Quando Pietro descobriu por acaso um segredo que o pai escondia de todos ele nunca pensou que isso lhe custaria seu futuro, mas é após a morte do homem que ele vê o seu caminho se cruzar com o de Victor, um rapaz que faria o possível e o impossível...
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Demorou alguns minutos até que a porta fosse aberta. Quando Verônica a abriu, vi a garota me olhar com surpresa, ainda mais quando viu a mala ao meu lado.
── Pietro? Como... O que está fazendo aqui a uma hora dessas?
── Posso entrar?
── É claro que pode! Venha. - respondeu dando espaço para que eu passasse.
Entrei e acomodei a mala em um canto da sala e joguei a mochila pesada no chão. Verônica ainda me observava em silêncio, mas pela sua fisionomia estava curiosa para saber o que eu fazia ali em sua porta.
── Pietro, o que aconteceu? E essas marcas? - me virei pra ela ainda sem dizer muita coisa e retirei o cachecol que encobria meus ferimentos. Verônica, ao ver aqueles machucados, cobriu sua boca, os olhos arregalados devido ao espanto.
── Acredite quando digo que a dor interna dói mil vezes mais que a externa. - cochichei, deixando que as lágrimas caíssem dos meus olhos feito cachoeira. Verônica se aproximou e me abraçou, apertando forte meu corpo. Enfiei meu rosto no vão do seu pescoço e fiz a única coisa que queria fazer naquele momento.
Passou algumas horas depois e eu estava sentado a mesa, esperando Verônica terminar de preparar um chá. O cheiro da camomila já havia se espalhado por todo o ambiente, mas seria preciso de muito mais que aquilo para me manter tranquilo.
── Se sente melhor agora? - ela questionou, colocando uma xícara em minha frente. Tomei em minhas mãos e a levei até minha boca, bebendo um pouco do líquido. A olhei em seguida.
── Eu acho que sim.
── Dawn me contou o que aconteceu lá no bar. Pietro, foi por isso que...? - Verônica se calou, procurando palavras.
── Não precisa me olhar assim, como se estivesse com pena de mim. - ralhei, baixando meu olhar.
── E como eu poderia ficar? Olhe para você, o que aquele homem fez com você Pietro. Pensei que ainda existisse um pouco de dignidade ai dentro.
── Haha! Faz muito tempo que não sei mais o que é isso, não acha?! - falei um pouco mais alto. Voltei a encara-la e então passei as mãos pelo meu rosto e em meu cabelo. ── Verônica, eu não vim aqui para brigar. Eu só quero, só preciso de algum lugar que me permita escapar de tudo isso que eu vivi nas últimas semanas.
