The Screamer

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'Player 024, obrigado por participar do nosso jogo. Seja bem-vindo à "Efeito Mandela: nível um." E boa sorte!'

Efeito mandela? Ka Er tentou se lembrar o que aquilo era, sem sucesso.

A poucos minutos, após assinar o contrato com o diabo vestido de mulher, ele foi vestido em roupas opacas e sedado, mas agora, ele sentia uma leve vibração e suas costas que pareciam estar estiradas em um solo rígido.

Com os olhos se abrindo em uma enorme confusão, ele analisou sua posição. Moveu os dedos com dificuldade, como se estivesse com toda a pressão do ar caindo sobre si.

Ele vestia roupas pesadas como as de um soldado, mas sua aparência não se mostrou diferente.

Um 'tic' soou.

Ele procurou pelo o som repentino, sendo levado a uma faixa semelhante a um esfigma, apertado em seu antebraço com uma pequena tela em que emergiu o número... cinco?

Ka Er balançou a cabeça, dissipando os pensamentos desnecessários.

Suas pernas tremulavam, a sensação era de estarem dormentes, enquanto ele se levantava com dificuldade.

O ambiente era irreal, massas espessas de névoa acizentada cobriam o ar de uma cena pós-apocalíptica. Ao seu redor, algumas rochas de um tamanho grotesco, dignas de ruínas de prédios inteiros, cobriam a visão plena do local desgastado.

Havia uma vegetação de musgos e ervas parasitas espalhada, como se finalmente a natureza tivesse tomado forma sem o consentimento humano, mas, o que mais chamava a atencão, logo no fundo do interminável abismo, haviam diversas luzes azuladas dançando como pequenos redemoinhos.

A medida de entrava em meio às ruínas a brisa parecia mais densa, o que dificultava a respiração, e por um segundo, ele teve a impressão de ouvir sons assustadores naquele meio.

Ka Er tinha a sensação de estar alucinando de ser observado, e, agora que pensava sobre isso, era engraçado como ele não notou que seus passos haviam ficado mais fortes.

Um suspiro pesado foi ouvido.

Aqueles passos não eram mais dele. Na verdade, só naquele segundo que ele percebera que mais parecia o balanço  de algo se arrastando do que passos humanos.

Os olhos de Ka Er brandaram na direção de suas costas. Uma sombra crescente se ergueu na poeira, um formato vermiforme se movia estranhamente, como se clamasse pelo perigo.

"Mas que porra-!" Ka Er sussurou e então estava correndo como nunca antes em sua vida, mantendo o toque das botas suave sem a intenção de chamar a atenção. O coração acelerado parecia tomar toda a velocidade do corpo.

Fosse o que aquilo era, não tinha percebido sua presença.

Se engasgando com os próprios pulmões, ele foi o mais distante que conseguiu e se abaixou contra uma placa de metal amassada, respirando de forma que quase tomou todo o oxigênio de região.

Desejando nunca ter se metido nisso, agarrou os joelhos e sussurou para si mesmo, "Isso não está acontecendo. Eu quero sair daqui! O jogo acabou! QUE MERDA!"

Apesar de querer acreditar que estava ficando louco, aquilo parecia real o suficiente para lhe dar arrepios na espinha.

Tinham galhos se quebrando e o solo tremia como se estivesse se partindo ao meio, cada vez mais próximo.

Os sons cessaram.

Ka Er olhou por uma fresta na placa de metal. Nada?

Com uma mentalidade aliviada, ele apalpou os bolsos à procura de algo que pudesse o mostrar a saída.

N.P.C!  ( New Plan to Consider! )Onde histórias criam vida. Descubra agora