Era uma noite fria em São Paulo, o vento passeava por entre casas, ruas e prédios, até mesmo naquele terraço, no alto de um prédio. Pedro e Jão estavam de pé, ambos com as mãos nos bolsos de seus moletons, observando a cidade e o céu
— O céu tá lindo hoje né?! — comentou João, o que fez Pedro olhar mais uma vez para o céu
— Sim, tá mesmo bem bonito
— Sabe, esses momentos mais calmos me fazem ficar refletindo sobre as coisas, e dessa vez eu comecei a pensar em como seria viver sendo uma pessoa comum
— Tipo... Sem fama? — olhou para o artista ao lado
— Sim, sem fama, sem ser conhecido, sem ser assunto que gera treta no twitter. Sem haters, apenas como uma pessoa comum vivendo uma vida comum
— É um bom pensamento, mas... Por que tá pensando nisso? Não gosta da fama?
— Claro que eu gosto, eu amo os shows, os meus fãs incríveis, a energia que é estar no palco, a felicidade que é quando alguém me elogia por algum trabalho meu. Mas é que às vezes cansa, às vezes eu me sinto meio pressionado com as coisas, eu me preocupo muito em sempre mostrar meu melhor lado e fazer algo que as pessoas vão gostar, e isso meio que acaba desgastando. Entende?
— Entendo, mas você sabe que não pode fazer isso, não vai conseguir agradar todo mundo sempre
— Eu só quero... Entregar um bom trabalho
O cacheado dá meia volta para trás e se senta no chão, segurando os joelhos com os braços. Tófani observa a ação e se junta a ele, mas ficando com os joelhos dobrados
— João, você sempre faz um bom trabalho, os seus fãs adoram suas músicas e a pessoa que você é, você erra? Sim, mas isso faz parte de todo ser humano, as suas músicas são intensas, fortes, dá pra ver que você realmente coloca nelas o que sente. Você faz trabalhos incríveis, deveria reconhecer isso
João Vitor olha para o diretor, não consegue evitar um pequeno sorriso bobo depois de tantas palavras bonitas
— Como sempre, sendo ótimo com palavras
— Sou muito bom nisso!
Eles riem juntos e o escorpiano apoia sua cabeça no ombro do outro, meio que no automático. Eles ficam alguns segundos em silêncio, até este ser cortado por Jão
— Às vezes eu me pergunto como a gente pôde não dar certo...
— Você sabe, muitas coisas aconteceram e só... Acabou não dando certo
— Mesmo que a gente não tenha dado certo juntos, eu ainda gosto de você, pra caralho!
— Eu também gosto de você, mas não acho que podemos dar certo juntos em um relacionamento romântico, já tentamos e você sabe como acabou
— Eu sei, mas porquê a gente só não... Fica? — ele levanta a cabeça e olha para Pedro, que também olha para ele — Tipo, a gente não precisa ter nada oficial, só ficar de vez em quando, eu posso ficar com outras pessoas e você também. — ele faz uma pequena pausa, olha para o chão e responde baixo, mais pra si próprio do que para o outro ouvir — Apesar de que eu não quero te ver com outra pessoa...
O acastanhado ri um pouco com o comentário, mas logo volta a olhar para Jão, e diz:
— E se descobrirem?
O moreno levanta o olhar para o diretor
— É só a gente ter cuidado, sermos discretos
Há uma pausa pelos dois, mas que logo foi cortada
— Não sei se isso pode dar certo... — disse o escritor
— Tem razão, sou um idiota por pensar nisso. Então só esquece a ideia — ele virou a cabeça para o lado e encarou o chão
O silêncio se pendura por mais alguns poucos segundos, ambos observando a cidade novamente, até Jão começar a encarar o acastanhado
— Por que tá me encarando assim? – ele perguntou
— Caralho, eu quero muito beijar a sua boca!
Pedro corou levemente com o comentário, mas respondeu a ele
— Então porquê não beija?
A frase surpreendeu o moreno, ele não esperava por isso, mas se aproximou do outro, a ponto de conseguir sentir a respiração dele. O mesmo segurou o queixo alheio com delicadeza, olhou para a boca e depois para os olhos do diretor
— Você quer?
— Quero — respondeu baixo
E então eles se beijam docemente, um segurando na nuca do outro, as línguas se cruzando e explorando cada cantinho, a química quase que transbordando de ambos os corpos, como era nos velhos tempos. Alguém poderia entrar ali a qualquer minuto, mas as probabilidades eram baixas e eles não se importam, querem apenas curtir o momento ali a sós
Quando a falta de ar se fez presente, eles separaram e ficaram se olhando, olhos com olhos, Pedro consegue perceber facilmente o brilho e a alegria nos olhos de João, mas ainda parece ter algo a mais, algo que ele não consegue ao certo distinguir. Eles se afastam um pouco e cortam o contato visual
— Por que você quis me beijar? — o escorpiano perguntou sorrindo um pouco
— Achou ruim? — riu anasalado, o que fez o outro rir também
— Óbvio que não!
— Porque eu gosto do seu beijo, eu gosto de ficar com você — confessou
A resposta chocou um pouco o moreno, que se aproximou novamente e perguntou, sorrindo sacana:
— Então quer dizer que você gosta de ficar comigo?!
Tófani respondeu rindo
— Gosto, seu besta!
— Pedro Tófani, meu diretor criativo, aceita ter um caso comigo às escondidas? — dramatizou, mas perguntou com sinceridade
— João Vitor Romania, vulgo Jão, aceito sua proposta — dramatizou junto
Os dois se beijaram de novo, mas desta vez, sendo mais demorado e caloroso, é completamente perceptível o desejo que eles têm um pelo outro, o moreno se sentia extremamente feliz, como se uma boa dose de serotonina fosse despejada em sua corrente sanguínea naquele momento. Quando separaram o ósculo, colaram suas testas
— Porra, o tempo passa mas isso continua sendo bom pra cacete! — o cantor exclamou
— Seu boca suja! — bateu leve no ombro alheio e ambos riram com o comentário
Eles se abraçaram de lado e continuaram a rir, até que caíram no chão, deitados
— Eu sou tão feliz! — João Vitor não consegue esconder o sorriso largo que se formou em seus lábios
Pedro riu com a exclamação
— Nós somos doidos
— Assim que é bom, curtir a vida
Eles passam alguns curtos minutos observando o céu em silêncio, até uma voz baixa e bem afinada começar a cantar
— “Eu tento, mas nunca me lembro, do que eu era antes de você… — olhou para o diretor, que retribuiu a ação — e se antes de dezembro eu sabia me reconhecer… — olhou para o céu — E se eu não gostar de mim, e se eu for mesmo tão pequeno…? Eu não devia questionar… — voltou o olhar para o homem ao seu lado — Me desculpa, Pedro…”
— Eu adoro essa música!
— Eu fiz ela pra você
— Eu sei disso, e sim, eu te desculpo — sorriu fofo
Ambos continuam ali, jogando conversa fora, se abraçando e se beijando, observando o céu e a cidade, felizes e de coração tranquilo, especialmente JãoNota da autora:
Esse foi o primeiro capítulo de vários que virão! Vcs podem acompanhar todo o processo de divulgação e até spoilers no meu tiktok. Espero que tenham gostado!!
Até a próxima! ☺️🫶🏻
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Versos e acordes: um compilado de sentimentos (Pejao)
Fanfic- Um compilado de oneshots individuais Pejão - Sem nsfw - Nada do que é escrito aqui é real - Isto é apenas para entretenimento público, não tenho a intenção de ofender ngm!!!! - História de minha autoria ⚠️ PLÁGIO É CRIME ⚠️