar vazio.