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-- aff não tenho nada pra fazer e não tenho ninguém pra conversar -- bufei revirando os olhos batendo os dedos no controle da TV

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-- aff não tenho nada pra fazer e não tenho ninguém pra conversar -- bufei revirando os olhos batendo os dedos no controle da TV

Miguel que está no meu colo abre um riso mostrando seus poucos dentinhos e sorrio em sua direção, pego ele com cuidado colocando na minha frente do lado do encosto do sofá evitando perigo de cair, dou um beijinho na sua bochecha o que faz ele gargalhar.

-- você tem eu, mamãe. -- falei imitando a voz de um bebê e ele riu mais uma vez sem entender nada.

-- seu pai é um chato -- falei reclamando -- ele nem sequer manda mensagem pra mim, ele só manda pra saber de você. -- falei indignada

-- mas também você queria o quê mamãe? Você expulsou ele. -- imitei novamente a voz de bebê mais uma vez

-- mas custa perguntar se tô bem ou algo assim? Tô com saudade

-- manda mensagem pra ele -- faço a voz de neném mais uma vez e Miguel continua rindo sem entender o que estava acontecendo.

-- não. -- murmurei baixo -- será que eu mando? -- me auto questionei reflexiva -- é melhor não.

Pego o celular e entro no WhatsApp, procuro pelo contato dele e assim que acho clico na foto de perfil, dou um zoom e mordo o lábio inferior, que homem lindo.

Meu Deus, quanto arrependimento.

Sinto uma lágrima solitária escorrer no canto do meu olho e limpo imediatamente, saio da foto de perfil tocando no lado inferior direito mas não consigo sair da foto, fico agoniada e clico mais uma vez.

-- NÃO, NÃO. -- gritei jogando o celular no chão quando percebo que liguei pra ele.

Merda!

Merda!

Eu sou muito burra!

-- eu vou buscar? -- pergunto baixo pro Miguel que me olhou atenta -- melhor não né? Mas...o coitado deve tá preocupado falando e eu não respondendo. -- falei pra ele que segurou com o dedo indicador a ponta do meu nariz me fazendo rir baixo.

Me levanto com cuidado me certificando que o Miguel não cairia do sofá e pego o celular do chão, percebo que trincou a tela e faço careta vendo que a ligação ainda estava rolando.

Meu Deus, o que eu falo?

-- Azedinha, tá tudo bem? Porque você não me responde? Ligou só pra ouvir minha voz? -- ele perguntou debochado do outro lado da linha e suspiro, ele não tava errado.

Volto pro sofá e me deito novamente ao lado do meu filho que me olhava atentamente a cada passo ou gesto que eu fazia.

-- oi, eu liguei sem querer. -- falei enrolando um fio de cabelo nos meus dedos -- eu ia te mandar uma foto do Miguel e o celular caiu no meu braço fazendo com que ele ligasse sozinho, desculpa. -- falei mordendo a bochechada por dentro e fazendo careta por estar mentindo.

-- ah entendi, pode mandar.

Ele só vai falar isso? Só isso? Não vai nem puxar assunto comigo? E aquela coisa de que não desistiria fácil de mim?

Mas afinal, o que você queria Mikaella.

Você expulsou ele daqui.

-- não foi pro trabalho hoje? -- ele perguntou puxando assunto e quebrando o silêncio o que me fez sorrir

-- eu tô com cólica -- falei me sentindo envergonhada olhando pra Miguel que riu

-- já tomou remédio? -- ele perguntou com a voz carregada de preocupação

-- sim mas a dores estão fortes.

-- faça uma compressa de água morna pra poder aliviar as dores, e coma alguns doces também. -- ele disse do outro lado da tela depois de suspirar por um tempo.

-- vou fazer isso, obrigada. -- falei mordendo o lábio inquieta, eu queria que ele tivesse aqui comigo mas era lógico que ele não viria e nem se oferecia para vim me ajudar, até porque eu sou a errada da história.

Era como Luíza havia me dito, foi eu quem quis assim então tenho que lidar com todas as consequências, principalmente a solidão.

-- preciso voltar pro treino, qualquer coisa me ligue, tchau.

-- tchau. -- falei desligando a ligação e colocando o celular em cima da minha barriga.

Sinto algumas lágrimas descerem dos meus olhos e nem era pela cólica e sim por me sentir mal sem ele aqui. Me levanto olhando pra Miguel deixando-o mais seguro possível no sofá e vou em direção a cozinha.

Pego uma panela adicionando a água e colocando no fogo pra começar a ferver, procuro pela compressa dentro do quartinho de limpeza e acho rapidamente.

-- seu pai é um chato -- reclamei mais uma vez voltando pra sala e ficando de joelhos no chão, apoiado as minhas mãos no sofá e no meu queixo encarando o Miguel -- odeio ele.

Nunca mentir tanto como hoje, meu Deus.

Ouço a companhia tocar e cruzo o cenho confusa, vou em direção a porta e um rapaz parecendo chinês está do outro lado com uma cesta

-- Mikaella? -- ele perguntou e confirmei confusa -- mandaram pra senhora, tenha uma boa tarde --ele disse me entregando a cesta junto com um buquê de girassóis.

Fecho a porta olhando pra tudo aquilo confusa, vejo que na cesta tem um ursinho de pelúcia grande, remédios e doces.

Engulo em seco já imaginando de quem seja, pego o cartãozinho do buquê e começo a ler.

"espero que sua cólica melhore, fica bem.
não vou desistir de você tão fácil, Azedinha."

é, ele não vai mesmo.

-- adoro o seu pai mas não conta isso pra ele.

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A Mikaella assim percebendo que ligou pra ele KKKKKKKKKKKKKKK

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A Mikaella assim percebendo que ligou pra ele KKKKKKKKKKKKKKK

FRONTEIRA - Gerson Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora