capítulo 35.

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— onde vocês acharam isso? - você perguntou com firmeza, sem tirar os olhos daquelas fotos.

— seu antigo superior nos ajudou, precisamos saber mais sobre você recruta. - Price diz dando passos na sua direção.

Ele logo deixou a prancheta em cima da mesa, era sua ficha atual, eram diferentes pois você tinha superado seus traumas, fechando a pasta com rapidez você fechou os olhos virando o rosto. Sua intuição mandava você correr dali o mais rápido possível. A sensação das suas mãos estarem algemadas ficou mais realista, elas estavam imóveis.

— você trabalhava para a Garza quando se mudou para a sua antiga base? - a mulher perguntou com firmeza, querendo saber a verdade.

— tem noção de quantas vezes você foi transferida, Scar? - John comentou sem tirar os olhos de você. — dez vezes..

Você tinha sido transferida e aceita por dez vezes, você mudou todas as vezes que foi transferida tentando ter uma boa imagem mas sempre tinha alguma coisa do seu passado que te afetava, isso era um saco. Passando as mãos no rosto você voltou sua atenção para o capitão, depois seus olhos se encontraram com os de Laswell e assim você a respondeu.

— não, eu não trabalhava para a Garza. - sua resposta foi simples. — e não trabalho.

— não adianta mentir, recruta. - o homem diz balançando a cabeça em negação.

— mas eu não estou mentindo! não trabalho para ela, eu só a conheço. - você comenta franzindo as sobrancelhas.

— conhece ela da onde? - a mulher continua com a voz firme, sem quebrar contato visual. — ou porque confia nela?

— ela me ajudou quando eu precisei, ela impediu que eu fizesse uma puta besteira. - respirando fundo você terminou a frase. — se vocês acham que sou uma terrorista, porque ainda estou aqui? deveriam ter me prendido não acham?

— estamos investigando, Scar. - a loira diz, sacudindo a cabeça sutilmente.

— vocês estão investigando para pegarem a Garza, eu não tenho nada haver com os problemas dela. - você desviou o olhar para a janela escura que possivelmente tinha uma sala ao lado.

Seus pensamentos chegaram na conclusão que você deveria se entregar, mas ao mesmo tempo você queria ver até onde eles iriam com seus desvios sobre o assunto, mas você também pensava em seguir outro caminho diferente já que ficar na força-tarefa não estava dando certo.

— porque você matava seus rivais daquele jeito? - John perguntou curioso.

— eu não sei, era o único jeito deles falarem o que eu precisava e calarem o carajo da boca. - você respondeu apoiando seu cotovelo na mesa para descansar sua cabeça em sua mão.

— quem te ensinou a cometer essas atrocidades? - Kate pergunta curiosa também.

— ninguém. - sua voz continuou firme. — eu só fazia isso.

— você deixava marcas nos corpos, Scar. — John continua.

— para eles saberem que era eu, eles não deixavam eu ficar na base então apenas me enviavam as datas e horários das missões. - você responde rápido, suspirando baixo.

— você se lembra desse daqui? - a mulher questiona lhe entregando a foto de um homem. — ele foi encontrado amarrado em uma cadeira, com o pescoço quebrado com sinal de asfixia, e com duas facas de caça presas nos joelhos.

— eles tinham pegado algo meu, não gosto quando fazem isso. - sua voz continua firme e baixa.

— ele era três vezes o seu tamanho. - a mulher prosseguiu. — precisaria de ajuda para pega-lo.

— eu era bem treinada na época, e ele estava distraído. - você se ajeitou na cadeira, cruzando os braços. — foi fácil pegar ele.

— hoje no treinamento você não conseguiu golpear o tenente Riley, mas depois de algumas tentativas você conseguiu. - o capitão comentou, apoiando as mãos sobre a mesa. — como você conseguiu pegar o homem mas não conseguiu pegar o tenente?

— eu menti para ele. - sua voz abaixou ainda mais. — não queria, mas evitei de machucá-lo.

— mas pelo o que eu vi, no final você parecia querer machucar ele. - o capitão continuou.

— eu não queria. - você responde sincera.

— porque agiu daquele jeito? - Price pergunta com rapidez. — eu vi você apertando o braço envolta do pescoço dele.

— ele mandou eu esfaquear ele. - seus olhos ficaram focados no rosto do homem e depois foram direcionados para a janela. — foram as lembranças que me influenciaram, mas eu recuei. Não machuquei ele.

— mas você queria machucar ele? - Kate pergunta, te encarando.

— não! parece que sou uma psicopata e terrorista, eu não queria machucar ele. - você responde levantando um pouco a voz. — muitos sabem o quão diferente eu sou do exército, mas eu nunca vou foder com a vida de quem confia em mim.

— não grite. - Price se reergueu sem tirar os olhos de você.

— vocês tem que entender que eu não sou uma terrorista, eu fazia aquilo por alta defesa. - irritada você se levantou da cadeira metálica. — não é porquê eu conheço certas pessoas, que eu faço trabalho sujo com elas.

Você mentiu, sua relação com a Garza era apenas troca de informações e entre outras coisas, mas, você queria pensar direito sobre tudo isso. Era tanta confusão que você queria gritar e fugir, você precisava escolher uma das opções. Terrorista é bom para trabalhar, você já presenciou isso, mas seus pensamentos sempre voltavam para Simon e sua paixão por ele. Você precisava se acalmar para não cometer algum erro.

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora