Epilogue

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Nota da autora:

23/04/16


Este livro é uma tentativa de compor um retrato transparente de como o renomado grupo dos anos 70 TWICE foi alçada á fama, assim como dos motivos que levaram ao nosso desgastante e infame rompimento em Los Angeles, durante uma turnê, em 13 de março de 1982. Ao longo dos últimos seis anos, relatei cada um dos momentos de 1975-1982.

Apesar da minha tentativa de produzir uma narrativa abrangente, devo reconhecer que isso se revelou impossível. Demorei anos para conseguir reunir todas as informações e também foi extremamente difícil relembrar tudo que aconteceu, ainda mais porque muitas das pessoas que eu amava naquela época não estão mais aqui. No entanto, é importante ressaltar que, tanto em assuntos de maior importância como em detalhes menores, às vezes o relato de um mesmo acontecimento são divergentes. Muitas vezes a verdade não está do meu lado, isso é meu ponto de vista, eu infelizmente não consegui saber todos os lados da história, então a única coisa que consigo fazer é contar uma única versão, a minha. Tudo baseado em minhas lembranças e meus diários da época.

                                   — Park Jihyo.











1975 — Im Nayeon.

O cheiro dos ovos mexidos na frigideira me faziam suspirar, estava com sono em pé em frente ao fogão. Chaeyoung e Mina estavam sentadas na mesa de quatro lugares que ficava em nossa cozinha. Jeongyeon não tinha chegado, ela tinha esse costume de ser noturna, saia de madrugada e voltava pela manhã, sempre me preocupei muito com isso. Eu só voltava a respirar quando ela passava pela porta.

— Eu achei nossa nova integrante. — a voz soou animada, quase em um grito. Mina que tinha o queixo apoiado nas mãos, praticamente dormindo, bateu o rosto na mesa.

— Cacete, Jeongyeon. Que susto! — A Myoui falou alto massageando o lado do rosto que tinha batido.

— Quem é ela? — A Son perguntou sonolenta, se levantando da cadeira e indo até a geladeira, abriu o freezer e logo tirou uma bolsa de gelo, caminhou até a Myoui colocando o gelo em sua bochecha. Vi Mina encarar a Son de um jeito diferente, nunca tinha reparado naquilo antes.

Fiquei encarando a cena por alguns segundos, o que estava acontecendo ali? Ouvi Jeongyeon tossir de forma forçada, pisquei devagar desligando o fogão em seguida.

— O nome dela é Nayeon, trabalha no Chasing. — falou me estendendo um prato, coloquei um pouco dos ovos ali junto de uma torrada. — Tem uma voz incrível, e também é bonita. — falou calma se sentando na mesa.

Passei entre Chaeyoung e Mina, colocando os ovos e as torradas em seus pratos. Eu adorava quando a Senhora Yoo não estava em casa, podíamos ficar ali, ensaiar quando precisávamos e queríamos. Ela quase não ficava em casa, desde que Chaeyoung tinha nove anos, ela sofria de bipolaridade, as vezes sai de casa e volta um mês depois. Jeongyeon não gostava dela, eu sabia daquilo, Chaeyoung já era mais inocente em relação aquilo. Eu e Mina ficavamos com elas a maioria do tempo. Mina sempre voltava de madrugada também, então só Chaeyoung e eu ficavamos ali pela noite.

Mina quase nunca dormia, na época eu não sabia mas com o tempo descobri que ela usava anfetamina. Era de se esperar, por favor, Mina era rica e quase nunca ouvida pelos pais, gostava de sair a noite, entrar em baladas mesmo não tendo idade para isso. Ela gostava de ficar acordada e também gostava de ser magra e aquela era a forma mais fácil de ambas coisas acontecerem. Ela tentava ficar sóbria quando estávamos na casa de Chaeyoung e Jeongyeon, percebia que ela ficava apática, irritada e até mesmo cruel demais. O sono começava a chegar e ela ficava irritada, odiava dormir.

— Jihyo, você vai sair com a gente mais tarde? — Chaeyoung me perguntou segurando em minha mão. — Jeongyeon vai nos levar no bar daquela menina.

— Vou sim, Chae. — falei calma sorrindo e soltando minha mão calmamente da sua, apenas para colocar os ovos em meu prato.

— Eu vou para o Sunset Strip. — Mina falou calma se levantando para ir até a geladeira, pegou a garrafa de champanhe, ela sempre teve aquele costume, café com champanhe, ela não misturava os dois, mas bebia um em seguida do outro. Era um charme de Mina, charme esse que ela nunca deixou ninguém roubar dela.

— Qual é, Mina. — Jeongyeon revirou os olhos jogando um pedaço da torrada na mesma. — O que você fica fazendo lá? Não sei nem como entra.

Lembro de Mina olhar para ela, piscou devagar logo pegando a taça ali, aquilo era uma das únicas coisas chiques daquela casa. A taça que Mina tinha levado para aquela velha casa.




Depois daquela manhã que conhecemos Nayeon, ela encantou todo mundo ali, não porque era gentil ou qualquer coisa do tipo, mas porque ela era ela. Literalmente ninguém conseguia superar quem Nayeon era. Eu nunca superei pelo menos.

Nayeon era inteligente, não era mandona mas fazia as coisas serem do jeito que ela queria, sem ninguém perceber. Eu tive que prestar muita atenção para perceber, uma vez ela chegou na casa de Jeongyeon com a ideia de fazer um café da manhã, com tudo que poderia ter em um café da manhã. Mas também lembro de Mina querer ir comer hambúrguer junto de Chaeyoung. Nayeon praticamente gritou falando que poderia fazer o hambúrguer em casa.

Mandou Jeongyeon ir buscar a carne e o bacon no mercadinho ali do lado. Mas assim que a Yoo voltou. Nayeon colocou na cabeça que a carne não estava cheirando bem, mas falou que resolveria, depois de trinta minutos tínhamos uma mesa de café da manhã repleta. Lembro que ali olhei pra ela com outros olhos, criei respeito por Nayeon ali.

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2023 ⏰

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