Sunghoon estava trabalhando em mais uma de suas artes; o pincel deslizava perfeitamente pelo quadro, a tinta azul que fazia o céu estava ficando mais bonito que o esperado - e ele não havia esperado muita coisa.
Seu celular tocou o fazendo soltar o pincel, limpou as mãos em um pano qualquer que encontrou e saiu de sua cadeira, indo até a mesinha onde se encontrava o aparelho e atendendo ao número desconhecido que o ligava.
- Alô?
- Park Sunghoon? - a voz masculino do outro lado da linha parecia ser de um adulto, deixando o rapaz um pouco nervoso por não reconhecer.
- Sou eu. - saiu da varanda e passou na cozinha. - Quem fala?
- Eu me chamo Cho KunYang, sou detetive de Seul. - sua voz era inteiramente calma, deixando Sunghoon ainda mais ansioso.
- O que deseja?
- Quero lhe informar sobre seu irmão e cunhado.
Na mesma hora seu peito apertou e a voz pareceu sumir, um nó se formava na sua garganta.
- Eles infelizmente faleceram nessa manhã. A causa da morte foi tiros, invadiram a casa deles e aparentemente eles resistiram pois tem marcas de arranhões por seus rostos, eles provavelmente devem ter lutado por suas vidas.
O mundo parecia ter paralisado e nada mais passava por sua cabeça sem ser o que Sunoo havia lhe dito naquela manhã.
Nada vai acontecer.
- Senhor Park?
- Sim?
- Eu sinto muito pela sua perda. Sei bem como é perder algum familiar, a dor que está sentindo eu também já pude sentir.
Antes mesmo que o homem pudesse falar mais alguma coisa, Sunghoon desligou a chamada e deixou o aparelho no balcão enquanto ia pegar uma água e calmante para poder beber. E assim que o fez, o celular tocou outra vez, mas ele não tinha forças para atender.
Então deixou tocar.
Uma, duas, três, quatro vezes ouviu o celular tocar, mas nenhuma vez atendeu. Ele não queria falar com ninguém, não queria ver ninguém; Sunghoon queria ficar sozinho como sempre ficou.
Não compreendia o motivo daquilo estar acontecendo consigo. Primeiro perdeu seu pai em um acidente de carro, logo após isso sua mãe adoeceu e teve que ser internada, agora seu irmão também havia ido embora, mas dessa vez era para sempre.
[. . .]
Jake entrou no elevador e apertou no botão do terceiro andar, logo as portas se fecharam e viu os números de andares mudando, não demorando para a caixa metálica parar e ser aberta onde queria.
Caminhou pelo corredor a procura do apartamento de Sunghoon, não demorando para encontrá-lo e tocar a campainha ao lado da porta. Ficou aguardando ele aparecer, mas não aconteceu.
Tocou a campainha diversas vezes, mas o Park não o atendia, o fazendo ficar mais nervoso do que já estava. E não aguentando mais aquilo, Jake pegou na maçaneta e viu que a porta estava aberta, adentrando rapidamente o apartamento do outro e encontrando ele sentado no chão com a cabeça apoiada nos joelhos.
Não soube como reagir ao ver aquela cena, só pode reparar nas coisas todas reviradas. Vidros quebrados pelo chão e móveis caídos.
- Sunghoon?
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Juntos Por Acaso
Hayran KurguApós a morte de seu irmão mais novo e cunhado, Sunghoon terá que enfrentar a responsabilidade que Sunoo o deixou: cuidar de seu sobrinho junto do melhor amigo do marido de seu irmão, Jaeyun Sim. Mas o que Park não sabia era que o australiano era com...