oi!
dói sem tanto acabou mas minhas memórias com a defuntinha não!
foi meio difícil pensar em uma one que demonstrasse como a Ayla é, e como eu moldei a personalidade dela. Mas eu espero que vocês gostem.Dedico pra liz, pra ela dar paz pro grupo.
Quem dá a vida pra Ayla é a Kiria Malheiros – moça da capa.
Boa leitura!
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Antônio gostava de ser pai, é sério, ele adorava. Adorava segurar as crianças no colo enquanto conversava com alguém, adorava fazer Petra dormir e adorava contar histórias de super-heróis para os meninos. Numa realidade em que ele era pai de verdade, ele gostava.
Estava ansioso, ele era uma pessoa ansiosa, mas naquele dia estava mais. Irene apertava sua mão e nem assim o nervoso passava. Quando entraram na sala de parto ele respirou fundo, aquilo era assustador, mas quando um chorinho ecoou naquela sala ele sorriu, sorriu e seu rosto se inundou com algumas lágrimas.
Ela estava ali, viva, os médicos duvidaram e ela estava viva! Ela e sua esposa, ambas vivas! Em seguida, foram encaminhados para o quarto e ele observava sua esposa extremamente apaixonada naquele pequeno serzinho.
Ayla.
Sua pequena, sua Ayla.
Angelina abriu a porta junto das crianças e Antônio pegou Petra no colo e deixou que a pequena conhecesse a irmã, dando um beijinho na testa dela. Irene sorriu.
— Olha, Petra. – Irene pegou a sacolinha ao seu lado. — A Ayla trouxe esse presente pra você.
A menina sorriu, abraçando a sacolinha. Repetiram o mesmo processo com os meninos e agora Angelina segurava Ayla, fazendo o sinal da cruz na testa da menina.
Irene nunca foi católica, não como a mãe dela era, apenas acompanhava a mãe nas missas, novenas e outras coisas que a Igreja fazia. Mas nunca foi católica, nem era devota de algum santo. A não ser a Santa Cecília.
Mas isso ela explicaria depois.
Sua gravidez não foi fácil, era de risco e nenhuma das duas sairia viva, era um risco que ela quis correr, e as duas estavam aqui. Ayla era um milagre, o milagre da sua vida e o milagre da sua fé.
***
Bebês em sua maioria são estranhos, Antônio sempre achou isso. Choravam e não sabiam o motivo, e mesmo que soubessem, não sabiam falar para dizer o que era. Ayla era uma menina esperta, com toda certeza, mas ainda sim era um daqueles bebês estranhos.
Ela erguia as mãozinhas para pedir colo, puxava o cabelo da irmã, abria e fechava a mãozinha para pedir mais comida e já balbuciava algumas coisas. Engatinhava por tudo e era extremamente ciumenta e possessiva quando se tratava da mãe.
Há meses não beijava Irene para se despedir porque a pirralha não deixava e abria o berreiro, Irene levava horas para acalmá-la. Então, obrigou a esposa a sentar no chão e iria ter uma conversa séria com a filha.
— Ayla, presta atenção no papai. – ele a colocou no colo. — Eu cheguei antes de você na vida da mamãe, entendeu? Então eu tenho todo o direito de beijar ela quando eu bem entender. Ouviu?