Played out by the band
Love is a losing hand
More than I could stand
Love is a losing handSelf professed, profound
Till the chips were down
Know you're a gambling man
Love is a losing handAMY WINEHOUSE
Marília.
A demanda na churrasqueira tinha finalmente diminuído, mas eu queria ainda ter coisas para fazer. Pelo menos, assim, eu poderia me distrair com outra coisa e não ter que ficar aqui lutando para não olhar para Maraisa.
Para meu desgosto, Morgan havia convidado seu associado, Dylan, para o churrasco sem me avisar antes. Eu não teria dito a ela que ele não poderia vir, mas um aviso ao menos me prepararia para isso - um aviso de que eu teria que testemunhá-lo se engraçando todo para Maraisa.
Meu lado egoísta esperava que Morgan tivesse se esquecido de apresentar os dois. Eu sabia que suas intenções eram boas, mas não precisava assistir a isso de camarote.
E então, me dei conta. Olhe só o que estou dizendo. Por que eu deveria ser poupada de ver Maraisa com um homem quando ela não podia evitar ter que me ver com Morgan? Isso era exatamente o que eu merecia.
Morgan inclinou-se para mim ao olhá-los.
— Eles parecem estar se dando bem, não é?
Enfiei o garfo de maneira exagerada no meu bolo.
— É, parece que sim.
— Que bom que pensei em convidá-lo.
Cerrei os dentes.
— É. Você não mencionou que ele vinha.
— Eu sei. Desculpe. Me esqueci completamente de te dizer. Tudo bem, não é?
— Claro — murmurei.
Eles pareciam mesmo estar se dando bem. Maraisa riu mais de uma vez de algo que ele disse, e sua linguagem corporal parecia indicar que ela estava gostando dele. Ela mexeu no cabelo e enrolou uma mecha no dedo algumas vezes.
Meu estômago estava inquieto. Não que eu não quisesse que ela fosse feliz. Só não queria testemunhar.
Pensei que estava conseguindo me controlar bem, até que vi Maraisa e Dylan se levantarem para dar uma volta pelos arredores. Meu pulso acelerou quando eles desapareceram em meio às árvores. Aparentemente, não vê-los mas saber que eles estavam juntos - era pior do que ter que assistir. Mas Maraisa merecia felicidade. Ela merecia o mundo. E se ela ia namorar alguém, eu preferiria que fosse alguém como Dylan, que tinha a cabeça no lugar, a alguém que não fosse digno dela. Eu precisava tentar ficar bem com isso, mesmo que, no momento, eu quisesse fazer um cuecão atômico em Dylan e sufocá-lo com sua própria cueca.
Morgan interrompeu meus pensamentos.
— Vou pegar outra bebida. Quer alguma coisa?
— Hum? — Pisquei, saindo do transe.
— Uma bebida. Você quer uma?
— Sim. Pegue uma cerveja Sam Adams para mim.
— É pra já.
A culpa começou a se instalar. Minha namorada estava alheia ao turbilhão em minha mente, o que era uma coisa boa, mas eu continuava me sentindo inquieta por não ter tido a chance de conversar com Maraisa o dia todo. Parecia errado não reconhecer que eu sabia que vir não tinha sido fácil para ela. Se bem que, talvez, isso não fosse mais necessário; ela parecia estar muito bem.
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M. Mendonça | G!P
FanfictionComo massoterapeuta itinerante, eu estava acostumada a entrar na casa de estranhos, mas no dia em que cheguei à imensa casa de Marília Mendonça, não fazia ideia do que me esperava. Esse trabalho era diferente de qualquer outro. Do lado de fora da ca...