Aquela que conquistou o Sol

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Washington, DC - 2017 

Era primavera americana, as flores estavam cada vez mais aromáticas e coloridas por todos os cantos da capital do grande Estados Unidos da América, época de grande fluxo de turistas querendo ver um dos grandes pontos de visitação, o comércio cada vez mais movimentado, era o momento para todos aproveitarem o que o distrito federal tinha para oferecer. 

Passos firmes e altos eram escurados pela grande mansão ainda com piso de madeira colonial construída em 1790 bem após a revolução americana culminando na independência dos Estados Unidos em 1776. 

O mordomo da casa curiosamente se pusera para fora da cozinha onde se encontrava preparando mais uma vez uma bela e farta refeição que não seria aproveitada nem pela metade da metade, mas fazia com gosto sempre até que ele avistou uma mulher alta, vestindo um vestido preto que ia até seus joelhos, com meia calça preta e calçando um scarpin também preto, ela tinha uma bolsa claramente de grife em uma de suas mãos e seus olhos escuros acompanhados de longas madeixas pretas onduladas quase que faziam dela uma Mortícia Addams mais contemporânea. 

- Ah, ai está você Lewis, já faz um tempo não é mesmo? - disse a mulher aproximando em passo calmos em o mordomo prontamente assentiu. 

- De fato, senhora, faz um longo tempo desde que nos vimos pela ultima vez. - ele recolheu a bolsa da madame como era esperado de um bom mordomo. 

- Um longo tempo em parâmetros humanos, com certeza. - ela comentou olhando atentamente a casa em seu interior, pelo menos a casa era bem cuidada e tinha seu charme antigo que só uma revolução pode dar a uma casa. - Eu estava de passagem e resolvi ver como andam as coisas...

- Certamente, madame. 

- E como ela esta? - a mulher foi direta ao ponto, ela não era alguém que precisava fazer muitas voltas para chegar ao assunto que queria, além do mais, ela estava em seu próprio território então tinha que pelo menos ver como estavam as coisas apesar dos últimos acontecidos. 

O mordomo Lewis soltou um suspiro preocupado antes de pousar a bolsa da senhora sobre o apoiador de casacos e juntar suas mãos na frente de seu corpo. 

- Devo dizer que a senhora continua do mesmo jeito em que a madame a viu da ultima vez, poucas coisas mudaram desde o fatídico dia. 

- Por Deus, já fazem 100 anos! O que essa garota tem na cabeça de achar que pode viver a eternidade como alguém enterrado em uma tumba? - a mulher levantou os braços completamente irritada, não que ela esperasse noticias muito diferentes daquela já que sua filha se quer atendia suas ligações e mandava Lewis fazer o trabalho. - Ela pelo menos bebe a quantidade de sangue que precisa para não secar? 

Secar era o sinônimo de anemia para os vampiros, e bem, eles eram. Se um vampiro secasse ao ponto completamente drástico ele poderia perder os sentidos ou na pior das hipóteses, enlouquecer forçando o encerramento de sua existência. Eles não poderiam ser descobertos, e faziam séculos que andavam pela terra junto aos humanos quando a noite chegava, já que o sol era extremamente perigoso ao ponto de poder mata-los. 

- Sim, eu me certifico que ela ingira a quantidade de sangue necessária para não corremos o risco disso acontecer. - afirmou Lewis, como sempre leal ao clã a quem servia. 

- Bom, pelo menos isso, podemos comer comida humana mas ela não nos sustenta como o sangue e eu espero que ela não se esqueça disso.

- Farei sempre tudo que estiver ao meu alcance para ela jamais esquecer, madame. - disse o mordomo estendendo a mão abrindo caminho para a mulher subir pelas escadas. - Ela esta no quarto dela, como sempre, gostaria de alguma coisa, senhora Anne? 

Avenida dos Sonhos QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora