⁵ Acordo

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Levi

Segunda, 09:15 da manhã.

"Zzz, zzz!" Desperto ao ouvir meu celular vibrar na cômoda ao lado da cama, mas o ignoro momentaneamente. Ainda sonolento, levanto e vou ao banheiro fazer minha rotina de higiene. Quando termino, aí sim, pego o celular e vejo que são algumas mensagens de Vivi, me perguntando como foi meu domingo. Faço um breve resumo, o que não foi nada difícil, tendo em vista que só fiquei em casa, assistindo tv e jogando alguns jogos de tabuleiro com o Lucas e tia Lili. Continuamos conversando por mensagem por um tempo, e assim que encerramos a conversa, eu saio do quarto, indo para a cozinha tomar café junto a tia Lili, que já se encontra sentada à mesa.

- Bom dia, querido! Teve uma boa noite de sono? - Ela questiona me dando um beijo na bochecha.

- Tive sim, tia. Obrigado! - e a senhora, está se sentindo melhor? Ontem foi dormir reclamando das dores nas costas.. - Digo, me lembrando das suas queixas de ontem a noite.

- Ah, já estou ótima! Graças a Deus, os remédios agem rápido. - Ela afirma tomando um gole de seu café.

- Que bom! Fiquei um pouco preocupado. - Afirmo, me sentando à mesa, a ouvindo dizer alguma coisa, mas que não consigo entender. - Ah! Antes que eu esqueça. Mais tarde, eu e o Lucas, vamos sair pra procurar um trabalho pra mim.

- Fiquei sabendo. Seu primo me contou. E eu concordo com ele. Você não precisa se preocupar com isso agora, a gente daria um jeito, tem o trabalho dele e minha aposentadoria. Não é muito, mas dava pra gente ir se virando. - Ela diz me olhando. - Mas também fiquei sabendo que você já se decidiu, então não vou insistir nisso. Inclusive, se quiser, eu falo com seu George, ele tá precisando de uma pessoa pra tomar conta da padaria pra ele.

- Sério? Eu topo! - Digo de imediato, me animando um pouco.

- Certo. Vou falar com ele. Já ajeita seus documentos. Mais tarde eu te digo alguma coisa. - Ela diz já se levantando após terminar de comer.

Conversamos mais um pouco e depois ela vai pra sala, assistir tv, e eu vou lavar a louça do café, um pouco empolgado com a possibilidade de me empregar em muito em breve.

Chegou a noite e fiz o que tia Lili me pediu. Ajeitei meus documentos, já com a resposta de seu George, de que o procurasse amanhã cedo.

(...)

Acordo bem cedo, já um pouco ansioso, me arrumo e desço pra tomar café. Quando termino, são exatamente 07:15, pego tudo o que preciso e saio de casa.
Chego na padaria faltando 10min para o horário combinado.
Ao entrar no estabelecimento, vejo um senhor, de cabelos grisalhos e olhos em um tom de azul claro, que aparenta ter uns 50 anos, atendendo uma cliente.

- Três reais de pão, pra minha cliente preferida. - O ouço falar, com um sorriso terno no rosto, para uma menininha de uns 10 anos.

A menina o responde com um "obrigado" e "até amanhã, seu George!", logo depois saindo. Ele a segue com os olhos, e quando ela some de nossas vistas, ele nota a minha presença me encarando.

- Olá, meu jovem! Imagino que seja o Levi! - Ele me diz ainda sorrindo.

- Isso mesmo! E eu imagino que o senhor seja o seu George!? A vaga de emprego ainda está de pé? - Falo, também dando um sorrindo contido.

- Foi o que pensei. Você bate certinho com a descrição que sua tia me deu. - Ele afirma. - E a vaga ainda está de pé, sim. Por favor, sente-se! - Ele me convida, puxando duas cadeiras. - Então quer dizer que você é do Sul? Eu também vim de lá. Minha família é de Passo fundo, no interior do RS. - Ele afirma e nos sentamos.

Entre Fios e Vielas (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora