O menino misterioso

Parte única

−Não entendo por que continuam a tornar o Capitão América tão correto quando está claro que ele é torto. –Sirius comentou, sua mão brincando com a alça da calça de seu alfa e de seu marido.

−Ele representa os Estados Unidos, claro que tem que ser branco e hétero, Canuto. -Remus respondeu revirando os olhos e tentando ignorar a brincadeira de Sirius, embora estivesse começando a ser difícil para ele- Além disso, achei que você gostou do casal que ele fez com Peggy.

−No primeiro filme sim, mas depois de ver como ele olha para Tony Stark e Bucky, fica claro que ele é bissexual. –Padfoot disse com total confiança, insistindo com as calças para que Remus chegasse o mais próximo possível dele.

−Canute, você acha que todos os personagens são bichas . –Ele riu baixinho, e finalmente cedeu e deixou Sirius cuidar dele até poder lhe dar um beijo.

Foi estúpido tentar mantê-lo inocente. Sirius estava animado com o filme que tinham acabado de ver e Remus nunca tinha sido capaz de dizer não quando fazia aquela coisa com a língua, e eles estavam juntos há quase quarenta anos.

Suas mãos se fecharam em volta da bunda de Sirius e apertaram enquanto chegavam o mais perto possível. A necessidade de ar os separou, mas naquele momento, Remus aproveitou para afastar suavemente as longas mechas pretas e deixar pequenos beijos ao longo do longo pescoço de seu ômega, prestando atenção especial na marca de mordida que Sirius tinha em sua glândula e que tornou-se um par unido.

−Você acha que Teddy vai estar dormindo? –Sirius murmurou, sua voz um pouco trêmula por causa dos beijos de Remus.

Remus não queria se afastar para olhar o relógio em seu pulso, mas Sirius estava sendo razoável (provavelmente pela primeira vez em sua vida) e eles não poderiam continuar com aqueles beijos se chegassem em casa e seu filho ainda estivesse jogando videogame ou assistindo a um filme. Então, com um pouco de relutância e depois de uma pequena mordida perto do pomo de adão de Sirius, ele se afasta um pouco para olhar o relógio. Na verdade, ainda era cedo e Teddy, um animal mais noturno do que diurno (como eles), estaria acordado.

−Você acha que aguenta até ele ir para a cama? –Sirius riu zombeteiramente de sua pergunta e não hesitou em apertar a leve ereção de Remus acima da calça, o que fez seu fôlego ficar preso na garganta.

−A questão é se você consegue lidar com isso, Moony. –Canute continuou com sua zombaria, deixando um beijo carinhoso em seus lábios, seguido de uma piscadela sedutora de seus olhos.

−Isso é um desafio? –Uma sobrancelha arqueada enquanto ele sorria maliciosamente, ele não ia esconder isso de Sirius, que fez um barulho de falsa indignação.

−Lobo pervertido. –Ele deu-lhe um tapinha suave no ombro de uma forma brincalhona.

−Você adora assim. –Sirius não precisou responder para confirmar, o próximo beijo foi feito para ele.

O lado ruim daquele beijo foi que eles demoraram muito mais para se separarem do que haviam planejado, e só quase quinze minutos depois é que finalmente se separaram e apareceram na porta do Moonlight Cottage.

Remus conseguia se lembrar facilmente da primeira vez que Harry, de quatorze anos, foi trazido para casa pela primeira vez e Harry disse que isso o lembrava de um farol no meio do mar. Um lugar seguro para onde voltar e onde sua pequena família cresceu cheia de amor e muitas risadas.

Teddy deu seus primeiros passos naquela casa, fez aniversário, aprendeu a andar de vassoura no quintal e, para preocupação de Remus, na motocicleta de Sirius quando tinha dezesseis anos.

Embora a casa estivesse repleta de lembranças de Remus e Sirius com Teddy, aquela também era a casa de Harry, onde o menino aprendera o que era uma família, e embora nenhum dos dois jamais pudesse se comparar a James e Lily, eles tentaram dar-lhe a casa que o menino precisava. E quando Harry apareceu um dia com um Draco Malfoy assustado e um bebezinho fazendo barulho de patinho, aquele se tornou seu lugar seguro também.