FRONTEIRA - Gerson Santos

G • 59

-- hum -- falei engolindo um morango e ela me olhou curiosa -- deixa eu te contar uma coisa -- falei segurando o riso

-- o quê? -- ela perguntou voltando a atenção pro filme, da Barbie.

Sim, isso mesmo.
Ela insistiu para que assistíssemos, quase chorou implorando e acabei cedendo

-- lembra daquela resenha na casa do Davi?

-- lembro, porque? -- ela questionou olhando da mim novamente

-- então...naquele dia eu ouvi você gemendo o meu nome -- assim que termino de falar ela começa a se engasgar com o pipoca, fico desesperado e bato levemente na suas costas -- você tá bem?

-- aham -- ela disse engolindo em seco -- podemos não falar disso por favor? -- ela perguntou envergonhada

-- eu quero falar disso

-- Gerson por favor

-- só me confirma uma coisa...quantos orgasmos você teve naquele dia pensando em mim? -- perguntei no seu ouvido e ela engole em seco

-- Gerson..

-- me fala, só isso que te peço.

-- pra que? Pra você ficar zoando da minha cara?

-- talvez -- falei sorrindo debochado e ela revirou olhos se afastando de mim

-- esquece isso, finja que nunca aconteceu por favor -- ela disse e sorrio de lado

-- impossível

-- Gerson -- me aproximo mais dela encarando firme os seus olhos que buscavam desviar de mim

-- só me diga quantos

-- não aconteceu nada disso lá dentro, Gerson -- ela disse pegando um morango -- eu não me toquei pensando em você

-- Azedinha -- falei me aproximando mais dela -- eu sei que você se tocou, eu só quero saber quantos orgasmos.

-- Meu Deus -- ela disse suspirando olhando pra televisão e me ignorando o que me fez rir baixo.

-- tudo bem, se você não quer contar -- falei me afastando dela suspirando e percebo que ela me olhou de canto descreditada no que ouviu.

Ficamos em silêncio assistir Barbie, eu já sabia esse filme da escola de princesa até as falas decoradas por conta de Giovanna.

-- não aguento mais essa mulher, Gerson -- ela disse brava com uma das princesas, apenas ignoro -- Gerson, olha só que vestido lindo -- ignoro mais uma vez e ela vira o rosto me encarando com a sobrancelha arqueada -- vai ficar emburrado por conta disso?

Ignoro sua fala e sigo pra cozinha pegando um refrigerante e colocando no copo

-- você parece um adolescente -- ela disse rindo atrás de mim, me virei para encara-lá, ela se aproxima me fazendo ficar preso entre ela e a bancada -- cinco vezes -- ela disse no meu ouvido, seguro firme sua cintura grudando mais seu corpo perto do meu e fecho os olhos suspirando

-- Azedinha... -- falei sem conseguir raciocinar direito

-- eu sei, você tá excitado. -- concordei minuciosamente e ela tira minhas mãos da sua cintura e se afasta de mim -- eu não posso fazer nada -- ela disse olhando pro chão -- eu não consigo

-- eu sei disso -- falei com cuidado e peguei na sua mão -- não se preocupa com essas coisas, é normal.

-- Gerson, existe mulheres que...

Calo a boca dela com um selinho demorado impedindo dela se colocar em uma posição de inferior de novo. Ela se sente tão insegura em relação as outras mulheres que chega dói o meu peito, se ela soubesse o poder que ela tem.

-- você é a que quero, já deixei claro isso. -- falei sorrindo -- não quero você só pra sexo, eu te amo por inteira sem nem mesmo te beijar.

-- você me ama? -- ela perguntou com os olhos lacrimejados e abro um sorriso segurando firme a sua mão.

-- pô mulher, você ainda tem dúvida?

-- eu te amo Pretinho.-- ela disse dando mais um selinho em mim demorado

-- eu estava pensando e acho que a gente podia fazer terapia juntos né? Tipo terapia de casal, isso pode te ajudar

-- Gerson...você faria isso por mim? -- uma lágrima solitária desce do seu olho e a limpo imediatamente

-- claro que sim, o mais rápido possível começaremos! Tô aqui pra te ajudar a superar o seus traumas, tô disposto a tudo.

-- você me tocou sem nem precisar me tocar. -- ela disse fazendo o meu olho brilhar.