Será que um dia você irá me perdoar?
Será que você será capaz de perdoar a pessoa que foi responsável pelas suas dores e traumas?
Será que o estrago que fiz em você foi tão forte, que será impossível de você me perdoar ?
Se não, eu espero que por ap...
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Miaow
— Miaow Hell, miaow - imito o felino deitado em minha frente, o vendo se espreguiçar enquanto acaricio suas pequenas e peludas orelhinhas.
Hell é o gatinho de Matteo, eu quase não o via, já que ele mal saia do quarto de seu dono. Entrar no quarto de Matteo com ele em casa, era pedir para morrer.
Hell parecia com Matteo, sua pelagem era tão negra quanto os fios de seu dono e suas iris eram verdes, Hell era parecido com ele até em quesitos de personalidade. Parecia sempre estar atento e arisco, pronto para te atacar a qualquer momento.
Em dias como esse, em que Matteo não está em casa, eu entro em seu quarto e na surdina brinco com Hell.
— Seu pai é malvado né, ele fica saindo para lá e para ca, lhe abandona aqui sozinho Hell, vou te levar embora comigo - afino a voz como se estivesse falando com um bebê, depósito um beijo em sua cabecinha.
Sinto um frio percorrer por toda minha espinha ao me sentir ser observada, mas não tinha ninguém no quarto além de mim e Hell.
— Sua mãe não lhe ensinou que invadir o quarto alheio é feio amorino.
Ou pelo menos eu acreditava estar sozinha com Hell. Levo meu olhar em direção a Matteo o encontro encostado no batente da porta me fitando como se esperasse por uma boa justificativa na qual explica-se do porquê estou em seu quarto conversando com seu gato igual uma maluca, sentada em sua cama.
— Eu já estava de saída, só vim ver o Hell, já que você o mantém em cárcere privado. Ele não é só seu, não sei se você se lembra mas, foi eu quem o encontrei e como não pude ficar com ele, sua mãe o aceitou mas, a mãe de origem sou eu, você só o cria.
Matteo parece gostar do que acabara de escutar, parece gostar o suficiente ao ponto de deixar com que um sorriso ladino digno de um cafajeste que não pode perder sequer uma oportunidade de se jogar para alguém escapar, ao notar seu proprio ato, ele se repreende mordendo seu lábio inferior.
— Então parece que somos os pais dele, devo lhe chamar de esposa ou minha mulher?. Aproveite e fique ai, seja uma boa mãe enquanto seu homem toma banho - joga seu corpo contra a porta fechando à atrás de si.
Apenas o observo estática sem saber o que falar, Matteo não é do tipo de fazer essas brincadeiras.
— Vou considerar isso como um sim, espero que você ainda esteja aqui esperando seu homem voltar, caso você não queira deixar o Hell sem mãe - com seu sorriso de puro deboche se arrasta até o banheiro mas, antes de passar pela porta me lança um daqueles olhares auto explicativos de que não estava brincando quando me desferiu aquela mine ameaça.
Bom, se ele estava brincando ou não, não seriei eu que ficarei aqui para descobrir, assim que ouço o som de seu chuveiro sendo ligado e em seguida de água colidindo contra o chão, me arrasto até o final da cama pegando Hell em meus braços, apertando o contra meu peito com cuidado para não Machucar ló.
— Hoje você irá ficar com a mamãe - caminho até a porta fazendo o mínimo de barulho possível enquanto me retiro do quarto. Solto o ar preso em meus pulmões que eu sequer reparei estar prendendo, talvez tenha sido o medo de ser pega por um Matteo com água escorrendo por todo seu corpo forte e definido, segurando sua toalha de qualquer jeito impossibilitando a de cair enquanto me questiona do porquê diabos eu o desobedeci e vazei de seu quarto levando Hell junto comigo.
— Daisy, principessa você está me ouvindo?.
— Hum - saio do meu transe, com Ângelo parado em minha frente com um pacote de salgadinhos em mãos.
— Para onde você foi principessa, vim pegar o salgadinho e quando voltei você tinha sumido - sinto seu olhar percorrer por todo meu corpo pausando sobre a pequena bola de pelo em minhas mãos - o que Hell está fazendo aqui fora, Matteo sabe onde ele está?.
Merda.
— Ah sim, ele sabe, bom. já vou indo tá - seguro Hell apenas com uma mão e passo a livre sobre o ombro de Angelo me apoiando nas pontas dos pés, Angelo era bem alto, estamos falando de 1,89 só não o suficiente para ultrapassar Matteo com seus 1,97. Desfiro um beijo em sua bochecha.
— Mas já?.
— Sim já está tarde, tchau tchau te vejo amanhã - caminho em passos largos até a porta. Nada suspeito ne Daisy.
— Espera você está levando o Hell embora. Matteo realmente sabe disso?- Angelo me questiona vindo atrás de mim mas, antes que me alcance.
— Tchau- fecho a porta atrás de mim e corro para o outro lado da rua sem nem ao menos olhar para os lados antes de atravessar. Assim que chego ao outro lado, passo para dentro de casa.
Retiro meus sapatos e subo as escadas com eles na mão, vou para meu quarto depositando Hell no chão para que se sinta a vontade e se acostume com o comodo, enquanto guardo meus sapatos.
— Seja bem vindo Hell, espero que se sinta bem aqui porque pretendo lhe trazer mais vezes.
Caso alguém não tenha entendido a Daisy mora bem na frente da casa dos Henris.
