Imprevisto

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– E ai Rams? Qual você prefere? – perguntou Kelvin, erguendo duas calças –

– Ehh Kevin, tem que ser tão chamativo assim é? A gente tá indo em um restaurante, não vamo pra nenhuma festa – respondeu Ramiro, seu namorado.

Por mais que negasse, Ramiro adorava o estilo do mais novo, nunca conheceu alguém tão único na vida. Bastava ver Kelvin de longe, para todos saberem o quão animado e alegre o garoto era. Sempre usava roupas extravagantes, cheias de brilho e personalidade.

Ramiro ficava doidinho quando via seu amor arrumadinho, até porque o outro gastava horas e pensava muito em cada um dos looks que vestia, o mais novo sempre gostou muito de se arrumar. O cacheado achava que o pequeno ficava lindo como ninguém nas suas roupas, mas desde que o loiro falou o quão difícil elas eram de colocar, e quão desconfortáveis eram de ficar, o moreno estava com um pé atrás.

Afinal, queria aproveitar muito a noite com seu amado, pretendiam jantar em um restaurante local e depois andar pela beira da praia, e Ramiro ficava preocupado com seu namorado, andando com salto pra lá e pra cá, de calça apertada e cropped apertado em seu corpo.

– Claro que sim, eu tenho que ir bonito – disse o loiro, levantando a calça jeans colorida – E ai? Essa, ou essa? – perguntou, agora levantando uma verde neon, com uma abertura nos joelhos.

– Essa aí – apontou para a primeira, que parecia mais confortável, por mais que parecesse um saco pra colocar ou tirar. Queria dizer que Kelvin ficaria lindo em qualquer calça, queria gritar que ele era a pessoa mais linda de Nova Primavera, que tudo que vestia o fazia parece um anjo, mas sabia que o outro não o escutaria, já havia tentado vezes o suficiente pra saber que o namorado não conseguia sair sem estar imensamente arrumado.

– Tem certeza? Tá. – respondeu o outro, não querendo se prolongar, já estavam atrasados. – De blusa eu vou com essa mesmo. – disse pegando uma blusa que cobria todo seu tronco, diferente do que normalmente utilizava, a blusa também parecia ser de um tecido plastificado, cheio de pedrinhas, não parecia muito confortável e Ramiro até tentou argumentar mas Kelvin logo entrou no banheiro, só saindo 5 minutos depois, já arrumado – Vamos?

– Calma aí piquitito, a gente tem que testar pra ver se essa roupa tá realmente boa, antes de sair.

– Hã? Como assim? – Perguntou confuso.

– É que cê sabe.. – começou o moreno, se levantando da cama e se aproximando – A roupa tem que ser confortável, pr'ocê não ficar passando perrengue..

– Ah, mas ela tá confortável sim, Rams – respondeu sorrindo, alegre em saber que o outro se preocupava tanto com seu bem estar – Ó, dá pra fazer tudo, tudinho. – Disse o loiro, dando pulinhos e girando, pra mostrar que a roupa não o impossibilitava de fazer nada

– Aé? Mas, e se eu quiser te puxar pra um cantinho – respondeu o moreno, com aquela voz, ah, aquela voz que destruía todas as barreiras do mais novo – Te dar uns apertãozinhos.. – se aproximou, puxando o namorado pela cintura – essa roupa não vai atrapalhar você de sair correndo comigo pra um cantinho, vai? – perguntou, com a boca rente ao ouvido do outro, que se agarrava na blusa de Ramiro como se aquilo o impedisse de escorregar, e talvez só aquilo pra impedir, pelo jeito que as pernas do loiro pareciam fracas. – Porque, se for, eu vou tirar essa roupa de você agora.

– Eh, pra apertãozinho vai ficar difícil.. – Kelvin respondeu. Aquele tecido era muito rígido, não ia dar pro namorado dar aqueles costumeiros apertões. Ramiro estava tão perto, que se algum deles se movesse, acabariam com os lábios colados, em um beijo que, Deus sabe, Kelvin queria muito.

– Tsc, tsc, tsc – balançou a cabeça – Ocê não vai com essa roupa. – negou Ramiro. De jeito nenhum aquela roupa atrapalharia os planos que ele tinha em mente, de jeito nenhum.

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⏰ Última atualização: Nov 23, 2023 ⏰

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