The Mag

"Da decomposição vem os fungos"

Stef, com os olhos marejados, delicadamente toca a âncora marcada em sua pele, expressando alívio: "Que bom que ele te salvou..."

Dante responde, refletindo sobre sua experiência: "Não só o Kauã, todos eles me salvaram à sua maneira."

Enquanto compartilham esse momento, um estrondo repentino acima das masmorras faz o teto tremer, lançando pedras entre eles. A atmosfera se enche de tensão com batidas contínuas, causando turbulência nas paredes e no chão.

"Que porra é essa?" - Stef pergunta, levantando-se com preocupação. Dante, também alerta, se une a ela, ambos ansiosos diante do inesperado caos que se desenrola.

A silhueta se aproxima no corredor amarelo da pirâmide em direção à masmorra, acompanhada por gritos de fúria, não de dor. À medida que a figura se torna mais visível, revela-se uma criatura marinha, com barbatanas reminiscentes de um tubarão. Ao alcançar as masmorras, Dante e Stef identificam Caio à frente e, logo atrás dele, com cortes sangrentos pelo corpo, Rick. Ambos parecem agitados e assustados.

"Dante!" - Gritam Caio e Rick simultaneamente.

Stef, inicialmente confusa, lembra-se da história que Dante havia compartilhado. Os garotos, com suas garras e dentes, conseguiram romper as correntes que os mantinham aprisionados naquela cela escura.

Mesmo enfrentando dificuldades, eles persistiram em arrancar as correntes, até que, finalmente, conseguiram libertar Stef e Dante. Os dois correram juntos, com Stef, conhecedora do reino, guiando-os pelos caminhos menos frequentados. No entanto, independentemente da direção que tomavam, guardiões perseguiam-nos incansavelmente. Eventualmente, Stef e Dante encontraram a saída e escaparam do local, mas Stef, deparando-se com o portão à sua frente, ouve a voz de Maithe vindo de trás.

"Já vai? Nem vai ficar para a celebração?" - Maithe disse com arrogância.

Stef olhou para trás, vendo-os, com a rainha no centro. Sebastian a observava com empatia, o príncipe afastado a encarava com desconforto, e ao lado de Maithe estavam Milan e Isolas, ambas sorrindo entre si. Embora seu coração apertasse ao deixar aqueles que amava, Stef decidiu que era o melhor para ela.

Assim, mesmo revendo sua vida e os dias que passara ao lado de Sebastian, ela se virou e correu atrás dos garotos jurando um dia voltar para vê-lo. No entanto, com aquele deserto interminável, ela perdeu de vista os outros, e com o vento de areia bagunçando seu cabelo e o frio intenso da noite, começou a andar sem rumo, confiante de que um dia se reuniria novamente com Dante.

A garota avançou pelo afluente, as águas rasas que acabara de encontrar após longo tempo andando no deserto, tocando suavemente seus pés descalços. O ambiente transicionou gradualmente, com pedras salientes e pequenas criaturas aquáticas como sapos, As flores começavam a se tornar mais densas, colorindo a margem do riacho.

Ao adentrar a floresta, o ar tornou-se mais úmido, e a vegetação aumentou em densidade. A garota sentia a pressão do ambiente ao seu redor, uma mistura de tranquilidade e mistério. Cada passo a levava mais fundo na vegetação, onde sons de pássaros e ruídos da natureza preenchiam o ar.

A trilha seguia até uma região onde a luz da lua filtrava entre as folhas das árvores. Então, uma surpresa aguardava-a: uma cachoeira majestosa, suas águas caindo com uma melodia suave. A garota, agora imersa na aura mágica do lugar, sentiu um misto de emoções diante da beleza natural que se desdobrava diante de seus olhos.

Stef, fascinada pelo brilho prateado da lua refletindo na água cristalina, decidiu despir-se e mergulhar corajosamente nas águas frias da cachoeira. As pedras ao redor formavam uma espécie de anfiteatro natural, proporcionando um cenário pitoresco para a sua solitária imersão. A brisa noturna sussurrava entre as pequenas árvores e flores que cercavam a área, criando uma atmosfera mágica e serena.

Ao sentar-se nas pedras, o cabelo preto de Stef, agora molhado, fluía graciosamente pela água. O barulho suave da cachoeira combinava-se com os sons distantes da noite, criando uma sinfonia única. A escuridão ao redor realçava a beleza da lua, transformando a cena em um espetáculo íntimo e introspectivo.

Enquanto Stef se entregava à calma da noite, a solidão era preenchida pela sensação revigorante da água em seu corpo. O momento parecia se estender, prolongando-se até que a lua alcançasse seu ponto mais alto no céu noturno. No entanto, a tranquilidade foi abruptamente quebrada pelos passos que se aproximavam, despertando Stef para a presença de um intruso na floresta circundante. O medo se misturava à surpresa, e ela se agachou atrás de uma pedra, nua e vulnerável, enquanto seu coração acelerava com a inesperada companhia.

Stef, aterrorizada ao perder de vista o garoto na floresta, sentiu seu coração acelerar quando passos rápidos começaram a se aproximar. Um ser estranhamente alto, quase goblin, mas com uma forma mais humana, emergiu das sombras, parecendo assustado. O pavor tomou conta dos olhos de Stef, enquanto ela observava o monstro se aproximando, magro e alto, impondo sua presença ameaçadora porém claramente próximo de sua morte.

No entanto, antes que o medo pudesse atingir seu ápice, algo extraordinário aconteceu. Uma mão atravessou o corpo do monstro, mergulhando-o em agonia. O ser começou a se desfazer, corroendo-se em um estado de decomposição acelerada, deixando apenas ossos, carne queimada e podre. Atrás da criatura, agora mais visível, apareceu um homem negro, com longos cabelos trançados adornados por manchas vermelhas. Seu olhar vazio parecia penetrar a alma de Stef.

Enquanto Stef segurava a boca, lágrimas de medo escorriam por seu rosto. O homem a observou silenciosamente, soltando um riso sem som, antes de se afastar sem pronunciar uma única palavra. Seus passos se distanciaram até desaparecer por completo, deixando Stef imersa em um silêncio tenso.