Era madrugada, quando meu celular começou a tocar sem parar num número desconhecido, e por ser desconhecido pensei em ignorar, mas a insistência nas ligações me fez atender e ver o que diabos estava acontecendo.
"Bom dia Nataly, sei que no Japão é madrugada, mas aonde eu estou é um dos meus lugares preferidos. "
---Kazutora? -- murmuro tentando raciocinar e não associar a um sonho.
"Essa voz de sono, foi mal se te acordei "
Deixei o celular pendurado no ouvido até ele pedir para abrir chamada de vídeo e assim eu fiz, deixei a câmera ligada e liguei o abajur do quarto para trazer iluminação.
-- aonde você tá? -- perguntei ao ver uma feira agitada com muitas frutas e verduras e ele usava roupas floridas e tropicais
" no Brasil, temos alguns shows no Rio de Janeiro , São Paulo e Gramado, e nesse momento estamos no Rio"
O Brasil era um país animado, parecia coração de mãe, recebia os turistas como se fossem da família e percebia isso pelo brilho nos olhos dele. Ao virar a câmera e mostrar os amigos da banda todos com roupas tropicais comendo uma espécie de comida de rua chamada Pastel com caldo de Cana numa barraquinha.
-- Me trás uma lembrançinha -- murmurei fechando meus olhos devagar
" nem precisava pedir, já comprei algumas coisas que você vai gostar. Mas me diga Cinderela, você está bem? "
-- apenas cansada, são três horas da manhã, três e quarenta agora.
Eu acabei dando um cochilo, a voz dele era bem calma e me deixava calma.
Kazutora ficou em silêncio, quando percebeu pela chamada de vídeo que Nataly havia se entregado ao sono. A luz do abajur refletia seu rosto adormecido e suas feições delicadas, o brinco camuflado entre o cabelo e os lábios entre abertos, e a sensação que ele tinha era de estar ali ao seu lado, deitado e acariciando seu rosto até que pegasse no sono com ela.