Deluca's Anatomy - Parte 1

78 - Escolhas

Andrew ligou para sua irmã para contar sobre a proposta do Presbyterian e ela ficou, por um lado, satisfeita, mas, por outro, pensativa, porque seu irmão havia expressado sua intenção de não voltar para Seattle. Aquela estranha proposta, no entanto, deixou-a com muitas dúvidas que ela tentou transmitir a Andrew, que não se importava com as dúvidas que ela tinha, ele queria aquele contrato, queria se sentir importante, valorizado por aqueles que não o conheciam. Ele havia se cansado de buscar a aprovação das pessoas com quem se importava, agora só se importava com os profissionais. Era como se ele lamentasse uma falta de estima generalizada. Em Seattle, ele não se sentia como DeLuca, o pediatra brilhante, apenas como o ex-residente de Meredith Grey. Em seu íntimo, ele temia que, ao retornar a Seattle, se sentisse insatisfeito novamente, aquele sentimento que o fizera fugir de lá, ele temia que estivesse latente e, portanto, reaparecesse. Ele ainda se sentia frágil, sua camada de gelo não era sólida o suficiente para pisar nela e caminhar sobre ela com calma, sem medo de que se quebrasse.

Já tarde da noite, seu telefone tocou, era Meredith fazendo uma chamada de vídeo, a hora da verdade havia chegado.

-Meredith.

-Andrew, então você conversou com Johnston?

-Sim.

-E o que ele lhe disse?

-Eles me ofereceram o emprego.

-Mas isso é uma ótima notícia. - disse ela com toda a sinceridade que tinha, embora estivesse morrendo um pouco por dentro.

-É verdade, eles me ofereceram um cargo de pediatra a partir de janeiro.

-Janeiro?

-Sim, porque, de acordo com Johnston, ele não pode me contratar antes por causa de problemas internos. Então, nos primeiros meses, serei estagiário ou pesquisador.

-Você não poderia ficar aqui em Seattle por dois meses?

-Meredith, você ainda não me perguntou o que penso sobre essa proposta.

-Andrew, eu o conheço e já sei que você quer aceitar o cargo no Presbyterian, eu sei disso.

-Meredith.

-Você não precisa se justificar, eu mesma já percebi isso.

-Mas eu não quero perder você, Meredith, não agora que a encontrei novamente.

-Você não vai me perder, Andrew.

-Mas você não gosta desse tipo de relacionamento à distância.

-Não sou louca por eles, é verdade, mas também me preocupo com você, conosco, então não quero perder você.

-Como você vai fazer isso?

-Vamos fazer como fizemos hoje, por telefone, por videochamada, vamos nos ver nos fins de semana - ficou em silêncio.

-É claro que nesses dois meses ele poderia ter libertado você, Johnston - disse Meredith.

-Acho que ele não quer correr o risco de eu ir para Seattle e nunca mais voltar. Não posso assinar com ninguém.

-Você poderia vir e tirar férias.

-Você ficaria aqui e tiraria dois meses de férias sem poder trabalhar?

-Não - disse ela após alguns segundos de reflexão.

-Não vou ficar parado; na verdade, vou trabalhar como voluntário no Haiti com a Dra. Carradine e sua associação.

-Dra. Carradine?

-Sim, a cirurgiã cardíaca pediátrica de 60 anos, acho que Maggie a conhece.

-Ah, eu ainda não a conheço.