Insaciável Sedução

Capitulo Nove

Skye

  Sábado de noite, estava totalmente vestida dessa vez, esperando Matteo para me levar para sua casa.

  Graças a maratona de série e o skincare, não fizemos a outra parte do trabalho, que parecia uma lista quilométrica de exercícios, então adiamos para sábado de noite, quando eu e Matteo estávamos livres, que por um acaso era na festa semanal, onde eu iria novamente.

  Foi um pouco mais complicado convencer meus pais, mas dizer que Harper estava lá sempre ajudava.

  Disse para os dois funcionários que estavam terminando a limpeza para mandar Matteo subisse a hora que chegasse. Nem ferrando eu ia ficar esperando-o no frio.

  Bateram na porta, e eu estava terminando de ajeitar o cabelo. Tirando meus pais e Matteo, ninguém tinha visto ainda. Minha mãe adorou e disse que me favoreceu, e meu pai disse que seria demais não encontrar mais longos fios de cabelo em tudo, pois já bastava o Sammy.

  Dei uma pequena corrida, colocando o celular no bolso e abrindo a porta.

  Matteo olhou para mim, sorrindo maliciosamente.

  -- Está vestida? Que pena.

  Fiz uma careta, e depois me virei para o sofá, onde meus pais estavam assistindo série. Quando fui lá para dar tchau e falar que já voltava e ia informar tudo pelo celular, encontrei minha mãe limpando algumas lágrimas e se escondendo no abraço do meu pai, que parou o episódio.

  -- Mãe? - Fui até lá e me sentei ao lado dela no sofá, colocando a mão em seu ombro. - O quê foi? O quê aconteceu?

  Ela virou para mim e deu um sorriso triste, como rosto ainda molhado e os olhos levemente vermelhos.

  -- Não é nada, foi uma besteira. - Disse passando a ponta dos dedos embaixo dos olhos.

  Olhei para meu pai, que beijou o alto da cabeça dela, continuando a abraçá-la.

  -- Estamos assistindo One day at time e... nesse episódio fala sobre o pai de uma menina não a aceitou por ser lésbica.

  -- E disse várias coisas que eu ouvi por anos. - Mamãe completou, fungando. - "É só uma fase", "Você não é bissexual, você é uma puta sem-vergonha", bem, essa última só eu ouvi mesmo. Sabe, enfim essas coisas... - Riu de maneira irônica. - O pior é que eu nem tenho um pai!

  -- Mãe... - Segurei sua mão, apertando-a levemente e fazendo-a olhar pra mim. - Para de fazer piada, é sério. Você tá bem?

  -- Foi só um gatilho, meus amores, eu vou ficar bem. - Ela olhou para mim e para o meu pai. - Afinal, faz 18 anos, eu tenho que começar a superar.

  Papai segurou o rosto de minha mãe com ternura, mantendo o contato visual.

-- Você sabe que é incrível, que é amada e sua sexualidade nunca foi um problema, não é?

  -- Eu sei. - Seus lábios tremeram num sorriso curto. - Queria que minhas mães soubessem também. E realmente tivessem aceitado, e não fingido.

  A abracei, fazendo um sanduíche humano com minha família. Esse assunto, sobre a relação da minha mãe com as minhas avós sempre foi um elefante na sala e um tema muito sensível para ela.

  -- Matteo? - Minha mãe olhou a porta, que ainda estava aberta. Matteo tinha Sammy nos braços. Aquele gato safado não poderia estar mais derretido.

  -- Sinto muito. Eu não quis interromper... - Ele deu um passo para trás. - Posso sair se quiserem mais tempo. Na verdade eu vou embora, marcamos outro dia.