Lighdown.

1. Sebastian Torres

Euforia. 

Alegria.

Ansiedade. 

É o que eu sinto enquanto eu e minha banda estamos ensaiando nesse exato momento. Meus dedos percorrem as cordas da minha guitarra, fazendo com que o ritmo do início da música saia. Os sentimentos citados no início são sentimentos bons e intensos, que eu sempre sinto quando estou fazendo algo que eu amo, ou seja, cantando ou tocando, e essa paixão pelo o que faço só contribui para que a cada segundo, eu toque e cante ainda melhor.

Enquanto faço o ritmo inicial da canção com o meu instrumento, meu amigo Victor, com sua jaqueta preta e um pouco de suor percorrendo seu rosto por conta do tanto que ensaiamos hoje, faz o mesmo ritmo que eu faço no início da música com o seu baixo. Meu outro parceiro de banda, André, com uma blusa de botões vermelha e um pouco aberta por cima, grita — 1, 2, 3, 4! — E começa a tocar sua bateria, enquanto eu e Victor tocamos nossos instrumentos, e chega a hora de cantar. Sinceramente, o amor que eu sinto por fazer música é maior do que eu.

— Take off, last stop, countdown till we blast open the top. — Começo, enquanto toco intensamente minha guitarra e visualizo os meninos se dedicando da mesma forma. — Face first, full charge, electric hammer to the heart! — Canto em seguida, e dou um sorrisinho para as pessoas que estão no ambiente nos assistindo ensaiar. 

— Clocks move forward, but we don't get older, no! — Enquanto canto essa parte da canção, Victor se dedica intensamente no seu baixo e a maneira que essa nota em específico sai, me faz arrepiar. — Kept on climbing till our stars collided. And all the times we fell behind, were just the keys to paradise!!! — Victor começa a cantar comigo, enquanto visualizo as pessoas que nos assistem cantarem conosco e sorrindo, isso só faz meu coração se encher mais ainda de euforia. 

— Don't look down, cause we're still rising, up right now! — Eu, Victor e André começamos a cantar essa parte em específico juntos, enquanto tocamos nossos instrumentos ainda mais intensamente do que antes. Eu realmente adoro essa banda, eu nunca amei nada igual. — And even if we hit the ground, we'll still fly, keep dreaming like we'll live forever, but live it like it's now or never! — Canto mais alto no microfone, enquanto André e Victor cantam comigo e tocam, eles sorriem para mim, mostrando orgulho. 

Repito novamente a letra inicial da canção, e as pessoas ao nosso redor não se concentram em mais nada além da gente. Eu adoro isso, adoro que mesmo quando estamos apenas ensaiando, as pessoas parecem vidradas da nossa música e contentes, é melhor ainda quando estamos fazendo show e muitas pessoas de todas as partes do Brasil estão lá para nos ouvir e cantar conosco, a euforia é maior ainda, com certeza. 

Quando terminamos, eu faço questão de sorrir para todos e dar uma piscadinha quando canto a última parte. Sinto um suor percorrer meu rosto por conta do gás que demos, e alguns fios do meu cabelo loiro estão grudados na minha testa, mas sinto meu coração bater forte por causa da alegria que não posso evitar sentir. 

— Caralho! — Grito para os meninos, sorrindo e pulando, não posso evitar não fazer isso. — Nós demos um gás extremo hoje, que ensaio foda. — Comento, sentindo uma paz reinar por todo meu corpo, enquanto coloco minha guitarra dentro da bolsa dela. 

— Não é muita novidade, nós sempre arrasamos. — André diz com um sorriso depois de levantar do banquinho que ele senta para tocar a guitarra. — Mas, nós temos que ir para a aula agora. — Depois que ele fala isso, eu e Victor nos olhamos entre si e reviramos os olhos, lembrando que infelizmente a aula começaria em menos de 10 minutos. 

— Que saco. — Reclamo enquanto passo a mão pela minha testa, tentando enxugar meu suor. Agradeço a Deus por estar com uma regata, se não estivesse, provavelmente estaria igual uma caixa d'água agora.