Capítulo 30: Negativo

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Com todas aquelas confissões, Lúcia começou a passar mal. Vicente pegou uma garrafa de água e deu para ela beber, que logo se recuperou, mas ainda não tinha entendido o porquê de Petra e Vicente estarem confessando tudo aquilo:

- Porque vocês estão me contando tudo isso? Aonde vocês querem chegar?
- Lúcia, a polícia está cercando a gente, precisamos fugir.
- Vocês vão fugir da polícia!?
- É o único jeito! Quase fomos presos e tem mais coisas também.
- Vocês vão voltar algum dia?- Perguntava Lúcia com os olhos marejados.
- É só para ganhar tempo, nós não vamos sumir para sempre.
- Petra, e se você estiver grávida? Eu queria tanto te acompanhar nessa fase...
- Eu não pensei nisso ainda, mas eu prometo, que se eu estiver mesmo grávida, eu volto e levo você com a gente.

Naquela altura da conversa, todos já estavam chorando, um clima triste e de despedida, nunca doeu tanto tomar uma decisão, mas era necessário. Até mesmo Petra estava chorando, e era o tipo de pessoa que não chorava por nada, bem resistente com os próprios sentimentos, mas se despedir de Lúcia, uma pessoa que a criou e cuidou a vida inteira, era muito triste e doía muito.

Depois de uma pré-despedida, todos se recolheram ainda se recuperando.

Na manhã seguinte, já estavam arrumando as malas. Enquanto Vicente arrumava uma mala com coisas necessárias, Petra levava o closet inteiro:

- Petra, para que tanta roupa? Você disse que íamos voltar.
- E vamos, mas eu preciso me previnir. Depois que você terminar, me encontre na sala que nós vamos sair, preciso passar em um lugar antes de irmos.
- Onde?
- Você vai saber.

Como prometido, Vicente terminou de arrumar suas coisas e encontrou Petra na sala. Eles foram para a garagem e escolheram um carro, uma Ferrari preta.

Petra ficou no controle do volante, afinal, Vicente não sabia onde estavam indo

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Petra ficou no controle do volante, afinal, Vicente não sabia onde estavam indo.

Foram o caminho inteiro em silêncio. Quando o carro parou, viu que era um cemitério, o mesmo em que encontrou Petra no dia em que brigaram. Eles desceram do carro e foram caminhando. Vicente já imaginava qual túmulo Petra iria visitar, mas a questão era porquê. Ela não parecia estar ali apenas para se despedir de alguém, já que voltariam para o Brasil, e não estava levando flores.

Caminharam mais um pouco até chegarem na sepultura correta, um túmulo quase inexistente, e abandonado:

- Petra, por que estamos aqui?
- Me ajude...

Petra se ajoelhou na terra coberta por uma fina camada de grama morta e começou a cavar com as próprias mãos, chamando Vicente para cavar junto, e assim foi. Cavaram não muito fundo, até aparecer um tecido preto, o que parecia ser a alça de uma bolsa, que assim que estava para fora da terra foi puxada até uma mochila inteira envolta de um saco plástico sair de dentro da terra, e junto dela outras bolsas menores, que pareciam estar bem cheias, de algo não tão pesado, mas que para ter sido escondida em um lugar tão inusitado, carregava um grande valor.

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