Capítulo 23 - Ohm

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O Dew vem correndo na minha direção sorrindo e gritando o meu nome, provavelmente reconheceu algum outro deus, ele segura a minha mão e me puxa.
- Ohm, olha lá, naquela montanha, está vendo? É o Basted!
Eu olho para a montanha muito distante, mesmo assim consigo ver o desenho de um gato, eu viro para o Nanon que explica.
- Deus egípcio, fertilidade, música, dança e amor.
Ele já está entediado com essa história, então agora só resume.
- Como vocês sabem qual deus é? Eu vi outros gatos menores.
- O tamanho do deus depende dos seus adoradores, quanto mais adorado ele foi, maior ele era, então os deuses que foram mais cultuados são mais fáceis de identificar.
- Olha, Taranis!
Ele vai correndo em outra direção e o Nanon suspira.
- Deus celta do trovão.
Eu tento olhar, ele me segura e voa comigo. Quando ele me mostrou os desenhos, eu imaginei que eles eram pequenos, um metro talvez, mas os menores aqui devem ter no mínimo dois metros, teve um que eu só consegui ver voando muito alto, deve ter uns 100 metros. Ele aponta para o desenho que não é tão claro, parece uma pessoa segurando uma coisa.
- Está vendo a imagem ao lado dele, é a roda do sol, por isso sabemos que é ele.
- Entendi.
Eu olho em volta e são tantas figuras para ver. O Nanon desce, me coloca no chão e me beija.
- O que você acha de deixar o Querubim no hotel e vir visitar os deuses a noite?
Eu dou risada e o beijo, ele está sempre inventando uma desculpa para tentar sair e transar.
- NANON!
Nós nos surpreendemos, porque o Dew tem medo do Nanon, então quase não fala com ele, muito menos grita chamando por ele, olhamos na sua direção e ele está correndo para nós.
- Vai embora, Nanon! Vai embora!
Ele está correndo muito rápido quando de repente rola até parar alguns metros a nossa frente, o Nanon segura a minha mão, mas eu solto antes que ele consiga se teletransportar, pego a minha adaga e corro na sua direção, uma luz forte me cega e alguma coisa bate em mim, eu caio também e perco a minha adaga, por causa da luz em não consigo enxergar nada. Várias explosões acontecem no céu e eu tento ver o que está acontecendo. É o Nanon, ele está lutando com dois anjos. Um anjo se aproxima e quando a sua luz diminui eu reconheço, é a mulher que tentou me matar. Ela me olha sorrindo, se abaixa e pega alguma coisa do chão, o Nanon aparece na minha frente e abre as asas.
- Porque você está aqui, Namtan? Achei que você estivesse presa.
- Eu? Porque? Eu não fiz nada. Eles não tinham provas, então me libertaram.
Ela caminha e chuta o Dew, ele coloca a mão na barriga e tenta se levantar, ela se abaixa e fala alguma coisa no ouvido dele, mesmo com audição apurada eu não consigo ouvir, os outros anjos observam de longe. Ela levanta e dá vários passos para trás, quando está longe o suficiente eu corro para o Dew, desviando do Nanon que tenta me impedir. Ele levanta e olha para mim, me abaixo na sua frente e ele está com muito medo, mesmo assim olha para o Nanon e levanta a minha adaga.
- Mate ele e você volta para o céu, Dew, você tem a minha palavra.
Ele olha para a mulher e o Nanon corre os poucos metros na nossa direção, o Dew aponta a adaga para o meu peito, treme muito, então sorri e em um movimento rápido enfia a adaga na própria barriga quando o Nanon nos alcança. Aquela mulher grita e um trovão muito alto sobrepõe a sua voz. O Dew olha para o Nanon e sorri.
- Eu só queria ser seu amigo... Cuida bem do Ohm!
Ele fica mole nos meu braços, o Nanon abraça nós dois e de repente estamos na cabana na Islândia mais uma vez, ele pega o corpo mole do Dew e coloca ele no sofá.
- Ohm me dá toalhas! Ohm!
- Ele morreu, Nanon!
- Ele não morreu, anjos não morrem, muito menos por facas de bruxas, mas precisamos tirar isso dele. Toalhas, Ohm!
Eu corro para o banheiro que ainda está como deixamos e pego as toalhas, levo para ele que tira a adaga e estanca o sangramento.
- Porque ele está sangrando?
- Eu não sei, já devia ter parado, já devia estar cicatrizando.
Ele fecha os olhos e pensa por um momento, some e aparece em pé na frente do sofá, ele está com alguma coisa na mão, eu levo um susto quando ele começa a grampear a barriga do Dew.
- Nanon?
Ele pega um curativo do bolso abre e coloca onde grampeou, então fala.
- Dew?
O Dew abre os olhos e se mexe assustado.
- Eu não sabia Nanon, eu não sabia! Juro que não sabia!
Ele abraça o Nanon que me olha surpreso com as mãos abertas longe do menino.
- Eu não sabia Nanon, eu não sabia, eu não... Não sabia... Não sabia...
Ele continua abraçado ao Nanon tremendo muito, acho que se pudesse ele estaria chorando agora. Depois de um tempo o Nanon segura os braços dele e o afasta.
- Você precisa deitar, precisa se curar.
O Dew acena e se deita, estende a mão pra mim e eu seguro ela.
- Desculpe apontar a faca pra você, mas eu precisava ganhar tempo para o Nanon chegar perto para poder te tirar de lá.
- Tudo bem anjinho, mas nunca mais faça o que você fez, nunca mais tente se machucar.
Ele concorda, o Nanon se afasta e eu sento ao seu lado.
- Dorme um pouco, anjinho, assim você vai melhorar muito mais rápido.
Ele acena, fecha os olhos e eu fico com ele até dormir, quando dorme eu saio procurar o Nanon que está no depósito pegando lenha.
- Você acha que foi ele?
Ele me olha surpreso e nega.
- Eu não sei o que pensar, talvez ele nos entregou e se arrependeu, talvez tenham nos encontrado simplesmente.
- Você ainda não confia nele?
- Não sei, mas eu sei de uma coisa, se a Namtan usasse aquela faca em você, você teria morrido, então a partir de agora você não vai mais andar com ela.
- Mas eu preciso dela.
- Não, Ohm, você não precisa, eu vou te proteger, você só precisa confiar em mim.
Ele parece muito nervoso, então acho melhor deixar essa conversa para outra hora, eu vou até ele e o abraço.
- Eu estou bem, Nanon, eu estou bem!
Quando me afasto pego a sua lágrima e coloco na boca.
Ele segura o meu rosto e me beija, antes mesmo de eu o tocar ele já está arrancando a minha roupa, não é a melhor hora para transar, mas acho que é algo que ele precisa, então começo a tirar a sua roupa também.

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