Capítulo XII • Convencer

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~ 20 de Fevereiro ~
~ Segunda-feira ~

• Key:

Algumas coisas estranhas aconteceram na noite passada.

Nada TÃO fantasmagórico, mas que me acendeu uma certa inquietação. Como se já não bastasse TUDO de estranho que anda me acontecendo, e acontecendo à minha vida já conturbada naturalmente, sinto que não estou totalmente segura nesse hospital.

Okay, okay. Eu sei que posso estar sendo refém dos meus próprios traumas de tempos atrás e necessitar de uma ajuda psicológica para me reabilitar adequadamente, só que, de qualquer maneira, essa sensação ainda me atinge com êxito.

Ontem, na parte da tarde, fiquei um bom tempo sozinha. Hora ou outra aparecia uma enfermeira com remédios e alimentos para mim ingerir, mas não é como ter alguém ali, me fazendo companhia, o tempo todo. Também não faço questão de que tenha um sentinela ali há todo instante, porém... Argh! Dá para me entender, 'né? É ruim ficar sozinha e depois despertar na manhã seguinte.

Sério, eu simplesmente apaguei. Não me lembro de ter tirado um cochilo, ficado com sono, ou algo do tipo.
Eu. Apenas. Apaguei. O que é estranho 'pra cacet*.

E, para terminar de me f*der bonito, enquanto adormecia, por meio de algo que só Deus sabe, sofri durante meu sono com alguns sonhos que prefiro nem comentar. Até porque, se formos olhar de outro ângulo, nem se tratam de sonhos realmente, e, sim, pesadelos dos bons. Os envolvidos eram quem eu já imaginava: Liga dos Vilões, Shigaraki, Dabi, tiros, fogo, perseguição, mortes... O básico, compreende?

Entretanto, haviam pessoas e objetos que não me recordava. Dentre tudo o que presenciei, indo desde uma pedalada em uma espécie de Calçadão, até um mergulho e um luau em uma praia suspeita, a única coisa que reconheci foi aquele colar de ametista. Sim, se tratava daquele mesmo colar que antes estava na minha cômoda neste quarto, e que depois desapareceu sem deixar vestígios.

Estranho tudo isso, não?
Ou, eu estou vendo coisas?

Sinceramente, eu não faço ideia do que declarar sobre isso, mas sei que essa será uma pauta recorrente no debate da minha mente aguçada.
Eu tenho certeza disso.

[ 13:37 P.M. ]
| Ainda naquele mesmo quarto hospitalar |

Key: obrigada, sim? ― agradeço uma das enfermeiras, vendo-a deixar meu quarto com a bandeja e meu prato de alimento vazio. Preciso me alimentar, 'né? ― e então? Já posso me locomover e sair daqui, pelo menos?

A enfermeira, agora a única presente em meu quarto nesse instante, ainda examinava meu pé, aquele que levei o maldito tiro, com atenção, se certificando de que não haveria problema se eu, e meus nervos prontos para serem movimentados, decidirem desbravar esse estabelecimento de cabo à rabo. Afinal, se continuar nessa posição e nessa cama por mais tempo, posso virar uma impossibilitada, caramba! É comprovado, poxa! ― eu acho.

Enfermeira: olha, senhorita Socery... ― ela se empertiga, colocando-se de pé a frente da minha cama. ― eu só tenho que te parabenizar. Sua saúde está muito boa mesmo. Seu ferimento está quase cicatrizado.

Key: ah! Ufa! Então, posso caminhar, certo? ― pergunto, ansiosa.

Enfermeira: é, você pode. Mas, nada de movimentos bruscos. Você sabe, não? Tudo que é demais faz mal. ― aconselha e eu apenas concordo, realmente compreendendo-a.

Ah! Eu nem acredito que estou me recuperando tão rápido!
Quando mais rápido eu ficar curada, menos tempo eu fico aqui, presa e sobre os cuidados dos heróis.

De Repente, Você. (O Reencontro)Onde histórias criam vida. Descubra agora