Contos

Quando o amor chega

Ela sabia que deveria manter distância ou acabaria machucada. Todavia, era difícil não se perder naquele olhar sedutor carregado de malícia. Agatha não imaginava que o irmão mais velho de sua melhor amiga fosse tão bonito e sedutor. Ela o conhecia apenas por fotos e o achava bonito. Mas quando o viu pessoalmente ficou deslumbrada. Ele era lindo e inteligente o que a deixou fascinada. Ele era um convite ao pecado e estar sob o mesmo teto que ele, significava que ela estava vulnerável a pecar.

Quando Marco comunicou Daphne que passaria três meses com ela em New York, ela ficou surpresa. Ela não conseguia entender por que o irmão que acabara de concluir a faculdade estava deixando Londres onde deveria assumir os negócios da família para morar com ela e a melhor amiga. Por mais que ele dissesse que era para matar a saudade e compensar o tempo que estavam longe, Daphne não se convencia. Ela sabia que Marco tinha seu destino traçado que como o primogênito, assumiria a rede de hotéis da família. Seus pais tinham grandes planos para ele e um deles era que após a faculdade ele começasse a trabalhar imediatamente na administração dos hotéis. Daphne sentia-se feliz e ao mesmo tempo aliviada por não ter os pais por perto.

Ela sentia-se feliz por ter nascido primeiro ou ela estaria no lugar do irmão tendo que fazer algo que não queria. Claro que da mesma forma, que seus pais traçaram planos para Marco, eles haviam traçado para ela. Contudo, ela foi ousada em desafiá-los e seguir seu caminho. Aceita em seis universidades diferentes, Daphne resolveu deixar Londres e mudar-se para New York onde podia viver livre do julgo de seus pais. Ela se lembrava com exatidão do dia em que chegou a cidade.

Ela parecia perdida andando pelo campus da universidade e foi nesse dia que ela conheceu Agatha e ambas se tornaram amigas e quatro meses depois Agatha a convidou para morar com ela e foi dessa forma que ela acabou em um apartamento luxuoso com vista para o rio Hudson. Ela quis pagar aluguel à amiga, mas ela recusou. Ela sabia que Daphne podia pagar, todavia ela não tinha necessidade de mais dinheiro. À quantia que herdou de sua mãe, era suficiente para que ela vivesse o resto da vida de forma confortável.

Entretanto, mesmo sabendo da condição financeira da amiga, Daphne não se sentiu confortável ao pedir a amiga para hospedar seu irmão. Ela sentia como se tivesse abusando da boa vontade dela, mas depois de muita insistência da parte de Marco, a irmã finamente falou com a melhor amiga que disse sim. Agatha ficou feliz em receber mais uma pessoa em casa. Ela achava seu apartamento solitário e ter mais gente em casa, enchia o lugar de vida a fazendo esquecer a noite terrível em que sua mãe morreu ali.

Daphne planejou um tour com o irmão pela cidade. Ela o levaria nas melhores festas, nos melhores restaurantes e é claro, eles visitariam todos os pontos turísticos. Infelizmente para a tristeza de Daphne, logo no primeiro dia, seus planos foram arruinados por uma chuva forte seguida de muitos relâmpagos. Eles não tinham opção a não ser ficar em casa.

Vendo que a irmã estava chateada Marco disse:

-Ei! Não precisa ficar com essa cara, vamos ter muito tempo para passear. Agora me digam meninas, que tal assistirmos a um filme?

-Eu topo- Disse Agatha.

-Eu também- Respondeu Daphne- Só não vale terror.

-Eu escolho- Disse ele- Ou vamos acabar vendo algum romance idiota.

Agatha odiava filmes de horror e ela tinha um bom motivo para isso. Afinal, ela havia presenciado cenas de horror verdadeiras a sua frente, ela pensou em dizer para não colocar, mas preferiu se calar. Marco não conhecia sua história e ela não estava nem um pouco afim de contar a ele. Ele colocou o filme e os três começaram a assistir em menos de vinte minutos Daphne havia pegado no sono. Vendo que a amiga tinha adormecido Agatha disse: