61 - Linha quente direta

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Meredith estava em Zurique há um mês. Demorou 15 dias para traduzir todo o material de pesquisa, como ela havia solicitado, e assim que recebeu o pacote de dados e números, ela já estava pronta.

Ela lia desde o início da manhã até a hora do jantar, fazendo uma pausa apenas na hora do almoço. Seu objetivo era voltar o mais rápido possível para seus filhos e para seu trabalho em Seattle, mas a pesquisa era muito importante. Assim, no terceiro dia de leitura, ela viu algo que não esperava encontrar, a informação de que precisava desesperadamente para resolver aquele nó, aquele dilema que a havia atrasado tanto nos meses anteriores.

A solução para todos os seus problemas de pesquisa estava diante de seus olhos, então ela continuou lendo aquele trabalho para ver aonde tudo levava. 

Aqueles pesquisadores da Basileia haviam mudado o paradigma para outro contexto e a forma como o fizeram foi genial. Ela também ficou maravilhada com o fato de não ter chegado a essa conclusão por conta própria, mas, àquela altura, não adiantava chorar pelo leite derramado. Então Meredith se concentrou no trabalho, sem cirurgia na clínica de Cristina, apenas com a papelada. Yang, por sua vez, observava maravilhada o auto-sacrifício dela nesse trabalho, mas não conseguia suportar a ideia de elas passarem o tempo assim, Yang comendo pipoca em frente a um filme e ela no escritório lendo e relendo papéis.

Cristina optou por propor um programa de relaxamento à sua amiga, em que todos os fins de semana, estritamente, elas tinham que sair e se divertir. Em um final de semana foram à Viena, uma cidade linda, e no fim de semana seguinte, Milão. Cristina não poupou despesas, reservou um hotel superluxuoso com um spa no centro de Milão, para que pudessem ver tudo e fazer tudo. Ela havia planejado uma agenda que incluía massagens e saunas, passeios turísticos, mas, no sábado à noite, um jantar em um restaurante renomado e uma noite na discoteca.

-Cristina, por que a boate? -Você não está cansada?

-Gosto de ver aqueles que tentam me pegar e, assim que percebem que sou estrangeira, fazem de tudo para se fazer entender e tentam me pegar em um inglês deplorável.

-Não temos mais idade para ir à boate.

-Fala por você Meredith...  E nós temos a idade certa. Frequentaremos uma boate onde só entram pessoas de um certo nível de tranquilidade. Não é um desses clubes grosseiros, onde os caras cheios de hormônios vão, mas é um clube elegante, e nós teremos uma sala privada - Cristina disse, dando um sorriso para Grey.

-Você realmente quer ir para lá? Eu gostaria de lembrá-la de que tenho um caso com Andrew.

-Você se ouviu quando falou?

-O que você quer dizer com isso?

-Você nunca chama isso de relacionamento, nunca diz "Andrew e eu estamos juntos".

-Já lhe expliquei qual é a situação, estamos namorando e nos conhecendo novamente. Estamos dando um tempo para descobrir se, ao final desses meses, poderemos estar oficialmente juntos.

-Isso me soa como "Não sei se quero ficar com você e é por isso que quero dar uma olhada e pensar um pouco".

-Nesse meio tempo, você se esqueceu de que prometemos não ver outras pessoas e conversar, caso um dos dois não queira mais continuar.

-Eu me pergunto como você consegue levar isso tão bem.

-Estou tentando ter fé e não pensar no fato de ele estar em Nova York e eu em Seattle em um dia, na Suíça no outro e em Minnesota no outro.

-E lá ainda tem aquela médica tipo da JLO ou a pediatra morena que a Arizona e a Callie também falaram?

-Cristina não vai me ajudar assim.

Deluca's Anatomy - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora