16º Capítulo {Livro Quatro}

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— Mal posso acreditar que está aqui — afirma papai em polvorosa, após afastar-se de Dente para avaliá-lo dos pés a cabeça. — Pensei que não o veria tão cedo.

E eu nunca pensei que fosse vê-lo ir da melancolia à felicidade dentro de um período tão curto.

Já vi que meu pai tem o rapaz em profunda consideração.

O que me faz perceber que estava certa acerca das divagações que fiz antes de saber que sou a escolhida. Eu supus a mim mesma, durante minha jornada, que o duque aceitaria Dente na família de braços abertos.

E a constatação disso inquieta-me de um jeito que nem sei expressar.

— Estou feliz em reencontrá-lo e para mim isso sempre foi uma grata esperança — comenta o rapaz, envolvendo meu pai em mais um abraço, repleto de tabefes em seu dorso. Firmes, mas cordiais.

Sem dúvidas, ao descobrir minha real identidade, Dente já tinha por certo que a mudança de minha família para a corte faria com que pudesse ver meus pais ainda uma vez.

— Oh! Panny! — exclama lorde Delyon, colocando o guarda a frente de si como que o exibindo para mim. — Olhe! Este é Dente Delyon um de meus funcionários. Bom... era meu funcionário, mas agora...

Enquanto papai prossegue em suas confabulações entusiasmadas, encaro o nada e sinto minha cabeça girar entorno de duas palavrinhas.

Dente... Delyon...

Oh, céus! Ele o considera parte da família.

— Pai! — chamo, interrompendo seu discurso alegre. — Este é um de meus guardas e eu também o conheci durante a viagem que mencionei antes.

Dessa forma, causo no duque uma expressão de surpresa e fico apreensiva quanto a possibilidade de lhe causar desagrado.

Pois, talvez, ele tenha sido cuidadoso por anos a fio, querendo evitar um encontro entre nós para evitar qualquer tipo de envolvimento.

Pode cogitar ser um absurdo que tenhamos passado tanto tempo na estrada, juntos, e por dado tempo, sozinhos.

— Certo! Então se conhecem — papai comenta reflexivo e, logo depois, desata a gargalhar. — O tanto que quis apresentá-los e nunca pude. Vejamos, meu rapaz! — prossegue animado, virando Dente para encará-lo. — No final não teve como escapar.

— Quis nos apresentar?

Ora essa!

— Sim — assegura-me o lorde sem perder o bom humor. — Muitas vezes... mas o rapaz não gostava da ideia de conhecê-la.

Oh...

Dente não queria... não queria me ver... não queria saber de mim... para não correr... riscos

— Ahm... — murmuro, forçando um sorriso. — Entendo.

Ele quis evitar a dor que eu justamente lhe impus. Não queria nem olhar para o rosto daquela que não poderia cortejar.

À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora