Cartas para amante nenhum

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Eu não sou uma pessoa apaixonante, tenho total certeza disso, não sou alguém por quem outra pessoa se interessaria, muito menos moveria céus e terras por mim, o mundo permaneceria parado, eu nunca seria o ponto de luz e o raio de Sol de ninguém, eu seria só o dia nublado, a nuvem que atrapalharia em ver a super lua, a minha voz é irritante, muito irritante (obrigada a pessoa que me alertou disso, eu não tinha ideia de como a minha voz poderia causar mau estar para as pessoas) e meus talentos são rasos, pouco lapidados. 

Eu abri mão de muitos sonhos, eu abri mão da dança, isso enfia uma faca no meu peito até hoje, já faz um tempo que as coisas que me prendiam aqui pararam de prender e começaram a machucar, parei de me preocupar se iriam ter dinheiro ou não para pagarem minhas contas, parei de me preocupar se iria morrer virgem ou sem viver e conhecer lugares incríveis, parei de me preocupar se iria queimar em um brau ou o que as pessoas que eu deixaria aqui iriam sentir, raiva, tristeza, culpa, já não é mais da minha conta, se iriam olhar pra mim e pensar nas coisas que nunca me disseram e queriam ter dito.  Só não me importa mais.

Da mesma forma que eu nunca importei de verdade para ninguém, se não, teriam conversado mais, sido mais afetuosos, teriam reparado mais no meu sorriso, me chamado mais para sair, passado mais horas, mais fins de semana do meu lado, se eu pedisse a qualquer, qualquer para cuidarem da Liv, lhe darem um final digno, ninguém saberia onde encontra-la, alguns por que nunca contei sobre por falta de oportunidade, outros eu já contei mas nunca me escutaram, não era importante para eles.

Quantos remédios pra ansiedade eu poderia tomar para ter uma morte calma, sem espumar pela boca e sem sofrer? Eu quero só sumir. "Se tiver doendo você vai aguentar!" Quem foi o corno desgraçado que inventou essa frase? Eu já aguentei de mais, meu peito ta pesando e o ar já começou a faltar á dias ou anos. Minha família ou provavelmente ninguém que me conheça (digo de verdade) vai ler esse texto, mas eu amo todos vocês, tem uma carta, na verdade várias, mas a mais importante/ recente tá no meu caderno de desenho, já faz umas semanas que ela foi escrita, ela tá meio desatualizada, mas tudo ali é verdadeiro, os sentimentos bem mais daquilo que está escrito lá.

As piadas suicidas voltaram, mas não com o mesmo humor ácido que antes, não o mesmo humor acido que me transformava na tortinha de limão de vocês, apesar de eu odiar esse doce. Um marinheiro uma vez me disse que minha cabeça em segundos poderia se tonar em um tsunami.

No fim, eu fui como Madalena e não aguentei muito. 

Eu perdi a curiosidade de saber em como os próximos capítulos da minha própria história seriam.

- Como eu seria como motorista.

- Qual curso eu escolheria para a faculdade.

A curiosidade que me deixava viva, viciada em adrenalina, me fazia enfrentar pessoas e palcos lotados morreu antes de mim.

Eu vou deixar aqui algumas informações sobre mim que eu recuso a levar para onde quer que eu vá.

Eu amo mar, amo mesmo, minhas flores favoritas são rosas cor-de-rosas e cravos amarelos, nunca recebi um buque, não em vida, já me apaixonei duas vezes, uma estando totalmente apaixonada agora, eu não tenho um livro favorito, mas o que eu sempre lembro quando fazem essa pergunta é Corte de Chamas Prateadas, eu tenho várias histórias que eu nunca vou terminar de escrever, eu amo minha Tereza, apesar de ela ser uma boneca, eu choro de saudades de Theodoro de vez em quando, eu amo quando a Maria me diz: O não você já tem, eu adoro apostas e jogos, cor-de-rosa é mais que a minha cor favorita, quando eu to com muita raiva eu fico quieta para não machucar ninguém, eu já clonei um WhatsApp, e tenho um fake e poucas pessoas sabem que é meu. Adoro filmes ruins, queria ser bailarina profissional, assim como cursar moda. E eu sou extremamente ciumenta. Tem textos dedicados a várias pessoas espalhados pelo meu quarto, no meu Ipad, no me docs da escola e no wattpad.