- Tens mesmo a certeza que era ele?
- Sim querida. Era o Francis disso não tenho dúvidas. Ele ia com um ar aborrecido. O que se passou?
Sophie explicara de imediato o que provavelmente se tinha passado e na possibilidade de a ter ouvido falar com Christian.
- Então e aquela paixão toda por ele?
- Ó avó, nada disso. Sabes bem que eu gosto muito de Francis e essas coisas. Mas aquilo foi porque eu e o Christian estávamos a recordar os momentos da nossa infância principalmente de quando íamos brincar para o parque. E ele deve de nos ter ouvido recordar um dos momentos em que eu dizia que só queria casar com ele... - a rapariga ficara desanimada com toda esta história.
- Imagina só como é que está o rapaz? Ao menos chegaste a falar com ele por causa de teres recuperado a memória?
- Não. Não tive tempo. Ele...
Sophie e a avó foram interrompidas por um enfermeiro que avisava o fim do horário das visitas. Este enfermeiro já tinha estado com Sophie durante a tarde. Ela achara-lhe alguma graça. Umas horas antes, enquanto ainda não podia receber visitas ele contara um pouco da sua vida e o quanto já tinha sofrido. Era órfão e desde muito cedo fora abandonado pela família, quer materna quer paterna, e desde os seus 16anos tivera de aprender a viver sozinho. Deixou-se levar pelas drogas e bebidas alcoólicas mas desde que começara o curso de medicina os seus vícios foram postos de parte e agora só o fazia em caso de festa.
- Vá, querida, descansa e se precisares de alguma coisa... - a senhora fora interrompida pela sua neta que respondera depois de dar um enorme suspiro como forma de indignação
- Chamo um enfermeiro, sim avozinha. É das frases que já ouvi mais hoje. Vai lá descansada e cuida do Hulk.
E ambas se despediram com um longo abraço como só as avós sabem dar.
Sophie estava agora sozinha e pronta para, pela primeira vez, passar umas noites no hospital, naquelas camas pequenas que não permitiam à jovem colocar-se na melhor posição para dormir.
Tinha agora oportunidade de pensar naquilo que a sua cabeça esqueceu durante toda a tarde. Pensava em todos os momentos que tinha passado com Francis naquela manhã, na manhã do acidente. Adormeceu a pensar nele e sempre que fechava os olhos ainda conseguia ouvir a voz dele no oceanário dizendo que a amava.
A meio da noite, quando somente se ouvi as senhoras, com problemas de respiração, a ressonar e os bips das máquinas a trabalhar, Sophie reviveu, num sonho mais propriamente um pesadelo, o momento do acidente. Esta ficara agitada e com muito medo o qual demonstrou dando um enorme grito, tendo como resposta uma maratona de enfermeiros injetando mais medicação nas veias da rapariga. Depois de injetada a última seringa, voltara a fechar os olhos e adormeceu de forma angelical.
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Não desisti
RomanceO que pode acontecer se nunca admitirmos os nossos sentimentos? O provável será dizermos que ninguém nos quer e não significamos nada para o mundo, mas a verdade é que não sabemos o que a outra pessoa sente e nunca devemos estar à espera que seja el...