Paixão na Quadra - Romance sáfico

uma ideia maravilhosa

Acordei com o alarme tocando, 5:30. Alguém sabe me explicar por que diabos as aulas no Brasil começam tão cedo? Me levantei e corri tomar um banho, hoje teríamos mais um treino com o time. Nossa que saudade que que tinha disso.
Eram quase 6:30 quando saí de casa de bicicleta, pois o colégio não ficava tão longe. Curitiba é uma cidade "pequena" comparada ao tamanho do estado, e eu curto muito isso, sei lá, parece que tudo fica mais perto!

Cheguei na escola e quase não entrei para a primeira aula, o que foi uma pena porque era química, e eu odeio química com todas as minhas forças.
A professora Dani era maravilhosa, e eu até entenderia sua matéria se não tivesse repetido de ano por causa de química no 9° ano. Quer dizer, nunca fui muito de biológicas e exatas, acho que sou muito melhor em humanas. E por mais que eu planeje fazer faculdade de psicologia ano que vem, minha vontade mesmo era fazer algo com fotografia. ( Eu sei é super estranho ) mas é algo que eu tenho uma paixão inexplicável.

Por incrível que pareça, as aulas de manhã se passaram rápido e eu já pude descer até o banheiro do ginásio, onde iria me trocar para o treino. Foi quando ouvi Leti chamar, e corri para a quadra.

A treinadora estava com uma cara séria que não era seu típico, e todas as meninas do time estavam estranhamente agitadas.

- Meninas por favor, silêncio. Quero conversar sobre algo sério com vocês - engoli um seco - A escola está... querendo fechar o time de handebol.

Consegui ver todos os olhos das meninas se arregalarem, e elas se olharam, confusas. Senti algo ruim no peito.

- A diretoria não vê o porque insistir em um esporte que não é tão popular como o vôlei, é que não dá tantas vitórias para a escola.

Isso não podia estar acontecendo. Haviam se passado apenas 2 semanas desde a minha volta para o Brasil, aquilo era muito injusto.

- Mas os outros times da escola tambem perderam ano passado! Não é justo! - Laura argumentou.

Todas pareceram concordar com Laura, e eu também.

- Sim Laura, mas a não ser que ganhemos o próximo festival de esportes dos colégios particulares, vocês terão que dar adeus ao time de handebol de Céu azul.

- então vamos ganhar! - Eu disse impulsivamente e em bom tom. - Você acha que não conseguimos treinadora?

Ela pareceu refletir, mas então sacudiu a cabeça com tristeza e me olhou.

-As outras escolas sim, mas a Jorge Couto não. Elas tem algo no treinamento delas que eu não sei.... é peculiar. Você não estava aqui quando elas jogaram contra nós. Foi terrível.

As meninas abaixaram a cabeça, consegui sentir Camila estremecer do meu lado.

- Se eu pudesse saber o que tem de diferente no treino... eu acho que ganharíamos. - Leti disse, com o olhar baixo. - Mas isso não é possível, então vamos apenas nos preparar pro fim... e...

- Não! - eu falei, um pouco alto se mais ( opa ) - Não vou aceitar isso. Tem que ter um jeito...

Todas me olharam tristes, mas Morgana me olhou pensativa e se virou para a treinadora.

- Eu tenho uma ideia - Disse Morgana, com um sorriso estranho no rosto. - Vamos infiltrar alguém no time delas.

Todo o ginásio ficou quieto, até a treinadora a olhou em silêncio. Eu não sabia o que falar, minha cabeça estava explodindo de ideias com essa possibilidade.

- continue, Morgana.

- Temos que enviar alguém para treinar com elas, e mandar tudo para você treinadora, por mensagem. Assim, no dia da competição, estaremos com as táticas e estratégias delas na ponta da língua.

- Pera, mas isso não seria contra as regras da competição...? - Camila argumentou, e Morgana a olhou feio.

- Seria. Mas só se descobrissem - A treinadora disse, com um sorriso malicioso no rosto. Nossa, nunca tinha visto ela assim. - Assim como vocês não querem ficar sem time, eu também também quero ficar sem emprego. Então, eu acho que seria uma boa ideia. Mas quem?

As meninas do time se agitaram e começaram a pensar. Algo bateu forte no meu peito ( que estranho). Não seu o que isso significa, mas senti como se fosse minha obrigação como capitã do time. Então eu levantei a mão e chamei a treinadora.

- Eu.