Simon Ghost Riley [das cinzas ao sangue.]

capítulo 37.

Por incrível que pareça, Ghost te fez companhia até você se acalmar, ambos ficaram andando em passos lentos pela base toda e conversando um pouco, vocês agora estavam comentando sobre o que queriam ser se não fizessem parte da força-tarefa.

— talvez eu seria.. treinadora, sabe? - você diz, olhando para aquele rosto coberto por uma máscara. — e você, Simo.. Ghost? - sua voz travou quando notou quantas vezes o chamou pelo nome real.

— pode me chamar como quiser, recruta. - ele fala calmo, mantendo a voz firme. — e mesmo se eu não fizesse parte da força-tarefa, do mesmo jeito eu ajudaria os militares.

Seus olhos ficaram brilhando, você queria vê-lo sem a máscara de novo, sua vontade de observar cada cicatriz daquele rosto coberto, cada história que elas carregam.. era enorme. Sua então foi voltada para ele assim que percebeu que estava encarando demais, envergonhada você virou o rosto para frente tentando ignorar o nervosismo.

— entendi.. - comentastes e em seguida mordiscou o cantinho do seu lábio inferior. — Ghost, posso te perguntar uma coisa..? é algo bobo! não tem obrigação em responder.

— pergunta. - Simon responde frio como sempre.

— você já gostou de alguém? - seus olhos ficaram um pouco irritados com a claridade que se aproximava. — tipo.. gostar mesmo?

Um silêncio perturbador apareceu entre a conversa, os dois pareciam nervosos mas escondiam isso, Ghost te olhava de relance algumas vezes pensando no que responder, já você, aparentava estar calma; braços cruzados, expressão irritada com a luz do sol após saírem da sombra, caminhado tranquilo, sem sinais de nervosismo. Por dentro você estava desesperada. A pergunta foi idiota demais? E se ele sair e nunca mais falar com você? Ai meu Deus! seu corpo não sabia como reagir.

— sim, mas não foi como eu imaginei. - ele finalmente responde. — e você?

— já, mas não posso falar para a pessoa. - seus olhos estavam presos no chão enquanto seu pé chutava uma pedrinha qualquer. — acho que ele teria a pior reação de todas.

— não pense assim, tenta falar com ele. - Simon te olha com serenidade. — mostre o que sente por ele aos poucos.

— ele não deve ligar, ele é mais focado no trabalho. - era para ser uma indireta, mas foi pouco para ele descobrir.

Seus olhos se encontram com os olhos castanhos que antes eram sem vida e cinzentos, era fácil você se perder naquele olhar e poder imaginar tudo o que ele passou, Soap sempre te contava quando ambos ficavam fora de missões, você adorava escutar. O sargento sempre detalhava, dava para imaginar certinho como se aquilo fosse real, sua boca trancou, impedindo que você fizesse outra pergunta. Todavia, mudando a direção de seus olhos Simon ainda te olhava, com o olhar afiado e desconfiado.

— Simon.. eu queria saber se, eu poderia confiar em você. Se eu poderia contar com você em todas as missões ou qualquer momento. - sua voz continuou baixa, sem vacilo.

— eu preciso te conhecer melhor, recruta. - o tenente responde rapidamente. — preciso saber quem você é.

— eles nunca falaram de mim para você? - a pergunta foi repentina, foi difícil impedi-la. — ou você já sabe mas quer saber de todos os detalhes..?

— não, eu quero conhecer o seu lado para que eu possa confiar em você.. não o que me fizeram enxergar. - Ghost comenta, olhando para você com atenção. — eles me falaram bem de você, eu cheguei até desconfiar se era a mesma pessoa que eles estavam falando.

Você conseguiu capitar a risada fraca que foi abafada por aquela máscara, ele riu, seu corpo teve calafrios fazendo com que suas pupilas dilatassem com pressa, era surreal, nunca passou por sua cabeça que um dia escutaria Ghost rindo sorrateiro, os fios da sua nuca ficaram eriçados por segundos demorados. Você queria escutar de novo.

— posso te mostrar, mas quero que prometa uma coisa. - você colocou a mão no bolso, agarrando algo. — não perca isso até eu acabar.

— hm..? - ele olha para a sua mão, duvidando do que você tinha pego.

Sua mão delicada e pequena agarrou o pulso do tenente sem força alguma, retirando a outra mão do bolso você a levou para perto da palma de Ghost e logo soltou o objeto. A pulseira. Ele aproximou o rosto da pulseira feita a mão, examinando cada detalhe das miçangas e do jeito que foi amarrada sem deixar sinais.

— foi você que fez? - o loiro segurou a pulseira com os dedos, voltando a olhar-te.

— sim, você já deve ter percebido que os outros também possuem uma igual a essas. - sua resposta foi completada pela exibição do seu antebraço com algumas pulseiras com cores diferentes, azul e branco; Soap, preto e cinza escuro; Gaz e a do König era a de linha. — porém as cores de ordens contrárias.

— você leva jeito, Scar. - o homem disse colocando a pulseira logo em seguida.

Um sorriso contaminou seu rosto, a animação de ver Ghost usando a pulseira que você fez para ele era inexplicável, seu coração esquentou e bateu forte, ele ficou minutos observando a peça nova que talvez não sabia que ficaria com ele permanentemente. Cruzando os braços você escondeu seu pulso que estava com as pulseiras, suas bochechas não esconderam sua timidez sútil, mas talvez o homem não teria percebido por estar distraído com a pulseira. Parece que ele nunca teve uma assim, era um pouco engraçado vê-lo daquele jeito.