Aqueles que são caçados

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O caminho todo estava um completo silêncio, não que Jimmy quisesse realmente conversar com aquela gente que veio busca-lo naquele lugar. Talvez por um lado ele tivesse que ser grato por finalmente se ver livre de todos aqueles cuidadores sonsos, mas por outro lado ele se sentia completamente acoado pois não conhecia aquela mulher de cabelos pretos que havia se apresentado como sua "avó", risos, e um motorista de óculos escuros no meio da noite como se fosse o dia mais ensolarado de Washington, DC. 

A primeira impressão não poderia ser pior, a mulher apenas chegou olhando Jimmy de cima para baixo como se tivesse comprando uma peça de roupa e ainda soltou um singelo "poderia ser uma menina, mas vamos trabalhar com o que temos".  Há mas ela iria ouvir umas verdades, ela parecia tão esnobe ao ponto de fazer o garoto entender o porque de serem uma família tão importante para aqueles sangue sugas, mas foi impedido de falar qualquer coisa pela cuidadora chefe que tomou rapidamente a palavra, já que sabia exatamente como James poderia se comportar e não queria dar uma péssima impressão para a senhora Anne Ansebas. 

Itens dele entregues ao motorista que os guardou com cuidado no porta-malas, os três entraram no carro preto claramente blindado, e seguiram. 

Nem mesmo a rádio local foi ligada naquele carro para quebrar um pouco daquele silêncio ensurdecedor que havia ali. 

- Então, James... - a mulher começou a falar enquanto puxava um pequeno espelho de dentro de sua bolsa para se olhar apenas. 

- Jimmy. - ele a corrigiu diretamente vendo uma das sobrancelhas bem desenhadas se levantar. - Prefiro ser chamado de Jimmy...

- Entendo. - ela comentou achando o interrupção do garoto uma completa audácia. - Então, Jimmy... você já ficou mais de um minuto em exposição ao sol desde que foi transformado? 

Aquela pergunta parecia não fazer sentido, tipo, eles eram vampiros, como eles iriam ficar expostos ao sol?

- Eu pensei que não podíamos sair no sol, pelo menos foi o que foi me dito e quando eu coloquei minha mão no sol por apenas cinco segundos ela ficou bem assada. 

- Ah, entendi... - a mulher respondeu como se tivesse desapontada. Jimmy não estava entendendo o que ela pretendia com aquela pergunta completamente do nada. - Bem, vamos ter tempo para testar isso com você, a media que sua mãe for lhe alimentando você vai ficando mais forte e quem sabe você possa ser como ela e conquistar o sol.

- Como assim conquistar o sol? Eu ouvi falarem sobre isso quando estava com aquela galera e não entendi ainda exatamente sobre o que isso quer dizer. - Jimmy quis saber virando seu rosto para finalmente fitar a mulher com curiosidade vendo ela fechar o espelho portátil e virar seu rosto, bonito por sinal, e o olhou sem expressão alguma. 

- Conquistar o sol significa que o vampiro pode andar no sol sem ser queimado. É algo que apenas a sua mãe pode fazer. 

- Ok, primeiro, eu ainda tenho mãe, dona. Tudo bem que a gente não se da muito bem, mas eu ainda tenho mãe. - Jimmy levantou um dedo para sinalizar. - Segundo, se todos os vampiros queimam no sol, por que ela não queima? 

A mulher sorriu com diversão para o pequeno protesto do garoto, seria divertido ver sua filha ter que lidar com uma criança com bastante opinião como aquele bebê vampiro, infelizmente ela não ficaria muito perto porque tinha outros assuntos a tratar no Mississipi mas pediria para que Lewis, o mordomo, ficasse de olho neles dois enquanto James passava por sua adaptação como vampiro recém-nascido e como filho de Eliza. E claro, observando a adaptação de sua filha se virando como mãe.  

- Sua mãe é uma vampira rara, criança, você vai entender isso a medida que for amadurecendo. - avisou a mulher olhando novamente para a frente. - E ela é sua mãe agora, sua vida de humano ficou para trás e quanto mais cedo você aceitar isso, melhor será para você. 

Avenida dos Sonhos QuebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora