Entre Fios e Vielas (Romance Gay)

¹⁵ Destino

Levi

Minhas mãos trêmulas e uma taquicardia absurda denunciavam o meu temor.

"Isso é uma ameaça de morte?".

Meus olhos e meu cérebro em um embate entre fato ou alucinação.

"Onde eu fui me meter!? Por que não ouvi o anjinho!? Por que não me afastei enquanto podia!? Por que ele tinha que ser tão gostoso!? Por que!? Por que!? Por que!?".

Eram tantos porquês pairando em meio ao caos dos meus pensamentos. Tantas atitudes que poderiam ter sido tomadas de forma diferente pra evitar uma situação como essa.

Estou quase tendo um ataque de ansiedade quando ouço a voz de Vivi ao entrar na padaria.

- Migo, cê tá bem? - Vitória pergunta e eu sou obrigado a mudar completamente minhas expressões corporais e faciais.

Não tinha a intenção de esconder algo dela ou coisa do tipo, mas não queria de forma alguma preocupá-la sem ao menos entender do que se trata a mensagem, coisa que só iria descobrir quando falasse com o principal envolvido nessa história: Victor.

- Oi, miga! Tô sim, só tava distraído pensando em algo. - Minto e a vejo fazer uma careta meio descrente.

- Tu tava parecendo muito assustado isso sim. Parecia que tinha visto um fantasma. - Ela fala rindo.

"Antes fosse.".

- Não. Era só uma besteira da minha cabeça. Mas diz aí, como vão as coisas com o Lucas? - Eu questiono, tentando desviar do assunto.

- Ah, tá indo muito bem, na verdade! Ele é o máximo. O que eu mais gosto é que ele me trata igual uma princesa, mas quando é na hora do rala e rola o negócio muda. - Ela fala com satisfação.

- Ele te trata igual uma piranha? - Eu pergunto gargalhando.

- Basicamente isso. - Vitória fala e nós dois gargalhamos.

- Tá pensando em ter algo sério mesmo com ele? - Pergunto como quem não quer nada.

- É óbvio que sim! Além de gostoso ele mete bem e é um fofo. O que mais eu posso querer!? - Ela fala com uma cara boba de apaixonada. - E ele, cê acha que quer algo mais sério? - Ela pergunta um pouco apreensiva.

- Não sei.. talvez. Ele fala que gosta muito de tu, mas não tenho certeza. - Minto na cara dura.

- Sério!? Acho que eu tô sendo muito emocionada então. - Ela fala ficando um pouco desanimada.

- Talvez.. ou talvez não! Só o tempo dirá. - Eu falo rindo.

- É! Então vou aproveitar enquanto posso. Se a gente algum dia decidir parar, pelo menos vou ter boas lembranças. - Ela fala se animando um pouco, de novo. - Agora me conta, que eu tô curiosa! Como foi a pegação com meu priminho? Tu gostou?

- Não deveria, mas eu adorei! - Digo um pouco empolgado ao me lembrar dos nossos momentos. - Ele tem uma pegada muito boa, com muita firmeza no que faz, e é tão safado. Eu fico fraquinho só de pensar.

- Meu deus! Imagina quando ele te comer, viado! Se tu já tá de quatro agora, imagina depois. - Vivi fala rindo.

- Esse é o problema. Eu não queria ficar nessa situação. Teu primo pode ser o homem mais gostoso do mundo, mas ainda tem esse título idiota que ele carrega. - Eu digo com pesar.

- Deixa de coisa, Levi! Tu dá pra ele e depois para. É só não se apegar. - Ela diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Esse é o problema. Eu não mando nos meus sentimentos, Vitória! E talvez eu já tenha me apegado. - Eu digo pegando um pano e limpando o balcão.