#6 | is it over now?

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﹙☆ ͡ ݂ ۫﹚⠀⎯⎯ ⠀ '𝗩𝗢𝗖𝗘 𝗦𝗢𝗡𝗛𝗢𝗨 com os meus labios antes deles te chamarem de mentiroso, havia um corpo novo no seu sofá e os dias acabaram, posso então presumir que tudo foi um grande reflexo das nossas trezentas mil mentiras disfarçadas naquilo que chamamos de 'nós'?'

⠀✧   ˚   ﹙ 🗯﹚   好

Quando a primeira semana se passou, e então o primeiro mês e a próxima estação, você ainda estava lá.

Em todos os segundos do meu dia miserável com duas horas no metrô e uma bicicleta de pneus desgastados, você estava lá, como um pesadelo interminável no fundo da minha mente.

Quando o voo já tinha partido e eu estava mais próximo do sol do que do chão. Quando a rosa murchou na minha mão que a apertava sem imaginar que lá ainda restava um pouco de vida.

Eu dormi completamente sozinho, mas isso nunca foi culpa sua.

Não totalmente.

Você não queria ir embora, queria?

Em outra cidade afastada, em outra vida e ponteiros de relógios e verão escaldante, eu ainda te via, como se tudo no passado ainda prevalecesse fora da minha própria mente. Ainda existia aquelas pausas para tomar café entre uma aula e outra.

Eu contei trezentas delas.

O seu sorriso irritante e as suas covinhas ainda continuam na minha visão periférica, não importa se estamos distantes. Você sempre continua. Como um sonho que fica cada vez pior conforme as folhas das árvores caem nas calçadas.

Eu te vejo como todas as primeiras vezes.

E, então, posso dizer com propriedade: nada disso acabou.

Posso ter certeza que você sonha com os meus lábios quando algum homem desavisado te chama de mentiroso e traidor.

Você gostaria que fosse eu que estava te xingando de tantos nomes a ponto de ser impossível de compreender.

Você procura coisas melhores em camas de mulheres e homens sem rumo, mas você sabe que nunca haverá algo melhor do que aquilo que eu te deixei ter.

Meu corpo e alma.

Meu cérebro egoísta e um pouco orgulhoso demais nunca vai me deixar admitir, mas eu sei, eu sei que nunca acabou. Quando ele se deitou na borda do seu sofá e deixou com que você se inclinasse sobre o seu corpo, você sabe que não tinha acabado. Ele tinha olhos azuis e cabelos escuros como os meus, mas seu corpo era quente, e você gostava do frio.

Quando eu senti os dedos de alguém desabotoando a minha blusa, eu também sabia que não tinha acabado. Ele era como a pedra costurada em meu peito que nunca deixou de pertencer a você, havia algo ali dentro que você roubou e escreveu seu nome em letras garrafais: meu coração.

Os olhos de algum homem me encaravam como se ele me quisesse, mas, para mim, ainda havia tudo em você naquilo.

"Venha cá." Eu sussurrei no ouvido dele.

Mas eu sonhei que você ia responder.

E então eu perdi o controle. O sangue era carmesim e eu nunca havia visto a neve antes, mas era como se a minha própria mente gelada estivesse fazendo o inverno chegar no meio do mês de julho. Sempre foi assim, com minha família, meu irmão, meu amor.

"Você é como uma maldita tempestade, Regulus."

Mas, uma certa vez, você mentiu para mim e me disse que eu era lindo.

E eu acreditei fielmente que, pelo menos uma vez, a minha bagunça poderia ser as raízes da minha beleza que um dia florescerão como rosas no seu jardim.

Eu nunca fui de acreditar em mentiras.

As fotos que me mandaram não eram reais.

Eu sabia que não eram, mas estava tão acostumado com a verdade pura e limpa e então aquilo foi como uma faca no coração.

Era como se eu pudesse ver a sua mente de merda através da tela do meu telefone, e então eu soube que eu ainda estava lá.

Eu nunca estive afastado dos seus sonhos, não é?

O seu novo "namorado" é um clone meu.

As luzes estavam piscando dentro de mim e era torturante a forma que eu não conseguia entender o meu próprio corpo. Havia raiva e inveja e amor e tudo que sempre esteve em meu coração por sua causa.

Um tipo de amor que faz a sua mente sangrar. Eu sempre estive acostumado com isso.

Porque, uma certa vez, me falaram que o amor te deixa louco, e se você não fica também,

você não está fazendo certo.

Eu apenas vi tudo aquilo atravessando o meu âmago e pensei: bom, pelo menos eu tive a decência de me esconder.

De não ter orgulho.

A única coisa que restava eram os meus quadris e coxas e suspiros que ainda sentiam a sua falta.

Mesmo que alguém segure o meu corpo e preencha aquilo que eu acreditava que estava faltando, nunca será igual.

Nunca vai ser.

Homens olham para mim, desejando o meu corpo e nada mais.

Você olhava para mim desejando o meu coração e alma e todo o resto.

Como se, a qualquer momento, você fosse transbordar de tanto amor e desejo, buscando palavras para descrever aquilo que está preso no seu peito com laços vermelhos que eu mesmo amarrei.

Eu sei que esse sentimento ainda existe. Pelo menos uma parte dele. Uma partícula que brilha no escuro entre os seus ossos.

Tem que existir.

Quando meu cérebro começa a girar e girar, penso que talvez, só talvez, eu pularia de um lugar realmente alto apenas para te ver correndo para me salvar.

Correndo de volta para mim.

Como se o mundo estivesse acabando, com trezentos encontros às cegas que terminam nos mesmos tipos de fracassos. Como se de repente o amor parasse de existir, um corpo desconhecido no lado esquerdo da sua cama onde eu costumava deitar vestindo as suas roupas. Como se os meus olhos permanecessem fechados por tempo o suficiente, sonhos onde eu nunca concordei, onde os aviões não estavam funcionando, onde eu disse que te amava.

Onde você não disse que me amava.

Onde o fim ainda não estava prestes a bater na minha porta, e então eu não precisaria fingir que não te quero de volta com toda a minha alma.

STYLISH, starchaser oneshot'sOnde histórias criam vida. Descubra agora