Martín era orgulhoso, andava sempre de nariz em pé e bem arrumado, não se dava o trabalho de passar perfume, seu cheiro próprio já era uma delícia, e os olhares constantes em si demonstravam isso. Ele era um ômega dominante, colocava moral em quase todos, principalmente em alfas inferiores à sua classe, e por isso era bem conhecido em toda a empresa, como não ser com aquela beleza toda, era alvo de fofocas grosseiras de quase todos seus colegas de trabalho, principalmente de outros ômegas. Martín na verdade era conhecido como cruel quando queria, aumentava tanto seus feromônios que tanto alfas como ômegas eram afetados, algumas vezes ele podia até mesmo causar certas dores moderadas caso não fizessem o que ele queria.
Um digno egocêntrico orgulhoso, e ele gostava disso, amava não ser dominado e que os outros tivessem medo de si. Porém... tinha um certo brasileiro que o irritava, muito mais do que ele gostaria de admitir.
Luciano entrou na empresa como um estrangeiro, falava um espanhol quase perfeito, mas ainda com aquele sotaque que o loiro odiava. Era um alfa dominante, que subia rapidamente de carreira, até chegar como chefe geral do prédio, algo que o argentino sentiu nojo, tinha certeza que aquele moreno tinha usado seus status de alfa junto aos seus feromônios para conseguir o que queria.
Ele o odiava, não gostava nem de olhar em sua cara... só de vez em quando.
"Ei Martín! Vai estourar a caneta de novo se ficar mordendo assim." Sebastián o cutucou, fazendo o loiro se assustar um pouco, não tinha visto quando o primo tinha se aproximado. "O chefe está te chamando."
"Por quê? Eu não tenho nada para falar com aquele alfa trapaceiro." Se virou para o outro já estressado, largando a caneta na mesa.
"Só vai logo!"
Passou emburrado pelos corredores do prédio elegante, fazendo qualquer um em sua frente sair correndo, ninguém gostaria de ficar cara a cara quando o argentino estava com raiva. Chegou na porta do brasileiro, não batendo ou perguntando se podia entrar, empurrou com tudo a maçaneta, se pondo para dentro da sala.
"O que foi? Eu estava ocupado!" disse cruzando os braços.
"Boa tarde para você também Martín." o moreno disse calmo, dando um sorriso enorme para o ômega. "Sente-se, aceita um café ?"
O menor se aproximou ainda emburrado, puxando a poltrona e recusando o café com um curto e grosso "não".
"Então... eu te chamei pois você cometeu um erro em um dos papéis assinados." Comentou puxando um documento separado dos outros e direcionando para a frente do loiro.
Martín pegou o papel, analisando as palavras. "De fato tem um erro aqui, mas não foi culpa minha, não foi eu quem digitalizou."
"Mas foi você quem assinou...Então você quem deve resolver isso."
"Não é justo jogar tudo para cima de mim!"
O ômega tinha certeza que Luciano só estava querendo que ele trabalhasse mais, e se aquele brasileiro pensasse que poderia ficar mandando esses absurdos para ele, estava muito enganado.
"É algo fácil de se resolver loirinho, relaxa, quando terminar que tal sairmos para beber uma cervejinha hein?"
"Eu sabia!" O argentino levantou-se, aumentando seus feromônios a fim de afetar o alfa abusado em sua frente. "Você só quer que eu fique até mais tarde para ficar me paquerando! Seu nojento!" Apontou um dedo para o nariz do moreno.
"Desculpa? Eu não disse nada disso Martín! Quando foi que eu paquerei você? Se não quer beber é só falar poxa..."
O fato do alfa ainda estar totalmente sã mesmo com seu cheiro forte, irritou ainda mais o argentino, só queria tirar aquele sorriso esculachado daquele rosto horroroso. Aumentou ainda mais seus feromônios dominantes, falando firme com o alfa.