A sombra da ganância

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Capítulo 1:

Eu, Nazaré, caminhava por entre os corredores silenciosos da mansão, onde o cheiro de mofo misturava-se ao aroma de décadas de riqueza acumulada. Cada passo que eu dava ecoava nas paredes repletas de segredos e histórias que, até então, eram desconhecidas para mim.

Foi em uma tarde sombria que descobri o papel que mudaria minha vida. Um documento, recheado de promessas de um futuro melhor. As linhas no papel tornaram-se a trilha que eu seguia rumo à minha redenção financeira. A oportunidade brilhava como uma pérola no lodo da minha existência monótona.

Com um sorriso sutil e palavras habilmente escolhidas, consegui persuadir o senhor de 97 anos, Sr. Mendonça, a assinar aquele pacto inusitado. Minha mente fervilhava de planos e possibilidades enquanto imaginava a fortuna que, em breve, estaria em minhas mãos.

Contudo, como a ironia do destino adora se manifestar, a vida tinha outros planos. Sr. Mendonça partiu deste mundo de forma natural, sem a intervenção das minhas mãos manchadas pela ganância. Uma mistura de alívio e decepção permeou meus pensamentos naquele momento.

A notícia de sua morte ecoou pelos corredores da cidade, e eu, Nazaré, agora me encontrava no limiar entre o triunfo e a culpa. As opções morais pesavam sobre mim, como a sombra que se estendia à medida que o sol se punha.

No dia do velório, eu, Nazaré, vestia um luto elegante, um belo vestido preto que escondia minhas intenções obscuras. Meus lábios, adornados por um batom vermelho vibrante, lançavam uma sombra de mistério sobre meu rosto. Enquanto os presentes lamentavam a partida do magnata, eu carregava o segredo do pacto que forjara nossa conexão.

E assim, naquele cenário de luto e falsas lágrimas, minha jornada para a riqueza começava. Eu, Nazaré, a diva de batom vermelho, viajava por um enredo imprevisível, onde o peso da fortuna adquirida misturava-se ao fardo da moralidade perdida.

O velório se desenrolava em meio a um silêncio respeitoso, com velas tremeluzindo e rostos sombrios iluminados por sua luz oscilante. Dona Amélia, uma amiga íntima de Sr. Mendonça, expressava seu pesar, lançando um olhar melancólico ao caixão.

Dona Amélia: (com a voz trêmula) Oh, Sr. Mendonça era um homem tão bom... tão generoso. Quem poderia imaginar que o perderíamos tão cedo?

Com lágrimas simuladas nos olhos, eu me aproximei dela.

Nazaré: (com falsa simpatia) Dona Amélia, eu sinto muito pela perda. Ele era como um pai para mim.

Dona Amélia: (olhando para mim com gratidão) Você sempre foi tão dedicada a ele, minha querida. Ele falava tão bem de você.

Eu ofereci um sorriso forçado, escondendo minhas verdadeiras intenções. Enquanto isso, no canto da sala, o advogado idoso, Dr. Silva, folheava os documentos da herança.

Dr. Silva: (sussurrando para mim) Meus pêsames pela sua perda, minha senhora. Precisaremos tratar dos assuntos do testamento formalmente em breve.

Nazaré: (com um olhar calculista) Certamente, Dr. Silva. Estou à disposição para o que for necessário.

Enquanto as formalidades continuavam, um jovem repórter, Carlos, se aproximou, ávido por informações sobre a vida do falecido magnata.

Carlos: (se aproximando de mim) Com licença, senhora, meu nome é Carlos, repórter local. Gostaria de fazer algumas perguntas sobre Sr. Mendonça para um tributo especial.

Nazaré: (com um sorriso diplomático) Claro, jovem. Estou à disposição para ajudar no que puder.

Enquanto minhas palavras alimentavam a curiosidade de Carlos, nos bastidores, a trama da herança de Sr. Mendonça começava a se desdobrar, tecendo uma rede complexa de segredos e ambições no cenário sombrio do velório.

A Diva de batom vermelho~ {incompleto}Onde histórias criam vida. Descubra agora