O Dia Seguinte.

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Chuuya acorda e se espreguiça, ele abre os olhos e observa um relógio tradicional de cuco, o qual acaba de marcar meio-dia.

- Uh, droga... que dor de cabeça. - Ele murmura, põe um edredom no rosto e move-se para o centro da cama, até escorar em Dazai. - Por que estás aqui? - Normalmente a raiva se faria presente, mas a ressaca deixa-a contida, libertando apenas o desânimo dele.

O moreno se move um pouco, suavemente na cama e fala algo inaudível antes de encolher-se agarrado a um travesseiro. Recebe uma cotovelada na coluna. - O que é? - Pergunta sonolentamente com descontentamento.

- Por que infernos estamos na mesma cama? - O ruivo pergunta com um tom aborrecido.

- Não lembro. Provavelmente adormecesse na cozinha e tive pena de te deixar lá. Deverias me agradecer, estressadinho. - Mesmo com ressaca, ele não perde o senso de humor.

- Te agradecer um cacete, vou morrer de ressaca por culpa tua. - Chuuya dá um murro fraco no ombro de Dazai. - Vou estrangular-te vivo.

Dazai ri. - Não sobreviveremos ao primeiro dia de trabalho deste jeito. - É a última frase dita por ele antes de sentir uma mão apertando sua garganta.

- A vontade de te matar só aumenta.

- Esse aperto está começando a enforcar mesmo, já estou com enjôo, isso só piora a situação. - Ele afirma enquanto segura levemente o pulso de Chuuya e desfaz tranquilamente a posição da mão de Chuuya em si. - Ultimamente pareces um sadomasoquista.

Eles se aquietam e dormem por mais algumas horas.

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O cuco pia seis vezes. Dazai ignora e permanece imóvel, Chuuya se vira e põe o travesseiro no ouvido direito, o colchão denso abafa o som que seria escutado pelo outro tímpano.

O detetive abre os olhos e se depara com o rosto de Chuuya consideravelmente próximo do seu, ele não conseguiria distanciar-se sem chamar a atenção do outro, já que o executivo também estava deitado sobre sua mão esquerda e grande parte de seu braço.

- São 18h00, o expediente de hoje começa às 23h40.

- E eu com isso? Ainda tenho mais umas três horas para descansar.

- Precisas se hidratar, também preciso. Levanta.

- Eu iria, mas pareceria que estou seguindo tuas ordens, não vou mais.

- Me poupe, ainda pareces uma criança birrenta, como quando estavas bêbado. Saia de cima do meu braço, pelo menos.

Chuuya geme de preguiça e se afasta um pouco para Dazai puxar o braço de volta.

- Levante logo, não será bom se um de nós acabar se desidratando. A missão começa hoje. - Ele diz ao se sentar de frente para o outro.

O travesseiro usado pelo menor é lançado na direção do rosto de Dazai, que reage e segura-o antes de bater em sua face.

- Cachorro mau. - Ele joga o travesseiro no chão.

- Inferno! Cale a boca, eu te odeio. - Chuuya se vira de costas para Dazai.

- Para de birra. - Ele agarra Chuuya pela cintura e puxa-o para fora da cama.

- Eu definitivamente te odeio! - Ele reclama ao ser puxado, envolve as mãos nas munhecas de Dazai e faz força para tentar soltar-se.

- Já dissesse isso... - Ele persiste. - Se não te tiro daquela cama, não irás querer sair do quarto.

- Como consegues levantar-se com essa ressaca infernal? Eu preferiria dar de cara em uma porta de vidro, em público!

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