•04-- The second death... the first experience.•

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A SEGUNDA MORTE... A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA.

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Sarah Meyers

Era uma manhã normal, um ano após a morte de minha mãe e de Jully... Eu estava em uma nova casa com Cindy e minha avó. Estava com 18 anos e me sentia vazia por dentro, uma dor angustiante e algo dentro de mim tentava se libertar, algo que não era bom... Depois da pequena vingança que fiz contra aquele canalha, acabei deixando de lado a matança. Olhando por um lado, matar não é meu forte... Mas talvez uma partezinha minha quer isso. E essa partezinha, era a Sá. Ela ficava no meu ouvido a cada minuto, hora ou dia me enchendo o saco.

—Mana, cadê você?- Ouço a voz de Cindy, que atualmente está com 11 anos e bem atrevida.

—To aqui! -Respondi, enquanto arrumava algumas coisas de minha cama.

—A vó tá chamando pra gente ir passear.-comentou, meio séria.

—Diga a ela que já estou indo. -Pedi, sem olhar para Cindy.

Ela saiu, e então terminei de arrumar e sai do quarto, pegando meu casaco xadrez vermelho e indo até onde as duas estavam.

...

Ja estávamos em um parque meio movimentado, sinceramente, não gosto daqui. Sim, esta cidade é a cidade natal de minha mãe e, sim, eu já sou maior de idade, mas prefiro ficar perto das duas do que deixa-las sozinhas e à deriva. Aquela cidade em que estávamos não era tão ruim, mas também não era tão boa: como meninas se prostituindo, drogas e mais coisas. Havia um bordel ali, e eu sempre percebia que uma mulher adulta, alta e que parecia uma chefe saia indo até seu carro; provavelmente era dona daquele bordel, e forçava as meninas  a se prostituirem. Eu deveria fazer alguma coisa, mas não tenho como.

O parque já era cheio de crianças e garotas adolescentes, algumas quietinhas tomando sorvete e outras fumando. De acordo com minha avó, a cidade era segura e feliz no tempo em que minha mãe era uma garota, mas agora... Tudo mudou e para pior. Eu sempre ficava de olho em Cindy, ela pode ter 11 anos, mas eu gosto de previnir tragédias... Depois de tudo que aconteceu.

Minha irmã tomava sorvete com minha avó, mas eu não quis. Eu me senti tão estranha nos últimos anos, muito estranha mesmo. Quando eu me olhava no espelho, eu não era a mesma garota de 1 ano atrás: eu tinha pele pálida, e uma marca sinistra no meu olho esquerdo apareceu... Como a daquele canalha. Não precisei treinar em academia para ficar forte, eu fiquei misteriosamente, e minha altura também subiu, antes eu tinha 1,70, agora tenho 1,89.

A dor mudou tudo, ele mudou tudo.

O ódio que eu sentia era inexplicável, antes eu era introvertida... Mas eu sou mais ainda agora. Não gosto de ver muitas pessoas e parece que minha ansiedade piorava. Deixando de lado meus pensamentos, eu estava vendo as crianças brincarem e vi Cindy terminar de tomar seu sorvete, indo para o balanço se divertir um pouco.

—Você está bem, pequena? -Ouço minha avó falar comigo, olhando para mim com um olhar preocupado.

—Ah? Estou sim, vó. -respondi calmamente. Mesmo com 1,89, ela ainda me chamava de pequena... Fico feliz por isso.

—Não parece querida. -comentou, arrumando sua bolsa. -Você não era tão protetora assim.

—Pessoas mudam, vovó. -Respondi, suspirando. -Algumas para melhor, e outras para pior.

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