𝓜𝔂 𝓼𝔀𝓮𝓮𝓽 𝓪𝓷𝓰𝓮𝓵 :: 𝐓𝐨𝐦𝐦𝐲 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲

𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝚍𝚘𝚣𝚎

Uma semana se passou desde nossa viagem á Londres. Olho no relógio de cabeceira e vejo que já é tarde, rapidamente me levanto afim de me arrumar para mais um dia de trabalho.

O café da manhã tem sido solitário desde que cheguei de Londres. Tommy tem chegado muito tarde e saído muito cedo, justamente depois de sua declaração calorosa. Coincidência? Acho que não! A grande verdade é que Thomas tem me evitado como um diabo fugindo da cruz. E eu não poderia estar mais enfurecida.

Eu sabia que não daria certo! Thomas é um homem extremamente complicado, eu entendo que ele ainda esteja de luto por Grace. Mas isso já é demais, poxa vida! Eu não sou uma boneca pra ele brincar dessa forma, chega. Pra mim isso foi o estopim.

Eu sou uma jovem inexperiente no que diz respeito ao amor e relacionamentos. Mas veja bem, eu tenho tido uma postura madura frente a isso que estamos vivendo. Ao contrário de Tommy, se ele acha que eu vou correr atrás dele, está muito enganado.

Toda essa semana o motorista de Tommy tem me levado e trazido, do trabalho. Eu sinto falta dele admito, mas não irei agir como uma menininha chorona e carente.

Desço do carro e agradeço ao motorista, adentro a casa de apostas. Antes de entrar, vejo um pequeno cartaz colado na parede do estabelecimento ao lado. O que tem escrito nele, chamou a minha atenção.

Curso de modelagem, corte e costura: torne-se uma Modista de sucesso.

Fiquei muito interessada, anoto o telefone afim de ligar uma outra hora. Já algum tempo eu estou com essa vontade de me qualificar em algo. De verdade sabe? Eu quero ter uma profissão e esse curso, me pareceu ideal para o que procuro.

Volto ao meu caminho e adentro a casa de apostas e ali encontro minhas colegas de trabalho que tanto amo.

Polly, Linda e Lizzie. É claro que eu contei todo o papelão que Thomas fez, afinal. Elas são minhas amigas não? Tia Polly ficou furiosa, mas eu a assegurei de que eu estou bem.

Ela não acreditou, mas preferiu deixar quieto. O mesmo as outras duas fizeram, por consideração a minha pessoa.

***

Termino de fazer o relatório do mês, tudo que entrou e saiu. Todas as pequenas e grandes informações necessárias estão escritas nesse relatório que carrega em minha prancheta. Normalmente esse seria o trabalho de Lizzie, mas Tommy pediu para que eu fizesse.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo não é?

Estou nervosa, pois nesse exato momento estou batendo na porta do escritório do Sr Shelby. Ouço um entre. E adentro o local.

– Aqui está o relatório que pediu Sr Shelby. Se não precisa de mais nada, já estou indo embora. – Digo o mais profissional possível.

Ele nada diz, apenas assente em afirmação.

Que ódio.

Saio de forma pacífica de seu escritório, e ao fechar a porta eu dou uns murrinhos no Thomas imaginário que acabo de projetar em minha mente. Percebo Linda e Lizzie cochichando e rindo. Tento não me afetar, pego minha bolsa e saio.

Ao sair da casa de apostas vejo Ralph o motorista me aguardando em frente ao carro preto de Thomas. Eu o dispenso, não irei para casa. Não agora.