Capítulo XLII - O grande Castelo

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--- Bem, creio que cheguei a uma conclusão. — Darius Zackley ajeitou-se na cadeira e limpou sua voz, antes de prosseguir. — A custódia de Eren Jaeger pertence à Divisão de Reconhecimento. Dito isso, dou a sessão como encerrada! — Darius bateu o martelo, logo se levantando, arrumou a gravata e ignorou o burburinho ao redor, pessoas insatisfeitas gritavam palavras de fúria, insultos e xingamentos.

--- Eren! — Mikasa gritou, obrigando Eren a reunir forças para levantar seu corpo, ainda prostrado e machucado no chão. Seus olhos a viram sendo levada por Hange e Armin.

Eren esticou o braço em uma tola tentativa de alcançá-la, a jovem fez o mesmo e se encararam até que as portas que a obrigaram a passar foram fechadas, cortando totalmente o contato visual que faziam.

--- Eren? — Disse Erwin, entrando em seu campo de visão. — Desculpe-nos por isso. Você é muito corajoso, mas, precisa nos seguir, aqui não é seguro para você. — O Comandante pegou as chaves que estavam na posse da Polícia Militar e entregou para Levi, que libertou Eren de suas apertadas algemas.

--- Venha conosco, pirralho. — Levi o alertou, no momento em que Erwin caminhou para fora do ambiente.
O Comandante exalava um ar de superioridade, caminhava silencioso e imponente no meio dos seres humanos medíocres presentes naquela sala.

Mesmo seguindo atrás, cambaleando, ainda sem fôlego, Eren mantinha os olhos vidrados nos homens à sua frente, ambos, muito admirados em sua infância.

Trajavam o manto verde que tanto representava essa divisão, nas costas o belíssimo símbolo das asas, liberdade! Ambos os mantos refletiam na luz do sol que entrava tímida pelo corredor, tornando aquela cena única.

Com os passos lentos e doloridos, Eren seguiu, silencioso.
Assim que entraram em uma das muitas salas presentes naquele corredor que Eren ainda não sabia identificar em qual região ou bairro estava, encontrou Hange, sozinha.

--- Ei, quartro-olhos, veja como ele está. — Pediu Levi, caminhando até uma pequena mesa. Pegando uma xícara para si e outra para Erwin.

--- Olá, pequenino. Não tenha medo de mim, ok? — Hange segurou em seus ombros o ajudando a caminhar até um banco estofado de madeira escuro.

--- Onde está a Mikasa? — Sussurrou para Hange, certificando-se de que apenas ela ouvisse.

--- Ela está segura. — Sorriu abertamente. — Ela e seu amigo, aquele... Que é loirinho e educado.

--- Armin, o nome dele é Armin.

--- Isso! Desculpe-me, minha memória não anda muito boa essa semana. — Coçou a cabeça, um pouco envergonhada. — Isso dói? — Hange apertou o corte um pouco acima da bochecha e o ouvi gemer.

--- Aí! Dói. — Eren tocou a pele machucada em forma de proteção.

--- Fascinante. — Hange ajustou o óculos bem diante dos olhos castanhos e abriu a pequena maleta de primeiros socorros que possuía.

Alguns minutos passaram enquanto Hange limpava e tratava dos machucados e hematomas que Eren recebeu.

--- Levi, você pegou muito pesado! — Reclamou. — Ainda bem que o garoto é titã e se recupera, imagina o tempo que demoraria até se curar de tudo isso.

Levi caminhou emburrado e sentou-se no banco ao lado de Eren, que rapidamente se encolheu instintivamente, seu coração estava tão acelerado que temia ser ouvido por todos naquela sala minúscula.

--- Você não tem raiva de mim, não é, Eren? — Levi colocou o braço no estofado do banco e fitou Eren nos olhos, o fazendo se encolher ainda mais.

A Escolha - Shingeki no KyojinOnde histórias criam vida. Descubra agora