capítulo 36.

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Antes que eles te impedissem de sair da sala você se aproximou da porta segurando a maçaneta hesitando em sair sem falar mais alguma coisa, sua mão pousou em sua face seu polegar e indicador cobrindo seus olhos enquanto sua cabeça estava inclinada sutilmente para baixo, respirando fundo para voltar a falar com ambos presentes ali você se virou na direção deles, sua mão que estava em seu rosto se encontrava agora em sua coxa.

— a única coisa que eu queria era mudar a visão que os outros tem sobre mim, vocês não sabem nem a metade que eu passei. - você comenta fechando as sobrancelhas e deixando os olhos semicerrados. — eu confiei em você John, achei que eu não iria passar por isso depois daquela missão no aeroporto.

Scar, temos assuntos delicados e não é fácil confiar em qualquer um. - ele responde calmo.

— não, me disseram que vocês eram confiáveis. - você apontou seu dedo para os dois e para a janela escura. — sei que tem gente do outro lado escutando o carajo dessa conversa, devem estar gravando para deixar recordado caso eu reagisse pior.

Kate ficou em silêncio te inspecionando com olhares cautelosos, o capitão hesitava em falar mais algo, com um suspiro pesado girastes a maçaneta abrindo a porta logo depois balançando a cabeça devagar.

— não sei porque ainda tento, todo mundo aqui quer que eu seja a vilã. - uma gargalhada baixa escapou dos seus lábios.

— ninguém quer isso, recruta. - o homem diz no mesmo segundo.

— ah, querem sim. - erguestes as sobrancelhas e um sorriso largo interferiu sua expressão séria.

Dando passos para fora daquela maldita sala você descontou sua raiva na porta, que bateu forte quando você a fechou, seus passos eram brutos e rápidos sem destino escolhido para ir. Depois de andar muito você saiu da base, você tinha ido para a parte de trás ao ar livre aonde guardavam os carros de transporte de armamentos e os para irem para missões, você continuou andando deixando seus pensamentos para trás, um calafrio forte atacou suas costas e um agudo irritante e baixo tomou conta do seu ouvido esquerdo, quando você se virou rapidamente viu quem você menos esperava aparecer.

Scar, precisamos conversar. - a voz masculina conseguiu te relaxar um pouco.

— porque eu iria conversar com você agora? - sua pergunta foi baixa, a raiva ainda te dominava.

— olha, eu sei que 'tá tudo uma reviravolta mas.. quero tentar ter mais da sua confiança. - ele continua, dando passos na sua direção.

Simon, vocês nunca me levaram para uma missão de verdade, só confiaram em mim quando me chamaram para aquela missão da porra do aeroporto. - você responde mantendo firmeza no tom de voz.

— eu estava lá, na sala ao lado. - o loiro continua, parando em uma distância respeitosa de você. — fui longe demais com você, mas eu só estava seguindo meu trabalho e as ordens que me pediram.

— eu não quero conversar, como eu disse daquela vez. Eu não sei se quero continuar servindo a força-tarefa. - você respondeu se virando e andando para um lugar vazio.

— eu quero que fale a verdade para mim. - ele prossegue.

— verdade..? - você virou seu rosto o olhando por cima dos ombros, com um olhar afiado mirado diretamente para o rosto do homem. — quer que eu fale a verdade para você, tenente Riley?

Parecia que estavam testando sua paciência hoje, seus nervos estavam descontrolados, aquela maldita dor de cabeça forte voltou para te afetar ainda mais. Virando completamente seu corpo para frente do tenente, você respirou fundo e começou a soltar as palavras que estavam presas em sua garganta.

— eu estou de saco cheio, acha que é legal ficarem me pressionando até eu falar aonde a porra da Valeria 'tá? minha vontade agora era de cometer as mesmas torturas que eu fazia nas minhas vítimas. - sua voz estava mais alta que o normal, sua veia jugular começou a ficar exposta em seu pescoço. — eu não sei em que lugar ela 'tá, ela some do mapa sem avisar, vocês ficam fazendo pressão e esperam que algo bom aconteça, vocês querem que eu perca a cabeça em qualquer momento 'pra me colocarem na porra de uma cela.

Simon ficou impressionado com a maneira que você disse, mas ele ainda nem viu o seu pior lado, para se acalmar você cobriu o rosto focando sua atenção em sua respiração e a leve irritação em sua garganta após forçar muito a voz, a dor de cabeça estava te torturando mas isso não foi de se preocupar naquele momento.

Scar, sabe que nós não queremos isso. - ele cruzou os braços, mantendo o tom frio na voz. — quando eu digo nós estou falando do Johnny, do Gaz e do König.

— eu quero voltar para casa.. - sua voz caiu baixa, como um sussurro doloroso.

Você precisava de conforto agora, precisava de alguns dias de folga para se alegrar outra vez e ter um pouco de paz, sua atenção voltou para o homem quando sentiu seu coração acelerado. Era realmente uma paixão..? talvez seja passageira ou.. não. Você ficava mais confusa, envolver trabalho e sentimentos estava começando a atrapalhar sua vida, parecia que a cada momento que você se encontra/vê Ghost seu coração aperta ao ponto de doer ao pensar e lembrar que seus sentimentos não podiam ser retribuídos. Você começou a odiar tudo a sua volta, mas você não conseguia ter controle dos seus malditos sentimentos..

Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]Onde histórias criam vida. Descubra agora