𝖮𝗅𝖺́, 𝖻𝗈𝖺 𝗇𝗈𝗂𝗍𝖾! 𝗁𝗈𝗌𝗉𝗂𝗍𝖺𝗅 𝖡𝖾𝗇𝗍𝗈𝗐 𝗀𝗈𝗌𝗍𝖺𝗋𝗂𝖺 𝖽𝖾 𝖾𝗇𝗍𝗋𝖺𝗋 𝖾𝗆 𝖼𝗈𝗇𝗍𝖺𝗍𝗈...
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Era noite, eu estava voltando para casa após passar o final de semana com meu pai. Minha mãe costumava me dizer que a morte é espontânea, ela pode chegar sem você perceber, e caso perceba, corra e a enfrente, não importa a maneira, continue vivo.
- Oque você acha de passarmos em um restaurante antes de sair da cidade? - questionou minha mãe ja mudando o caminho da estrada.
- Pode ser. Mãe, você acha que meu pai vai ficar chateado se eu não passar o próximo feriado com ele?
- Seu pai irá entender.
No rádio tocava "One More Hour" e no momento em que eu decidi trocá-la, ouço uma buzina de caminhão vindo em nossa direção, mas em vez de desviar, vejo a minha mãe acelerar o carro e tenta jogá-lo em frente do caminhão, tento agarrar o volante, mas ela me empurra fazendo com que eu sinta apenas o baque do nosso carro contra ele.
Minha cabeça latejava, com a minha visão ainda embaçanda eu chorava ao tentar sair do carro que estava pegando fogo, assim que consigo, me retiro com dificuldade, acho que quebrei a perna. Grito a minha mãe e a vejo em pé com uma arma na mão.
- Mãe, mãe... - murmuro sem forças caindo no chão.
- Me desculpa, me desculpa, porfavor... - ela clamava sem parar com a arma apontada para mim.
- Oque?
A cada passo que ela dava eu me arrastava para trás assustada com a sua atitude. De repente, ela joga a arma no chão e vem em minha direção me abraçando e chorando, por um segundo eu retribuo o seu abraço mas logo paro ao sentir suas mãos em volta do meu pescoço, ela estava tentando me matar, mas porque? Eu sou a sua filha.
- MÃE PARA! - exclamei gritando batendo em suas mãos. - PARA TA ME MACHUCADO!
Por mais que eu gritasse ela não parava, quando cheguei ao meu limite, comecei a ficar sem ar e meu desespero só aumentava, eu não entendia o motivo daquilo estar acontecendo. Ela sussurrava que era para o bem de todos e que me amava independente do que eu me transformaria. "Eu sinto muito!" "Eu te amo!" "Desculpe!" Repetia sem parar não sei como e nem se era possível, mas no momento em que berrei, pude ouvir um estrondo e junto dele algo saindo de dentro de mim.
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Abro os meus olhos olhando e tento reconhecer aonde eu estava, tento levantar mas permaneço no lugar ao sentir dores no corpo, mesmo deitada analiso tudo em volta tentando lembrar o que avia acontecido.
- Oi, vejo que acordou! Como se sente? - diz uma mulher que deve ser a enfermeira enquando entra no quarto.
- Oque aconteceu?
- Você sofreu um acidente de carro, bateu cabeça, é normal que ainda não lembre das coisas direito, também fraturou uma perna e torceu o pulso mas já esta se recuperando - enquato ela falava eu comecei a lembrar do que avia acontecido.
- Cadê a minha mãe? Eu quero sair daqui.
- Querida preciso que você se acalme. Logo terá notícias dela, você sabe o número de algum familiar de cor? - Ela questionou e logo lhe falei o único número que sabia.
- 𝖮𝗅𝖺́, 𝖻𝗈𝖺 𝗇𝗈𝗂𝗍𝖾! 𝗁𝗈𝗌𝗉𝗂𝗍𝖺𝗅 𝖡𝖾𝗇𝗍𝗈𝗐 𝗀𝗈𝗌𝗍𝖺𝗋𝗂𝖺 𝖽𝖾 𝖾𝗇𝗍𝗋𝖺𝗋 𝖾𝗆 𝖼𝗈𝗇𝗍𝖺𝗍𝗈 com o senhor Barry Allen? - disse ela na ligação e se retirando do quarto.
Eu não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, só queria ter notícias da minha mãe e saber se ela estava bem, levanto da cama com dificuldade e vou até a porta do quarto me segurando pelos móveis que via pela frente, o hospital não me parece muito movimentado, isso é bom, sinal que as pessoas estão bem, antes mesmo de eu cogitar sair, a enfermeira entra no quarto.
- O que esta fazendo fora da cama? Eu conseguir entrar em contato com o seu pai, ele disse que chegara o mais rápido possível.
- Será que eu poderia ter notícias sobre a minha mãe? - Questiono enquanto ela me direcionava a maca.
- Sinto muito querida, não tenho permissão para falar sobre outros pacientes. - Ela diz ajeitando a agulha do soro em minha mão - Porque não se deita um pouco? Já, já algum médico virá ao seu encontro e lhe explicará tudo.- dá um breve sorriso e se retira.
A minha cabeça estava uma confusão, a memória do carro se chocando contra o caminha e dá minha mãe apontando uma arma para mim era visivelmente traumatizante, quanto mais eu me lembrava dessas coisas, mais os meus olhos lacrimejavam.
- Petra? - Meus olhos foram de encontro aquela voz e foi aí que eu comecei a desabar.
- Pai.
- Aí meu Deus! Você está bem? - ele me questiona e me abraçando com cuidado enquanto eu aceno com a cabeça indicando que sim.
- Eu quero ver a minha mãe. - Pude ver a travada que meu pai deu quando eu disse o que queria.
- Querida... - Ele abaixa a cabeça e segura a minha mão.
- Pai? O que aconteceu com ela? Porque não me deixam vê-la? - questionou começando a me preocupar.
- Petra, a sua mãe morreu, eu sinto muito meu amor... - disse com os olhos cheios de pena.
Naquele momento eu pude sentir um tiro no peito, o meu mundo desabou, eu desabei, a minha respiração desregulada marcou presença junto com as minhas lágrimas, eu não sabia o que fazer, eu só sabia chorar e negar aquela notícia, eu não entendia oque estava acontecendo e o porque de esta acontecendo e naquele momento, eu queria que ela tivesse me matado.
Continuo?
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𝖯𝖾𝗍𝗋𝖺 𝖠𝗅𝗅𝖾𝗇 - 𝖳𝗁𝖾 𝖥𝗅𝖺𝗌𝗁
Ficción GeneralMinha mãe costumava me dizer que a morte é espontânea, ela pode chegar sem você perceber, e caso perceba, corra e a enfrente, não importa a maneira, continue vivo. A vida pode parecer ruim e complicada para Petra, uma nova cidade, novas perdas, amig...