Capítulo 21 - Ohm

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O fogo da lareira começa a diminuir e o Nanon geme alto, estamos deitados no chão, ele está com as asas abertas e a sua luz que nos envolve enquanto ele me fode.
- Fica comigo, Ohm!
Eu paro de pensar, fecho os olhos e me concentro apenas em nós, nesse momento. Ele mete fundo e eu juro que o chalé tremeu, mas não me importo, tudo que me importa agora é ele e o orgasmo que eu sinto chegando.
- Mais forte, Anjo, eu não vou quebrar!
Ele sorri, me beija e fala no meu ouvido.
- Você não, mas a casa não aguenta.
Mesmo assim ele mete com tudo e gozamos juntos enquanto o chalé treme mais uma vez. Ele me beija novamente e se levanta.
- Isso é muito injusto, você não se cansa nunca e eu estou acabado!
- Nós fizemos isso sem parar a noite inteira, seria estranho se você não estivesse cansado, meu amor.
Eu sorrio e sento, olho para o fogo se extinguindo e levanto, pego a minha calça e visto.
- Eu vou pegar lenha.
Ele me olha preocupado, mas suspira e concorda, acho que ele está sempre no limite de tentar me proteger de tudo e não me prender demais.
- Eu vou fazer alguma coisa para comer.
Eu vou até ele e o beijo, pego a minha blusa de lã e visto, coloco as botas de neve e saio. Vou até o galpão onde as lenhas ficam armazenadas e pego já uma quantidade extra para não ficar saindo. O Nanon não sente frio, eu tenho resistência, mas me incomoda, prefiro o calor, então sempre mantemos a lareira acesa. Coloco a lenha no chão do lado de fora e tranco o galpão, quando me abaixo vejo uma luz ao longe, tento olhar, mas não consigo ver direito.
- Anjo?
O Nanon não responde e eu vou andando até a luz, parece muito com a do Nanon, mas de alguma forma é diferente. Ando por quase 300 metros até a luz começar a me cegar, mesmo assim eu continuo caminhando, é como se algo estivesse me puxando para dentro da luz.
De repente a luz some e eu vejo alguma coisa coberta de neve, eu corro, me ajoelho e começo a cavar, consigo achar um pé descalço e muito pequeno, me assusto e vou para o outro lado, cálculo um metro mais ou menos e cavo mais uma vez, acho o pescoço e subo até descobrir a cabeça, me aproximo e a criança ainda está respirando, ele me parece familiar.
- Ei, garoto!
Limpo um pouco de neve que ainda está no seu rosto, mas ele não se mexe, então eu tiro a neve do resto do seu corpo nu, tiro a minha blusa, enrolo nele, pego ele no colo e corro para o chalé, quando me aproximo começo a gritar.
-NANON! NANON!
Ele aparece na porta assustado e quando vê que tenho algo nos braços fica surpreso, eu entro na casa enquanto falo atropelando as palavras.
- Eu fui pegar lenha uma luz eu fui ver o que era essa criança estava enterrada eu cavei pra está respirando mas não acorda você consegue fazer alguma coisa?
- Ohm, calma! Coloca a criança no sofá, você deve estar sufocando do jeito que está segurando.
Eu deito o garoto no sofá e sinto ele colocando a mão no meu ombro, quando me afasto ele dá um passo para trás, corre para a porta e olha para fora nervoso.
- Nanon?
- Não é uma criança, é um querubim!
Ele corre para fora e as suas asas surgem, ele começa a subir e some, eu volto para a criança e não vejo nada de diferente, é só uma criança, ele abre os olhos e sorri pra mim, juro que ele é idêntico ao Nanon!
O Nanon volta e segura a minha mão.
- Vamos embora!
- O que? Não! Nós temos que ajudar ele!
- Ohm, quais as chances de um outro anjo aparecer por coincidência onde nós estamos?
- Olha para ele, Nanon, ele não parece bem! É só uma criança!
- Não se engane pela sua aparência, Ohm, ele é um anjo como qualquer outro, ele é anjo um mensageiro!
A criança segura o meu braço e olha para o Nanon assustada, eu viro, solto a mão que o Nanon está segurando e passo pelo seu rosto.
- Está tudo bem, anjinho, ninguém vai te machucar!
- Inacreditável!
Eu olho para o Nanon que está com as mãos na cabeça e me olha indignado, a criança aperta mais o meu braço e eu olho para ela, ele faz um sinal com a mão e eu me aproximo.
- Eles querem me pegar!
- Quem, anjinho?
Ele estende a mão e aponta para o Nanon, que fica surpreso. O Nanon da a volta no sofá e levanta a criança, olha nas suas costas e passa a mão, a criança grita e ele para de tocar.
- O que você fez, querubim?
- Um serafim pediu para eu entregar uma mensagem para um anjo que está na terra, quando eu estava saindo do céu outros anjos me prenderam e disseram que o Serafim Namtan estava em contato com o inferno, eles queriam saber qual era a mensagem, quando não contei eles arrancaram as minhas asas... Eu não lembro de mais nada depois disso.
- Qual era a mensagem?
Ele olha para mim e para o Nanon.
- O Nefilim está na Islândia.
O Nanon me olha preocupado.
- Pega as suas coisas, nós vamos embora!
- Não podemos deixar ele assim, Nanon!
Ele me olha irritado, levanta e vai para o quarto, a criança me olha assustada e eu só sei que tenho que proteger ele.
- Como é o seu nome, anjinho?
- Dew.
- Oi, Dew, eu sou o Ohm, aquele é o Nanon.
Ele sorri e acena, o Nanon volta com as nossas malas, entende a mão e me olha sério.
- Ohm!
- Não sem ele, Nanon!
Ele olha para a criança irritado e suspira.
- Como você veio parar aqui?
- Eu não sei...
O Nanon encara ele por um longo momento, então acena.
- Pega ele, mas se você estiver mentindo vai se arrepender, querubim.
- Dew.
- o que?
- O nome dele é Dew.
O Nanon suspira e estende a mão, eu seguro o menino no colo e pego a sua mão, em um piscar de olhos estamos em outro lugar, o menino olha encantado e sorri para o Nanon.
- Sempre quis conhecer Madagáscar!
O Nanon olha irritado, solta a minha mão e as malas, some, quando volta segura a minha mão e as malas novamente e paramos em um quarto com uma vista linda para o mar.
- Não saiam daqui!
Ele some mais uma vez e volta com roupas de criança, da pro menino e olha para mim.
- É melhor você tomar banho e se vestir, eu vou ficar de olho nele.
Eu suspiro, vou até ele e o beijo.
- Pega leve, anjo, ele está assustado.
Ele não responde, então eu olho para o menino e para ele, o beijo mais uma vez e vou procurar um banheiro.

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