💍 Capítulo 34 💍

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JEONG YUNHO

Letárgico, Yunho encarava a parede azul de seu quarto enquanto seus dedos brincavam de maneira automática com a aliança na qual antes presa em seu dedo anelar, agora estava presa por um colar de ouro que levava no pescoço. Em um piscar de olhos já estava no início de Fevereiro, uma semana após o dia que havia cancelado as coisas do casamento. Pensou diversas vezes em se desfazer do anel de noivado, querendo se desprender de mais uma memória para que de uma vez por todas pudesse seguir em frente, mas algo que lhe impedia de fazê-lo e nem sabia o porquê. Só não conseguia. Já estava dias sem saber de Mingi e também já estava ficando exausto por esperar por algo que sabia que não iria aparecer, então porque seu coração ainda perdia tempo?

Já fazia bons minutos que se encontrava na mesma posição, sentado sob a cama, com as coxas coladas ao peito e as costas encostadas na parede azul na qual onde encostava sua cama. A chuva lá fora já havia parado de cair ao passo que o dia foi clareando, pelo menos foi isso que Yunho percebeu, já que acordado desde às três da manhã não conseguiu voltar a dormir. A insônia lhe pegou de surpresa, não esperando que ela aparecesse já que se sentia completamente exausto. Os pensamentos que corriam por sua cabeça a cada segundo não lhe deixavam descansar. Agoniado, se sentou na cama tentando acalmar seu peito ansioso, mas viu que a tentativa havia sido em vão quando ouviu os pássaros cantando lá fora, anunciando que a manhã havia chegado.

E lá estava, mais um dia. Era dessa forma que Yunho encarava as manhãs, como mais um dia que passava sem respostas, e com cada vez mais perguntas que se juntavam na nuvem cinza que havia se formado em sua cabeça como um emaranhado de nós que havia desaprendido desatar. Era mais um dia que estava ali, se perguntando se era forte o suficiente para quebrar aquele ciclo vicioso no qual estava metido, onde comia pouco, só dormia, acordava no meio da madrugada sem estímulo algum, chorava toda a tristeza que seu peito carregava, onde só era deixada em segundo plano quando a exaustão lhe atingia, lhe fazendo voltar a dormir até que novamente acordasse pela manhã para sobreviver a mais um dia. Até quando ficaria rodando no mesmo ciclo? Quando se reencontraria consigo mesmo em meio a toda aquela bagunça? E nem foi preciso esperar tanto por uma resposta, porque assim que seu relógio de cabeceira apontou para as nove da manhã, batidas estrondosas ecoaram de sua porta, lhe fazendo dar um pulo no mesmo instante pelo barulho extremamente alto. Sabia que não estaria mais sozinho naquela estrada difícil.

— Entre! — respondeu, se enfiando embaixo de seu edredom para se enrolar no tecido quente, procurando se aquecer e esconder sua aparência nada atraente por conta da bagunça que estava. Mas de repente, seus cabelos desgrenhados passou a ser a menor de suas preocupações quando a maior delas havia invadido aquele quarto como um furacão, ou melhor, como quatro furacões.

— Jeong Yunho! Acorde! — Yunho logo identificou a fala autoritária de Yeosang, e imediatamente tirou o cobertor da cabeça, vendo todos os seus amigos à frente de sua cama. — Meu Deus! Você está horrível!! — ele exclamou assustado.

— Amor! Não fala assim! — Seonghwa pediu, segurando o braço do marido.

— O garoto acabou de acordar! Respeita ele! — San estapeou Yeosang no braço, parecendo chateado por terem ofendido o melhor amigo.

— San! Não bate no Yeosang! — Lee-Joon pediu, também segurando o braço do namorado. — Tadinho do Yun! Acordaram ele! O garoto nem sabe o que está acontecendo ainda! — e era esse o ponto, Yunho não sabia mesmo o que estava acontecendo.

— O que vocês estão fazendo aqui? — finalmente a voz do dono do quarto foi preenchida pelo cômodo enquanto se desprendia do edredom para se sentar na beirada da cama de solteiro, com os pés tocando o chão frio. — Podiam ter me avisado que viriam, assim eu teria me ajeitado. — pediu emburrado, coçando os olhos ainda inchados pelo choro da noite anterior.

LOYALTY II - O passado fica para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora